2. Imagines WEDNESDAY e companhia

073. "Papai" - Wednesday Addams

14/12/2022

Autor(a): kseung

Words: 1030

Sumário: Onde você relembra traumas de suas asas

Wednesday Addams x FemReaderAngel

Algumas cicatrizes nunca saem... geralmente aquelas queimadas em nossos cérebros. Esse foi exatamente o seu caso. Tudo graças a você, pai incrível.

E ele fez sua missão lembrá-la. "Todas essas penas são minhas, sua monstrinha! Eu posso arrancá-las sempre que quiser!" Essa foi a frase preferida dele.

Fazia sentido por que você estava tão desconfortável com suas asas agora. Tê-las foi difícil. Ser lembrada diariamente da dor que você passou foi difícil. Ter pessoas querendo tocar suas asas foi mais difícil. Mas, às vezes, nada se comparava a quando Wednesday ameaçava arrancar suas penas. Mesmo como uma piada, isso te deixou desconfortável.

Ela fez um desses comentários um dia. Um dia particularmente difícil para você. Você teve um pesadelo naquela noite em que seu pai o puniu por "se comportar mal". Como? Rasgando suas penas, é claro. Ocasionalmente, ele cortava algumas penas com uma tesoura. E o que você fez? Você estava jogando, como uma criança normal de 6 anos faz. Você tropeçou, raspou o joelho e chorou. Você não soluça, pois não foi tão ruim. Mas isso ainda deixou seu pai irritado.

Os sons da máquina de escrever continuaram, La Llorona tocando como música de fundo. Você estava sentada na cama de Wednesday, tentando o seu melhor para descansar sem dormir. Você não dormia desde por volta das 04:00, cortesia dos pesadelos que Wednesday não estava estrelando.

—Você está sendo estranha.

Esse comentário foi tão repentino que você quase não a pegou. Você pensou que ela estava falando consigo mesma e não com você. Você deu uma olhada nela, muito cansada para funcionar corretamente.

—Eu só estou cansada.

Ela olhou para você, intensamente. Você estava cansada. Isso foi evidente, a julgar pelas olheiras sob seus olhos. Mas não foi só isso. Havia mais que você não estava dizendo a ela.

Ela baixou o volume da música depois de guardar sua máquina de escrever na gaveta grande. Você olhou em volta enquanto ela fazia isso, tentando se preparar para o interrogatório que sabia que estava chegando. Ela se sentou na sua frente, de pernas cruzadas na cama. Ela olhou para você, mantendo contato visual direto como sempre faz.

—O que está te perturbando?

Você meteou os lábios. Você não queria falar sobre isso, mas sabia que seria melhor finalmente soltar um pouco do peso que estava carregando. Então você concordou com isso, acenando com a cabeça.

—Minhas asas.

Seu lábio tremeu quando você falava, assim como sua voz. Wednesday foi levada de volta. Para ela, ter essas asas seria seu orgulho pela vida.

—Eu não entendo. Suas asas são impressionantes, até grandiosas. Eu ficaria orgulhosa de ter asas tão magníficas.

—Eu sei que você não entende. Elas são apenas... um fardo.

—Por que você pensaria isso? Alguém disse algo ruim sobre elas? Quem? É por isso que você não deixa as pessoas se aproximarem delas?

Ter você não estar feliz consigo mesmo fez com que ela ficasse irritada, até ansiosa. O caos de Haywire aconteceu dentro do cérebro dela toda vez que ela te via mal. Às vezes ela mostrou que cuidava de você tão obviamente, mas agiu desinteressada quando perguntada.

Você sabia que estava chegando a isso, então você se preparou. — Wednesday, estou com medo. Deixe-me tentar alguma coisa...— Você teve uma ideia. Se Wednesday tivesse visões, talvez ela visse o que você passou sem que você tivesse que falar sobre isso. Ela olhou para você, confusa, mas acenou com a cabeça. Então você pegou a mão dela na sua e viu a cabeça dela disparar para trás.

Ela viu. Momentos da sua infância. Memórias terríveis. Ruim, terrível. Ela nunca soube que você tinha que passar por coisas tão horríveis. Agora ela entendeu por que você era tão cautelosa com todos em relação às suas asas. O que mais dói pode ter sido como você estava chorando enquanto era torturada por seu pai, e você não estava gostando. Isso a deixou com raiva também.

Quando ela voltou aos seus sentidos, ela olhou para você chorando silenciosamente na frente dela. Seu primeiro instinto foi abraçá-la, com os braços ao redor do pescoço. Você sabia que era segura, porque era Wednesday, mas ainda estava tensa, dura como ela no início do seu relacionamento.

—Estou aqui por você. Eu sempre estarei, mesmo na morte. Você me ouviu?

Você acenou com a cabeça, agora chorando. Mesmo que você quisesse, eles simplesmente não pararam de fluir. Ela te segurou de perto, tentando fazer você ouvir os batimentos cardíacos dela. Sempre te acalmou, e ela esperava que o tempo não fosse diferente.

Ela então começou a brincar com seu cabelo, penteando-o com perfeição com os dedos. Pouco a pouco, a mão dela abaixada. Já faz um tempo que você notou que ela estava gentilmente acariciando suas asas. Ela traçou o padrão de suas penas com cuidado, silenciosamente tranquilizando você. Isso fez você chorar mais.

— Você me faz sentir tão amada—, você soluça para ela. Até lá, as roupas dela estavam manchadas pelas lágrimas que você chorou. Ela deixou você fazer isso. Isso fez você se sentir ainda mais bem.

Ela estava em silêncio, principalmente em descrença. Você a chamou indiretamente de reconfortante. Ela gostou, mas só porque era você.

—Shh. Vamos nos deitar.

O tom dela era o menos estranho possível, o que você apreciou. Ela se deitou de costas, fazendo você ficar em cima dela. Sendo mais alta do que ela, e também com as asas, parecia que você a estava cobrindo. Os braços dela ainda descansavam na parte de trás do seu pescoço, segurando você em segurança em seu lugar.

Você descansou em silêncio, pensando em estar lá com Wednesday afundando. Isso te deixou emocionada de novo. Você estava realmente passando por isso. Ela notou e te abraçou mais forte. Isso te deixou mais grata por tê-la.

—Eu te amo tanto.

Wednesday tinha certeza de que o tempo ajudaria você a curar suas feridas, ela esperava que sim. Ela assentiu. Sempre a fez sentir.

—Eu sei. Eu te amo.

Você sorriu.

—Seja orgulhosa de suas asas. Estou orgulhosa de você. Suas penas, não as dele. O seu.

Foi estranho ouvir Wednesday tão sentimental, mas foi algo com o qual você poderia se acostumar mais. Você acabou de cantarolar um "sim". Você tinha certeza de que dormiria bem naquela noite.

—Obrigado, Wednesday.

—De nada, meu amor.