Durante o café, eu contei tudo o que está acontecendo para o Porsche. Ele ficou assustado no início mais disse que entendia o meu ponto de vista, que eu já não aguentava mais sofrer.
Ele disse que poderia me ajudar, só bastasse que eu ligasse ou mandasse mensagem para ele. Pelo visto é tarde demais.
— Onde você colocou meu celular? —Pergunto após terminar o café que estava em meu copo.
— Na cabeceira da cama. —O moreno me responde ao colocar a bandeja de café no chão, pois já havíamos acabado.
Olho para trás e sobre cabeceira de madeira clara, como ele havia falado, ali estava meu celular. Pego o aparelho e vejo inúmeras chamadas perdidas de Arm.
— Ah... Porsche, eu agradeço muito pelo o que você fez por mim, ontem e hoje. Mas eu preciso ir. — Digo me levantando em seguida.
— Você quer que eu leve você? — Porsche pergunta se levantando.
— Não precisa. Não quero incomodar. — Falo rapidamente começando a calçar meus sapatos, que estavam ao lado da cama.
— Você não sabe sair daqui, não sabe pra onde vai. Me deixa ajudar você. — O moreno segura minha mão que terminava de ajeitar meus sapato em meu pé direito.
— Tudo bem... — Me rendo e ele da um de seus contagiantes sorrisos. — Só me deixe ligar para o Arm.
— Arm, hm? Algum namorado que eu não estou sabendo? — Ele pergunta sugestivo, me fazendo rir e me sentar na cama. Só o Porsche pra brincar com uma coisa dessas.
Desbloqueio meu celular e vou nos meus contatos, rapidamente clicando no número de Arm, que estava em chamadas recentes.
A ligação rapidamente inicia, logo se começando a chamar... Uma, duas, três vezes e nada. Até que na quarta vez que o som se repete, ouço a voz de Arm do outro lado da linha.
— Arm? — Pergunto cheio de esperança para que seja ele a ter atendido a ligação.
— Pete? Meu Deus, onde você está? Você sumiu ontem... Eu te procurei todo esse tempo. Onde você está? Eu posso ir buscar você.
A voz de Arm está carregada de preocupação e um pouco de alívio. Ele também me parece cansado. Não pensei direito e acabei o preocupando demais.
— Ei, calma. Eu estou bem, passei a noite na casa de um amigo de faculdade. — Tento tranquiliza-lo.
— Como você foi parar aí? Certeza que esta tudo bem? Eu posso dar um jeito de buscar você. — Posso perceber que mesmo eu dizendo a verdade, não era o suficiente para que ele estivesse satisfeito.
— Me diz onde você está, eu peço para o meu amigo me levar até aí. — Digo olhando para o Porsche, que acena positivamente com a cabeça.
— Eu estou na pracinha quer fica perto do seu antigo prédio... Você realmente vai vir não é? —Ele parecia cada vez mais ancioso, ele precisava se acalmar.
— Arm, mantenha a calma. Eu vou até você, ok?—Falo tentando acalmar o rapaz do outro lado da linha. — Se acalma... Respira fundo que eu já estou indo. Chego em meia hora, agora eu vou desligar.
Antes de desligar ouço um suspiro vindo de Arm e então eu encerro a ligação, logo olhando para o moreno que esta em minha frente.
— Ele realmente está preocupado com você.. —Porsche diz o óbvio.
— Você vai realmente me levar lá? — Pergunto esperançoso.
— Claro né, parece que não confia mais em mim. — Ele resmunga e eu dou uma risada breve.
Saímos do quarto e enquanto o moreno seguia para a cozinha, para por a bandeja em que tomamos café lá, eu continuo andando pelo corredor.
A casa do Porsche tem a decoração toda em tons claros e num estilo moderno clássico. Bem como ele, moderno mas sem perder a classe.
Me sento no sofá tentando formular em minha cabeça uma explicação para Arm. Afinal, ontem eu fugi dele, fugi de tudo pra falar a verdade. Fui parar do outro lado da cidade, onde eu não conhecia nada e nem ninguém.
Sinto que Arm merece uma desculpa decente. Eu fugi dele, fiz ele procurar por mim, gastar o tempo que ele não tinha.
