"Todos me perguntam como eu estou, e como tenho passado os últimos dias, sabe, as vezes nem eu mesmo sei o que responder. Eu sinto muito não estar vivendo do modo que você havia me pedido, você sabe tanto quanto eu que eu me sinto totalmente perdido nessa escuridão. É como se o mundo fosse um paraíso em preto e branco a onde todos parecem feliz e eu apenas sorrio e aceno, como um robô.
Eu devo estar cada dia mais patético para você certo? Eu peço desculpa, ultimamente eu realmente não sei o que fazer, como fazer e se devo mesmo resistir. Você sabe que só vivo por você, certo?!
Nessa carta não tenho muito o que por, eu realmente não estou com vontade, de qualquer desgaste que eu venha a ter eu posso desmoronar e nunca mais me reconstruir. Espero que você me entenda, fique bem, para que eu possa sorrir.Do seu amor verdadeiro, 10/11/2015. Califórnia, Bainha das conchas."
A carta foi selada e jogada ao mar.
Na ponta de um penhasco da Bainha das conchas se encontrava um homem perdido em meio ao vendo, seus olhos seguiam a carta que vagava pelo oceano sem um destino traçado. O homem suspirou enquanto sentia suas lagrimas tocarem suas bochechas silenciosamente, balançava seus pés de acordo com a brisa fria que soprava. Seus corpo foi se deitando no gramado ralo e dourado que havia ali. Ele estava imerso, imerso nós inúmeros devaneios e tristeza que seu coração e mente carregavam. Aquele parecia ser o único momento em que o menor podia finalmente respirar.
-Está cada vez mais difícil, Kim JongIn. -Seus olhos se abriram e contemplaram o céu alaranjado.
Ele se obrigou a levantar e olhar pela ultima vez para o final do penhasco, perguntava-se toda vez que olhava para o abismo, como e porque JongIn havia ido parar ali, tão longe de si. Apesar de saber que cedo ou tarde seu trato com o outro seria quebrado, ele não havia pensado que o outro iria tão longe.
Seguiu seu caminha pela estrada nebulosa no seu carro antigo, ele sabia que não era tão potente, mas apena para ir e vir, aqui e ali já era o suficiente. Seu celular tocou como de costume no mesmo horário. "Você pode nós encontrar na praça daqui a vinte minutos, é aniversario do Antoni e a galera quer fazer uma surpresa" Depois de escrever sua carta do dia, a ultima coisa que ele precisava era de mais acontecimentos, mas como o menino se recusava a dizer não a seus amigos depois da calamidade que passou com seu amado, a resposta já se tornara obvio. Em vinte e sete minutos o menor chegou até o lugar marcado, colocou seu casado, conferiu se sua aparência estava adequada e apresentável e saiu do automóvel se movendo lentamente até o seu grupo de amigos.
-D.O você veio? Ah, você não sabe o quanto estou feliz. -Ele foi recebido por um caloroso abraço de Miranda, sua melhor amiga e até então a pessoa mais calorosa desde que JongIn se foi.
-Olá Miranda, você sabe que não perderia isso por nada, não é? -Ele tentou parecer o mais simpático possível, mas sua voz era tão baixa e tão morta.
-Você está bem? Sabe que se for pra casa descansar Antoni entenderá.
-Eu estou bem, apenas um pouco cansado do estresse da editora! -Kyungsoo odiava mentir, mas quando necessário o fazia muito bem.
Eles entraram no bar e antes que o moreno pudesse se sentar Miranda pegou duas bebidas e puxou o mesmo para um canto um pouco mais afastado e quieto.
-Porque você permanece tão forte? Você sabe que na minha frente não precisa se manter assim. -Kyungsoo brincou um pouco com sua bebia e sorriu para Miranda.
-Como esperava me encontrar, aos prantos? Não acha que já estamos grandinhos para ficar com todo esse drama, todos sabem da minha situação, mas nem por isso eu vou dar um de "o garoto perdido". Pelo amor Miranda, nós sabemos bem que isso só seria patético. - Miranda se moveu um pouco para frente olhando fundo nós olhos do homem a sua frente.
-Você sabe o quando se torna difícil pra mim te ajudar com você se mascarando cada dia mais? Kyungsoo, já fazem mais de onze meses que JongIn morreu e você ainda se isola totalmente de qualquer um que tente entrar.
-Porque um sorriso e uma presença pra vocês não é o suficiente? Qual é a dificuldade em entender que eu prefiro que tudo seja assim, tudo cinza pra mim.-O homem deu um gole em sua bebia fazendo sua garganta queimar, seu corpo estremeceu e suas veias pareciam pulsar três vezes mais.
-Entenda como quiser, mas não é como se nós fizéssemos isso por nós mesmo. O único motivo de querer ver o teu sorriso sincero outra vez é para que você se torne alguém mais feliz, por favor, você sabe que pode fraquejar na minha frente, não seja tão duro consigo mesmo.
Kyungsoo se levantou da mesa deixando a mulher de longos cabelos ruivos para trás, ele passou na mesa a onde Antoni já se encontrava, desejou feliz aniversario para o mesmo e pediu desculpas por não poder ficar na festa. Mesmo com o coração agonizando por não poder ficar ao lado de seu amigo aniversariante ele saiu do estabelecimento depois de terminar a sua bebida.
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L'ultima Lettera
FanfictionOnde o coraçãozinho de Kyungsoo não aguenta mais amar sozinho...