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– Por que você está sendo legal comigo? Está com pena de mim? Se for isso

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– Por que você está sendo legal comigo? Está com pena de mim? Se for isso... – Ginnah pergunta após os dois saírem da lanchonete.

– Não. – Kazuki corta. – Você não tem ninguém ao seu lado nesse momento... – Ele faz uma pausa. –  Eu só quero te ajudar.

Ginnah o olha de relance. – Isso não é convincente.

– Eu sei que não. – Ele concorda. – Mas você não recusou a minha ajuda, então foi convincente sim.

Ginnah suspira e os dois continuam andando um ao lado do outro em silêncio.
   Durante a caminhada, garotas que passavam em volta dos dois olhavam para o Kazuki e cochichavam enquanto um sorriso se formava em seus rostos.

Kazuki vendo a situação em sua volta, ficava desconfortável e tentava se esconder com o seu boné que infelizmente não ajudava muito.

Suspirando fundo Ginnah pega o seu braço e os leva até um banco que ficava perto do parque.

– Senta aí. – Ginnah pede após se sentar, e soltar o seu braço.

Kazuki se senta e os dois olham para frente, vendo as crianças brincando no parquinho.

Após um período de tempo em silêncio, Ginnah quebra, dizendo:

– Como agradecimento, você pode me perguntar o que tem dúvidas que eu irei responder.

Kazuki a encara surpreso – Sério?

– Sim.

– Certo... – Kazuki faz uma pausa. – O que aconteceu com a sua mãe?

Ginnah suspira e empurra as emoções, como tristeza, e responde:

– Quando eu cheguei em casa, vi ela dormindo. Tentei acordá-la, mas nem um sinal dela acordar, então eu soube no mesmo instante que ela tinha desmaiado. – Ginnah faz uma pausa suspirando, tentando parecer forte. – Eu liguei para ambulância e eles levaram a minha mãe no hospital, e eu fui junto.

– Você sabe o que ela tem?

Ginnah nega com a cabeça. – Não. Quando eu cheguei, o médico tinha saído da sala.

A forma que a Ginnah dizia o que tinha acontecido, fazia o Kazuki sentir mais necessidade de ajudá-la. Entretanto, ele hesita antes de perguntar o que mais estava curioso para saber.

– E quem é aquele cara? Que se chama... Harrison.

Novamente Ginnah suspira fundo, mas dessa vez sentindo o aperto em seu coração enquanto relembrava do que o seu "pai" tinha feito e dito para ela.

– Ele era... – Ginnah faz uma pausa sentindo um nó em sua garganta e um gosto amargo pelas palavras que seriam ditas. – meu pai.

– Pai?! – Kazuki diz surpreso. – Aquele homem... É o seu pai?!

– ERA! Não é mais...

– O que aconteceu? Por que ele não é mais o seu pai?

Essa pergunta foi o suficiente para Ginnah jogar tudo pra fora, que antes guardava dentro de si.

– Ele... Simplesmente deixou eu e minha mãe, quando eu tinha apenas seis anos de idade. E essa decisão que ele tomou, fez a minha mãe chorar... Ela nunca tinha chorado, não na minha frente. – Ginnah faz uma pausa enquanto soluços a impedia de continuar falando. – Depois desse dia... Eu o odiei. O odiei por ter feito minha mãe chorar, o odiei por ter deixado a gente como se não fossemos a sua família. Eu o odeio com todas as minhas forças, e por isso não o considero como o meu... Pai.

Após dizer tudo aquilo que sentia em relação ao seu pai, Ginnah chora. Dessa vez deixando tudo aquilo que prendia dentro de si, sair. Como um passarinho antes preso na gaiola, saindo e finalmente voando. Voando com consciência que tinha liberdade que antes tinha sido roubada.
   Da mesma forma, Ginnah estava chorando sem esconder a sua fragilidade e fraqueza. Sua liberdade que tinha perdido, mas que agora sabe que reencontrou novamente.

Kazuki percebe que tudo aquilo que Ginnah disse para ele, foi uma forma de libertar tudo aquilo que guardava dentro de si. E sabendo disso, o deixava muito feliz e aliviado.
   Entretanto... Ver a garota que conhecia, sabendo da sua personalidade forte, que nunca se deixou abalar por nada e por ninguém. Vê-la agora chorando sem parar ao seu lado, o deixava abalado e comovido.

Antes mesmo de pensar em qualquer coisa, ele o envolve em volta dos seus braços com um abraço.

No mesmo instante que ele estava ao seu lado a abraçando, Ginnah não conseguia esconder a surpresa que agora estava estampada em seu rosto.

– Chore o quanto você achar necessário... Eu estou aqui, do seu lado. Pra o que der e vier. – Kazuki diz e Ginnah chora mais se entregando no seu abraço quente e confortável.

Ginnah se sentia confortável e feliz com a presença e ajuda do Kazuki. A pessoa que agora ela tinha certeza que não odiava mais.
  
Seu abraço, conforto, apoio e preocupação, foi o suficiente para Ginnah entender que aquilo que antes era ódio que sentia pelo garoto, aos poucos está virando admiração e amor.
  Como uma chama que antes apagada, está nesse momento acendendo em seu coração.

𝑁𝑈𝑁𝐶𝐴 𝑠𝑒𝑟𝑎́ 𝐴𝑀𝑂𝑅!Onde histórias criam vida. Descubra agora