Parece que ele cuidou de mim esse tempo todo, desde quando nós nos falamos pela primeira vez. É como se ele fosse meu amigo e eu não tivesse percebido. Enquanto eu achei que estava sozinho, Arm sempre esteve ali.
Lembro que tinha dias que ele me observava fazendo hora extra e comprava uma fatia de torta, e nós dividiamos enquanto eu terminava o trabalho.
Eu de fato nunca parei pra prestar atenção nisso. Arm sempre cuidou de mim, sempre foi carinhoso e atencioso comigo. Eu por outro lado, por estar preso em minha bolha imaginária, acabei não percebendo isso. Eu tenho sorte de ter Arm em minha vida.
Escuto uma voz me chamar, me fazendo voltar a realidade. Era Porsche que já estava com a chave do carro em mãos
— Ei, Peter pan, vamos? — Porsche me chama pelo apelido que ele mesmo deu a mim, quando ainda estávamos no ensino médio.
Viro meu olhar para ele, que estava ao lado da porta já aberta e apontava lá pra fora. Passo por ele em silêncio e escuro o mesmo trancar a porta. Seguimos até o carro em silêncio, Porsche parece entender que eu estava pensando e não quer atrapalhar.
Me sento no banco do passageiro e Porsche assume a direção. O ronco do motor é ouvido assim que o moreno ao meu lado gira a chave na ignição, logo o carro já está em movimento.
Olho para a janela e vejo o céu azul. Eu não vejo o céu assim a semanas, parece que tudo finalmente está ficando melhor. As nuvens brancas parecem algodão, não está calor e nem frio, está perfeito.
Não demora nem cinco minutos e já posso ver as ruas conhecidas do meu bairro pela janela. Não sei se é porque o ruivo mora perto do meu antigo prédio, ou se ele está muito rápido com o carro.
Começo a ver os brinquedos que ficam na parte infantil da pracinha, tem umas criancinhas brincando umas com as outras e uns adultos, que eu suponho que sejam os pais, ao lado.
Porsche para o carro e então eu saio do veículo, não tardando a procurar Arm com meu olhar.
Atrás de mim, o barulho do carro sendo trancado é ouvido e logo a figura alta do moreno se põe ao meu lado.
Começo a andar em passos rápidos, com Porsche atrás de mim. Olho para todos os lados desesperado para achar o moreno.
Vejo o de cabelos negros sentado num dos bancos e com a cabeça baixa, logo deixo um sorriso aliviado se formar em meus lábios.
— Arm? — Grito o nome dele e corro em sua direção com um sorriso no rosto.
Ele se levanta e me olha. Escuto um suspiro de alívio, assim que nos uno num abraço apertado. Poucas horas foram o suficiente pra ver o quanto ele faz falta pra mim. Eu prometo a mim mesmo que nunca vou ficar longe do Arm mais uma vez.
— Me desculpa por ter desaparecido... Eu sou um covarde. — Digo após separar o abraço e olho nos olhos do mais alto.
— Tudo bem.. Você estava com medo. — Arm tenta me reconfortar e começa a fazer carinho em minhas bochechas cheinhas.
— Não vou fugir mais.— Falo num sussurro e fecho os olhos aproveitando o carinho.
Sinto os lábios de Arm em encontro aos meus, iniciando um selar demorado. Me deixo levar por aquele sentimento confuso que se formava em meu peito, até que nossas testas se juntam e ele me olha.
— Eu te amo, Pete.
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Oii, galera do mau.
como vcs estão? Contem pra mim.. Novidades?
Oq tão achando que vai rolar agora? O negócio vai aliviar, ou vai ficar tenso?
Se tiver algum erro ortográfico, Sorry me
Até a próxima atualização!
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𝐃𝐞𝐚𝐫 𝐃𝐞𝐯𝐢𝐥 - 𝐕𝐞𝐠𝐚𝐬𝐏𝐞𝐭𝐞
FanfictionAo ver sua vida inteira, indo por água a baixo. Pete encontra um ser que pode mudar sua vida, tanto para melhor quanto para pior. Posso te dar tudo o que deseja, Pete. basta apertar minha mão - Me diz o desconhecido Pete deve ou não confiar no Home...