Destino Entrelaçado

Prologo

"Eu acho que o verdadeiro amor incondicional, é como, você ama tanto alguém, que você a amaria mesmo se essa pessoa não te amasse de volta
Assim é o amor incondicional"
- Taylor Swift
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O nome dela é Stella, e eu sou completamente apaixonado por ela há muito tempo.

Estar apaixonado por alguém que não sabe da sua existência é como cavar a própria cova do ridículo, se expondo e fazendo coisas que nossa sanidade mental sabe que são impensáveis. E como um bom hipócrita que sou, faço tudo ao contrário do que minha mente sabe que é burlesco ou cafona. Bom, isso é estar apaixonado: fazer inúmeras coisas para ganhar o mínimo de atenção.

Posso ficar dias explicando como Stella me conquistou sem nem a conhecer de perto, como uma garota de 14 anos conseguiu ser a fonte de inspiração de um garoto do ensino médio. Seus olhos azuis, que lembram estranhamente uma raposa quando está concentrada lendo um livro, ou seu sorriso de tirar o fôlego são os motivos de todo o meu colapso. Por Deus, como alguém pode ter um sorriso e olhos tão perfeitos? Suas sardas, ah! O que falar daquelas sardas? Elas são como as constelações mais formosas e encantadoras que alguém pode ver. Olhar para ela tocando piano nas horas vagas das aulas é como observar algo tão belo quanto o brilho de um céu estrelado. Ouvir sua risada nos ensaios do teatro é como ver um verdadeiro eclipse de perto, de tão incrível que é. Vê-la de longe falando de algo com tanta empolgação na voz é como viajar por todo o mundo sem tirar um pé sequer do chão, é pura magia. Para mim, ela é como um lindo e nostálgico caderno de música: quanto mais você escreve, mais encantado fica.

Mas assim como um bom caderno de composições, nem todo mundo pode lê-lo. É assim que eu me sinto.

Não somos amigos e estamos longe de ser. Nossas diferenças me impossibilitam de criar um terço da coragem que eu deveria ter, mas claro que isso não me impediu de ter algumas ideias de como ser notado por ela.
Bem... ideias que não deram certo.

Como um garoto de introversão atroz, tive como única opção tentar ser notado indiretamente. Trabalhei durante uma semana como ajudante na sua floricultura favorita, já que ela ia lá quase todas as vezes. Achei que fosse uma boa ideia tentar uma proximidade por meio das flores, mas ela mal olhou para mim. Todos os dias, enquanto trabalhava lá, sempre colocava suas flores favoritas na frente da floricultura, mas ela nunca falava nada ou ao menos notava. Depois, fiz um presente e uma carta escrita à mão convidando-a para um encontro, deixando em frente à sua porta. Desatento, não percebi que no mesmo dia iria chover, o que resultou em seu pai achar que fosse lixo, jogando fora rapidamente. Dias após essas tragédias, resolvi me candidatar como ajudante na biblioteca onde ela frequenta. Infelizmente, foi questão de dias para que eu estragasse tudo, derrubando uma pilha inteira de livros em sua cabeça. Tentei me desculpar, mas seu amigo de cabelos ruivos me mandou ir à merda, assim como a loira ao seu lado.

A sorte nunca está do meu lado, mas hoje vai ser diferente. Pois finalmente, vou chamá-la para sair.

Pessoalmente.

Por conta do fim das aulas, as preparações para o baile estão uma loucura, assim como nossas provas finais, como se estranhamente os professores quisessem se livrar de tudo o mais rápido possível. Só de imaginar que vou finalmente tomar coragem para chamá-la ao baile, meu coração dá mil voltas de uma vez. Tudo precisa sair como planejado, é a única coisa que peço. Passei uma semana verificando se o tempo estaria perfeito. Escolhi as minhas melhores roupas, apesar de não ter muitas em boas condições, e dessa vez, fiz um presente decente para ela, um presente que aos olhos dela talvez não seja tão deprimente.

Com as mãos trêmulas, leio e releio o papel surrado de tinta em minhas mãos, como se aquele momento fosse o grande momento da minha vida. Bom, acho que de fato é um pouco. — Vai dar certo, vai dar certo, eu sei que vai. — Por Deus, a timidez ainda vai me devorar vivo.
Escondido atrás de uma árvore no parque, tiro a pequena caixa do meu bolso para me certificar de que não quebrou. Esse presente não pode quebrar em hipótese alguma; não foi à toa que trabalhei naquela livraria durante semanas para poder comprá-lo.