capítulo sete

2.1K 153 125
                                    

— Foi divertido. — o caçula fala ao entrar no apartamento de Pedri que trancava a porta.

— Sim, mas agora tenho duas opções. — joga as chaves na mesa do centro. — Encontrar um novo lugar pra gente ficar, ou trocar de carro. - A residência do garoto não era tão grande, mas era bonita e organizada. O que podia ser surpresa para uns, já que as pessoas panfletam que homem morando sozinho é sinal de bagunça na certa.

Gavi se joga no sofá, exausto. Adorava passar o tempo com o amigo, se sentia disposto na presença do mesmo. Pedri era dono da energia que ele precisava.

— eles decoram a placa rápido. — pega umas das almofadas colocando debaixo da própria cabeça. — você não vai querer comprar um carro todo dia.

— essa é minha meta. — diz com um sorriso divertido aproximando-se do lugar que Gavi estava relaxado.

— mas eu tenho uma opção bem melhor. — no sofá se deitava por cima do garoto. 

— e qual seria? — perguntou encarando os olhos castanhos que lhe fitava. Parou para analisar o rosto do amigo, Pedri era com certeza o cara mais bonito que Gavi já tinha visto. Seus traços maduros eram o ponto fraco do garoto que acabava por deixá-lo fraco, de uma maneira boa.

Pedri tinha suas bochechas coradas ao notar o mais novo analisá-lo tão descaradamente. Por outro lado sentia um frio na barriga e o coração palpitar. Acabou por esconder seu rosto na curvatura do pescoço de Gavi.

— não vou falar com você me olhando assim. — diz abafado.  — e por que está me olhando assim?

— conhece Van Gogh?

— Sim.

—- Ele também se apaixonaria por você.

Também?

Também. 

Agora a face do mais novo também ganhava um tom avermelhado, ele tinha literalmente acabado de falar que estava apaixonado pelo seu melhor amigo, diretamente.

Ele realmente estava ou foi um pequeno deslize na sua fala? 
Van Gogh deve ter se remexido no caixão entusiasmado nesse momento.

Gavi sai do transe e seus olhos vão de encontro com os do outro que aparentemente encarava-o desde o que acabou dizendo. O caçula não se sentia constrangido pela sua própria fala, muito pelo contrário, apenas se encontrava tímido por ter parecido tão claro.

Não teve tempo pra falar mais nada, pois a boca do outro estava contra a sua. Um beijo diferente, era a forma que Pedri encontrou de dizer "eu também estou por você."

Ele não tentava mais lutar contra os múltiplos sentimentos que sentia pelo seu melhor amigo, o cara que muitas pessoas até o consideravam ser seu irmão. Imaginava o choque que seria se alguém soubesse. Querendo ou não, ambos nunca deram indícios de sentir algo um pelo outro, ou até atração por alguém do mesmo sexo. A mídia sempre levou os toques, conversas, momentos dos dois apenas como amizade.

— fugir. — Diz com a respiração descompassada ao se desvencilhar do garoto. —  essa parece ser uma boa opção. - sorri com os lábios entre os dentes. Gavi passava delicadamente a palma da mão sobre a bochecha de Pedri. Quem poderia imaginar que ele estaria assim com o amigo, agora?

— vamos. — exclama.

— destino?

— céu.

É, Pablo, Você seria levado até o céu.

— estou falando sério. — senta-se sobre o sofá com a cabeça tombada para trás no encosto. O caçula não perde tempo em se levantar e sentar no colo do garoto, suas mãos sobem para os ombros do rapaz. Ele sabia que Pedri falava sério, essa também era uma vontade sua, mas podiam conversar sobre esse assunto outra hora.

Em campo • GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora