capítulo onze

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Após o quinto toque, a ligação é atendida. Pablo se amaldiçoava mentalmente por estar ligando para o amigo às 4:00 da manhã depois de ter passado a semana toda o ignorando.

Mas a ansiedade o sufocava, daqui algumas horas deveria estar no Camp Nou para a comissão que teria. Era mais para agradecer os torcedores, equipes, e o que os aguardava na próxima temporada.

Ele detestava estar em locais tão lotados com atenção voltada para si. Parecia que estava todo desfigurado. Só que dessa vez seu coração batia freneticamente de nervosismo, depois daquele dia no CT, em que os amigos souberam do seu caso com Pedri de uma maneira que não estava em seus planos, o deixava louco saber que vai estar sozinho.

Não foi só Pedri que acabou sendo ignorado, e sim todos os amigos do clube, e de fora também. Estava sem cabeça alguma para lidar com qualquer pessoa, e sabia que quando estava irado, podia falar coisas que se arrependeria logo em seguida.

Escutou a respiração pesada do amigo do outro lado da linha. Provavelmente estava dormindo.

Óbvio Pablo, são quatro horas da madrugada.

— desculpa? — não era pra soar como uma pergunta, no entanto,iria parecer orgulhoso. E naquele momento sabia que quem deveria ter qualquer má reação não era ele.

Engoliu seco por não obter resposta. Pensou na possibilidade do garoto ter pego no sono novamente, se não continuasse escutando a respiração dele sob o celular.

— Que horas são? — a voz rouca e sonolenta de González sai pelo aparelho. O garoto na sua cidade natal estava encolhido com vários lençóis que sua mãe deixou para que ficasse aquecido. Gavi sentiu seu corpo inteiro entrar em compulsão ao ouvi-lo, ficou extasiado por um breve momento. Seu corpo ficou uma brasa, parecia que mais velho falava bem no pé do seu ouvido. — Gavira?

— Você está com um celular na sua mão.

— Por que vou dar ao trabalho de tirar do ouvido se você me pode dizer?

— quatro e alguma coisa. — não iria verificar também. Escuta a risada baixa do outro lado, o que faz automaticamente um sorriso brincar em seus lábios, como sentia falta daquele som, de vê-lo e escutá-lo rindo para si.

— vai dar tudo certo. Você não precisa dar satisfações a eles. — fala como se já soubesse o motivo da ligação. E realmente sabia, o conhecia melhor do que ninguém, por isso eram melhores amigos. Podia mentalizar a feição sugestiva do garoto nesse momento. — seja lá o que você disser, irei assinar embaixo. — finalizou. Sua voz transbordava calmaria, poderia ser facilmente uma boa melodia para o toque de celular do mais novo.

— você como sempre sabe o que dizer. — solta o ar. Estava jogado na sua cama de uma maneira preguiçosa, não conseguiu pregar os olhos desde o dia anterior com o pensamento do que aconteceria quando chegasse no CT.

— minha boca como sempre fazer maravilhas pelo próximo. — sussurra levando os dois garotos a um dejavu.

"O que estava ajoelhado fazia um carinho singelo sobre as mãos do outro que ficou sem jeito com as palavras de Pedri.

— Podem até lhe subestimar, mas eu não permito você fazer isso contra si mesmo. — diz severo, deixando o outro ainda mais tímido. Gavi era conhecido por ser marrento e bater de frente com pessoas do dobro do seu tamanho. Mas ao lado de Pedri acaba vacilando, o que lhe deixava meio constrangido pelo amigo o deixar de saia justa apenas com palavras. Mas que para ele significava muito.
Tinha sido como se um peso tivesse saído das suas costas e ele pudesse finalmente voltar a respirar.

— como sempre sabendo o que falar. — sorri vendo o maior se levantar e fazer uma rápida mobilidade nos joelhos os aquecendo para o segundo tempo da partida contra PSG que seria em 3 minutos.

Em campo • GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora