Manuela🌹
— PARA ALEX, POR… FAVOR! — Imploro chorando, sentindo mais um soco em meu estômago.
— VOCÊ, NÃO QUIS SAIR SEM MINHA AUTORIZAÇÃO SUA VADIA? — Ele desfere soco atrás de soco. — AGORA VAI APRENDER A ME OBDECER!
Sinto ele pegar em meu cabelo e o enrolar em suas mãos, me puxa para cima e lança um tapa estalante em meu rosto, sinto o lado em que sua mão bateu formigar. Alex desfere mais tapas em meu rosto e cada vez mais lágrimas desciam por ele, me lembro de tudo o que meus pais, meus amigos e todas as pessoas que eu conhecia disseram, para eu não ir com ele, que ele não era uma boa pessoa, que ele não tinha uma áurea boa, mas eu não quis ouvir, estava cega por ele achando que ele era o meu príncipe encantado, o meu amor verdadeiro, o meu felizes para sempre. Hoje percebo que o que minha mãe diz era a mais pura verdade, tudo no começo são flores depois, vem os espinhos.
Não sei de onde, nem o porquê, mas flashs de todos esses anos passaram por minha cabeça, de tudo, no início, do primeiro beijo, o primeiro ano de namoro, o casamento, a nossa casa, o primeiro grito, o primeiro tapa, as brigas… tudo passou rapidamente por minha cabeça me fazendo criar forças do além e empurrar meu marido para longe, o que o fez se desequilibrar e cair de cabeça sobre uma mesinha de vidro que tinha ali próxima.
Vejo seu corpo forte bater contra a mesa e cair no chão, uma poça de sangue começa a se formar em volta dele e meu desespero se torna muito grande, caminho até seu corpo e vejo se ele tem batimentos, seus batimentos estão fracos, mas ele continua vivo. Me levanto do chão olhando em volta sem saber o que fazer, decido que essa pode ser a minha única chance de sair daqui e ser livre, a minha única chance de viver. Subo as escadas de minha casa correndo e vou até o quarto, pego a primeira mala que acho e vou retirando todas as roupas do guarda roupa e as jogo na bolsa, pego alguns sapatos que tinham por ali e os jogo na mala a fechando. Pego uma bolsa minha com documentos, dinheiro, jogo meu celular lá dentro e calço uma sapatilha que está ali jogada, saio do quarto sem olhar para trás e desço as escadas rapidamente, vejo Alex se mexer e me apavoro, corro para fora de casa e começo a correr pela extensa rua do condomínio chegando à portaria.
— Seu Fred, pode pedir um táxi para mim por favor? — Peço ao porteiro, tentando recuperar meu fôlego e olhando sempre para trás, vendo se não tem ninguém atrás de mim.
— Calma minha filha. — Ele pede para mim. — Está tudo bem? Por que você está machucada? O que aconteceu?
— Seu Fred, só peça o táxi para mim, pelo amor que o senhor tem a vida. Eu preciso sair daqui.
O senhor não me faz mais nenhuma pergunta e pede um táxi para mim. Saio do condomínio, toda hora visualizando se não tem ninguém atrás de mim, não demora muito e o carro amarelo para em frente a portaria, agradeço a seu Frederico e peço para ele falar que eu não estive ali e que não me viu passar. O motorista do táxi rapidamente me ajuda a colocar a mala no carro e adentro no mesmo soltando todo o ar que estava preso, assim que o carro começa a se movimentar e as luzes do condomínio ficam para trás, começo a ver que talvez agora minha vida comece a ter um sentido e eu possa viver em paz.
— Moça me desculpa atrapalhar mais para onde devo ir? — O motorista do táxi pergunta sem saber para onde ir.
Encaro ele que se assusta ao ver meu rosto e entendo seu espanto, devo estar horrível. Suspiro e pego meu celular na bolsa vendo o endereço de Julia, uma antiga amiga minha da infância.
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Destinos Cruzados
Fanfiction"Nem todos os príncipes usam roupas de época, o meu por exemplo usa uma glock na cintura." Cansada do sofrimento, dos abusos e das torturas, Manuela aproveita sua única oportunidade de escapar de seu marido abusivo. Após fugir, ela retorna para o mo...