The First Afternoon

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Adrien

O Sol se foi como acontece todos os dias, mas hoje... Dessa vez seria sinônimo de outra coisa na mansão dos Agreste.

- Pai o senhor tem mesmo que ir? - indagou o rapaz, desejando ouvir uma resposta diferente desta vez.

- Eu já lhe expliquei, Adrien. Expliquei duas vezes, essa viagem é essencial para o desenvolvimento do próximo projeto da marca Agreste. E você não ficará sozinho, Natalie ficará aqui e lhe auxiliará em tudo que precisar. - terminou o pai, entrando no carro logo em seguida, sem nem ao menos abraçar o filho mais uma vez.

Adrien ficou estático enquanto observava o carro desaparecer na esquina, ainda não conseguia acreditar que passaria tanto tempo sem seu pai.
6 meses. Espero que passem depressa, desejou ele.

- Adrien, não fique parado aí fora. - pediu Natalie, chegando enfim.
E ao perceber que o menino estava longe demais em seus pensamentos para lhe dar atenção, se aproximou, e o guiou até os portões da mansão.

- Venha, vamos entrar. Vou preparar algo para comer. - disse ela.

- Não quero nada, Natalie, obrigado... Prefiro ir para o meu quarto. - esclareceu Adrien, subindo as escadas e deixando a mulher para trás.

Ah, Gabriel... Veja bem o que está fazendo, pensou ela.

☯︎

- Então quer dizer que seu pai vai ficar fora do país pela metade do ano? - questionou Plagg, que apesar do tom que usou não parecia nem um pouco preocupado enquanto saboreava seu amado queijo.

- Exatamente... Não sei o que fazer, Plagg. - disse Adrien, antes de se jogar no sofá.

- Veja, não acredito que vá mudar muita coisa. - afirmou Plagg, voando para ficar de frente para seu portador. - Você ainda tem a escola, sua missão como Chat Noir, suas aulas e compromissos como modelo... Vocês dois mal se veem, logo, nada sofreu grande alteração, assim como meu camembert, cuja receita permanece a mesma.

- É Plagg, talvez nada tenha mudado... - falou Adrien, refletindo enquanto girava o anel em seu dedo. - Mas uma coisa você disse bem: ainda tenho minha missão como Chat Noir. - o loiro sorriu, erguendo-se de onde estivera deitado, determinado a por sua ideia em prática.

- Sim eu sei, digo muitas coisas de uma forma bem... - ele foi interrompido por Adrien, que agora transformado pulou janela a fora pelos telhados de Paris.

☯︎

Marinette

- Sabe Tikki, as vezes penso em como será minha vida depois dos miraculous. - expôs Marinette, que costurava sua mais nova peça: um suéter.

- Nossa Marinette! Está ficando lindo! - exclamou Tikki ao ver o progresso da vestimenta. - Mas entendo o que quer dizer... Os miraculous tem tomado muito de você, e você tem abrido mão de muita coisa em prol de ser a Ladybug.

- É... Mas, apesar de tudo, eu não consigo me arrepender. Dói, claro que dói, e muito, mas saber que estou salvando milhares de pessoas faz com que tudo valha a pena. - terminou ela, passando a mão pelo bordado de pata de gato que havia feito na roupa. - E é exatamente por isso que não consigo imaginar como vai ser depois que os miraculous passarem para outro portador.

Marinette de repente se perdeu em seus pensamentos. Havia abdicado de tanta coisa para dar continuidade a sua missão; não tinha namorado, vivia mentindo para seus pais, nunca podia ser totalmente verdadeira com ninguém, e ainda recentemente tinha...

- Se esconde Tikki. - pediu Marinette, após ouvir uma batida na porta que levava ao terraço.

Ao abri-la, um sorriso tomou conta de seu rosto por ver quem era.

- Chat Noir! - exclamou surpresa. - O que o traz aqui? - perguntou.

- Oi Marinette, estava fazendo uma patrulha de rotina e decidi fazer uma visita. - explicou. - Posso entrar...?

- Ah, claro! - disse ela, saindo da frente para que ele pudesse passar. Estava tão alto, mais do que na última vez que ela parou para medir.

- Vejo que estava trabalhando.

- É, estava sim... Inclusive, é pra você. - esclareceu ela, corando sem entender o motivo.

Chat Noir pareceu surpreso, talvez por não entender por qual razão ela iria presenteá-lo com algo feito a mão, mas certamente não iria recusar.

Marinette foi até a poltrona onde estivera sentada e pegou o suéter com pata de gato, um gato preto.

Chat Noir sorriu ao pegar a peça nas mãos da garota, contente por saber que Marinette havia dedicado horas para fazer algo tão bonito pra ele.

- É lindo, Marinette, mas não entendo porquê o fez pra mim, deve ter dado muito trabalho. - questionou ele.

- De fato foi trabalhoso, mas eu queria dar algo a você para que se lembrasse de mim. - explicou ela, o que fez com que a expressão no rosto do gatinho mudasse.

- Co-como assim? Vai embora de Paris?

- Ah, não é que... - Marinette percebeu que havia colocado a si própria em uma enrascada, e não sabia como sair dela. - Bem, é um presente, espero que aceite.

- Mas é claro que eu aceito, imagine se eu teria coragem de recusar, é tão caprichado... - concluiu o loiro, passando a mão na pata bordada.

Já havia anoitecido, e em poucas horas todos em Paris já estariam dormindo; Chat Noir não achou prudente se demorar mais no quarto de uma garota por quem sentia atração enquanto estava ainda fragilizado pela viagem que o pai fazia, mais pela partida dele de forma tão insensível.

Acabaria fazendo uma besteira.

- Bom, já está na hora de eu ir Marinette, só passei para dizer um "oi" mesmo. - disse ele dirigindo-se a porta. - E de verdade, muito obrigado pelo suéter, vou usá-lo bastante, acredite. - agradeceu ele, dando um beijo na bochecha da moça, a fazendo corar.

- Ahn... Tchau Chat Noir, volte sempre que quiser conversar, tem em mim uma amiga. - falou ela, em seguida se repreendendo mentalmente por sugerir um retorno do companheiro de luta ao seu quarto.

Chat Noir sorriu, e após isso a azulada o viu partir por sobre os telhados das casas parisienses, inconscientemente desejando que ele não tivesse de ir.

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Oi gente, autora aqui!

Já faz um tempo que escrevi esse one shot. Era pra ser algo de um único capítulo, mas a falta de desenvolvimento era tanta que não me contive e escrevi mais um pouquinho.

Os capítulos são curtinhos mesmo, em 30min creio que já seja possível terminar completamente.

Lembrando que isso tudo foi só um surto meu de uma madrugada, não esperem muito kkk.

É isso, boa leitura!

 Several Nights - Short Story MarichatOnde histórias criam vida. Descubra agora