capítulo 6

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O namorado da minha amiga, não aceitou de primeira quando a mesma o chamou para vir com ela na social do Neymar. Entretanto, a garota insistiu tanto que até eu fiquei abusada. Tínhamos acabado de chegar quando avistei Neymar perto da piscina, conversando com algumas pessoas. O Moreno, distraídamente, desviou a vista do grupo e seus olhos pairaram sobre mim. Fiz um gesto com a cabeça, amigavelmente, e o mesmo sorriu animado. Alguns segundo depois Neymar se despediu dos amigos e caminhou até mim. -Você veio.
_ O garoto depositou um beijo em minha bochecha direita._
-Eu disse que viria. Não se sinta ofendida, mas não acreditei muito no que me disse... achei que estava apenas querendo me despachar mais rápido.
_Neymar disse com um ar brincalhão._
-Merda! Por que não pensei nisso antes? Teria me poupado muita saliva... precisei de três horas para persuadir a Bruna a vir comigo.
_Falei._Percebi as feições do rapaz mudar, instantaneamente, mas apenas por um breve momento. Momento esse tão rápido que achei ter imaginado, pois o garoto voltou a abrir seu sorriso sapeca e me estendeu a cerveja que tínha em mãos.
-Eu não bebo. _ neguei, fazendo uma careta de reprovação para o líquido dentro da garrafa. _
-Tudo bem! Mas posso te trazer outra coisa, sei lá... um refrigerante ou uma água...
-Um refrigerante seria ótimo. -Refrigerante. Certo, eu já volto. -Obrigada. _ e então ele se foi.Olhei para os lados a procura do casal que havia vindo comigo, mas nem água. Resolvi me afastar um pouco daquela gente bêbada e sentei na borda da piscina. A noite estava linda com uma bela lua no céu e estrelada como não via a muito tempo. A brisa estava ótima, como a de ontem, me fazendo lembrar da cena com Lucas na piscina. Ele continuava o mesmo metido de antes, isso não tinha como ser negado. Mas pelos poucos minutos que reparei no rapaz, ele havia mudado bastante no quesito porte físico e estilo. Nunca foi surpresa pra ninguém que, Lucas Paquetá se tornaria um adolescente cheio de hormônios e com muito amor pra dar, mas suas roupas despojadas me pegaram desprevenida. O rapaz se parecia mais com um bad boy revoltado com o mundo do que com o herdeiro das empresas Tolentino. Nunca havia o visto com uma, no entanto, algo me dizia que em seu guarda roupa continha uma jaqueta de couro preta._
-Pensando em mim? _Lucas se sentou ao meu lado na borda da piscina, me puxando para fora dos meus desvaneios._
-Cuidado com esse ego. Um dia ele estoura. _finji indiferença. _
-Só estava brincando, esquentadinha. Relaxa ae. _ O garoto levantou as mãos em sinal de redenção._ Me perguntei onde estava a marra toda que ele transparecia pelos corredores da escola. Não havia visto ele conversar com nenhuma garota, mas comigo parecia fazer questão.
-Afinal de contas, o que diabos você está fazendo aqui? Me perseguindo?__ perguntei irritada. _
-Cuidado com esse ego, um dia ele estoura... _ repetiu a mesma frase que eu tinha dito segundos atrás, com um sorriso cínico nos lábios. Revirei os olhos e ele continuou:
- A social é do meu melhor amigo.
- Aaa é mesmo! Tinha esquecido que o Neymar chama você de melhor amigo._ debochei. _
-Você dois são tão diferentes...
-E é? Como? _Lucas pergunta curioso._
-Por exemplo, ele é gentil e sabe como tratar uma garota.
-Então, você acha que não sei como tratar uma garota, é isso? _o garoto olhou pra mim incrédulo e o incômodo na sua voz era perceptível._
-Tenho certeza, Paquetá.
_ Minha voz saiu seca._
-Você nem me conhece.
_ Soltou ultrajado._ Porém, ele falou com tanta naturalidade que deu vontade de rir e foi o que fiz.
-O que foi? _ Lucas me perguntou com a testa franzida. Parecia impaciente._
-Conheço mais do que gostaria.
_ falei, tentando retomar o fôlego que havia perdido. _
-Você age assim, como se me conhecesse desde o dia da esbarrada no corredor, mas não consigo lembrar de onde nos conhecemos.
-Isso eu já sei, amiguinho. Que cruel não lembrar da Mônica.
_Finalmente o encarei, esperando sua reação e foi como o esperado._ O mesmo lembrava de mim, só não me reconheceu. Lucas ficou sem reação. Abria e fechava a boca, assim como um peixe. Eu o tinha deixado sem palavras.
-Ficou sem palavras, senhor Paquetá ? _O sarcasmo dominava todo o meu ser. _
-O-o-oque... Como você veio parar aqui?... você não morava em São Paulo?_Gaguejou um pouco._
-Isso não é da sua conta.
_ cuspi as palavras com rispidez. _ -Mas que bom que lembrou da garota que você zoava na sua infância de merda.
_ Me levantei com fogo nos olhos, mas quando fui sair Lucas segurou em meu braço. _
-Eu não consigo entender... Como e porquê você veio parar aqui? Você está diferente...
_ O idiota me olhou de cima a baixo e fiquei com vontade de esgana-lo por tamanha ousadia. SENHOR, dai-me paciência, se não hoje eu durmo na cadeia por assassinato... Respirei fundo e cuspi as palavras sentindo um gosto amargo na boca:
-Vou te falar, apenas, uma única vez. Não sou sua amiga, nem tenho interesse em ser. Me faz um imenso favor e vira a cara quando passar por mim.
_Olhei pra mão dele segurando o meu braço._
- E mais uma coisa... nunca mais toque em mim, novamente. _ Me soltei dele, puxando o meu braço com tudo e sai dali pisando firme. Enquanto Lucas embasbacado continuava parado na borda da piscina.
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Sempre foi você| 𝕃𝕦𝕔𝕒𝕤 ℙ𝕒𝕢𝕦𝕖𝕥áOnde histórias criam vida. Descubra agora