02 | a tal da

721 55 19
                                    

ANNA ESTRELLA

ㅡ Porra, que trânsito do caralho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ㅡ Porra, que trânsito do caralho. ㅡ Bella ao meu lado exclama bem alto, se inclinando melhor dentro do carro, para ver do lado de fora.

ㅡ Isabella põe essa cabeça para dentro do carro, sua estranha. ㅡ Puxo seu braço para dentro, então ela sossega a bunda no banco novamente.

Vejo a hora no celular. O 0800 acabaria exatamente às 23h, e já eram 22h58, e o evento era a um quarteirão daqui.

ㅡ Olha moço, muito obrigada mas nós vamos descer aqui mesmo. O corrida está no cartão, certo? ㅡ Olho para Bella já abrindo a porta do carro, no meio da rua.

ㅡ Está sim, dona.

ㅡ Ok, muito obrigada.

Ela desce do carro, e eu sem entender olho-a daqui de dentro.

ㅡ Bora Anna, sua bolsa ó.

Ela aponta para a bolsa esquecida no banco, eu suspiro e pego-a, saindo do carro.

Abaixo minha saia para não ficar pelada e nem parecendo uma puta no meio da rua.

ㅡ Na moral, por que o seu cabelinho ㅡ usei um tom debochado ㅡ não nos buscou com a van dele, ein?

Perguntei para ela.

As duas, de salto alto e roupas curtas andando de noite em uma avenida não tão movimentada, apesar da longa pista cheia de carros parados por algum motivo.

ㅡ Fica quietinha, Anna. Ó ali, vamos logo.

Logo que viramos a esquina demos de cara com uma fila enorme para entrar dentro da boate. Eu logo murchei, afinal já tínhamos perdido o 0800 por causa do trânsito.

ㅡ Aonde você vai?

Bella me perguntou ao me ver indo para o final da fila.

ㅡ Meu amor, eu tenho ó ㅡ ela me mostrou pulseiras vips na cor douradas, e ainda diziam camarote exclusivo do cabelinho ㅡ pulseiras especiais.

Eu ri mas segui a cacheada até um dos seguranças que estavam na porta.

ㅡ Boa noite, moço. Eu tenho essas pulseiras aqui, olha, uma pra mim e outra pra uma amiga.

ㅡ Nome, por favor.

ㅡ Isabella Campos e Anna Estrella.

ㅡ Isabella.. pode entrar. ㅡ Observei Bella entrar e logo ter que passar por uma mini revista. Mexeram na bolsa dela mas nada de mais. ㅡ Anna Estrella... hm, a senhora na verdade está no camarote exclusivo do Filipe Ret.

Encaro Bella. Ela solta uma risada espontânea e nega com a cabeça.

ㅡ Ah, tudo bem. ㅡ Respondo a primeira coisa que vem em minha cabeça, e logo passo pela revista, assim como a cacheada.

ㅡ Anna ㅡ ela riu ㅡ ele te colocou na lista exclusiva dele... sem nem te conhecer pessoalmente.

ㅡ Certeza que deve ter mais umas 15 na tal, lista exclusiva dele.

Andei na sua frente, logo entrando na boate, que graças ao horário ainda estava vazia, e indo direção para o bar.

ㅡ Uma Ice, por favor.

ㅡ Deixa de ser assim, Anna. Não importa se tem outras 15, você pega, deixa eles querendo mais, some por alguns dias e pronto, não vão sair do seu pé. ㅡ Ela se virou para o garçom quando ele me entregou a bebida.

Dei o primeiro gole.

ㅡ Fiz isso com o Victor, e deu certo né, olha onde estamos. Aliás, vou mandar mensagem, quero ver ele antes do show.

ㅡ Olha só, Isabella, não quero que me deixe sozinha.

Dei outro gole.

ㅡ É só vir comigo, provavelmente eles devem estar juntos. Tenta se soltar mais também, o Ret é de boa.

Eu assenti, fazendo questão de apenas beber a minha bebida.

Olhando ao redor eu percebi um cara alto e barbudo se aproximar de nós, ele olha para Bella e então ela sorri para ele.

ㅡ Marcão, você parece mais assustador hoje. ㅡ Ela sorriu, abraçando o cara enorme, que a cobria inteira. ㅡ Essa é a Anna.

Eu acenei para ele, com um sorriso sem graça no rosto.

Então ele logo nos levou para o andar de cima da boate. Agora sim o local já começava a ficar cheio, e a música havia mudado de um eletrônico chato para um funk proibidão.

Isabella pegou na minha mão e me puxou para dentro de um local apertado, porém iluminado e exatamente do lado do palco, mas que tivemos que dar a volta na boate inteira para chegar.

O segurança que Bella chamou de Marcão ficou parado na porta, depois de entrarmos as duas no local.

Senti um cheiro forte de maconha e cigarro, o local estava uma bagunça, garrafas de cerveja, vodka e whisky caídas pelo chão, sem contar nos maços de cigarro, mas estes que estavam apagados nos vários cinzeiros que tinham.

A cacheada foi em direção ao loiro sentado no sofá confortável, com um balão na orelha.

ㅡ Minha preta. ㅡ Ele a chamou quando viu, puxando-a pela cintura enquanto estava sentado, fazendo-a cair em cima dele.

E eu estava estática, ainda parada na porta do camarim morrendo de vergonha no meio daquele monte de droga, bebidas e homens.

E mais ao fundo estava ele. Nossos olhares se cruzaram de repente, o beck soltava fumaça entre seus dedos, então ainda com o olhar em mim, ele levou o cigarro até entre os lábios, tragou e então soltou, fazendo-me finalmente desviar o olhar.

De repente eu me senti ainda mais constrangida, e senti minhas pernas tremerem quando observei de canto de olho o homem caminhar até mim.

Eu me virei em sua direção, observando na cara de pau ele caminhar até mim, antes, parou ao lado do sofá, onde a vagabunda da Isabella ainda beijava o Cabelinho, e apagou seu beck ali, e aí sim veio até mim.

ㅡ Então você é a tal da Estrella?

Até a próxima.

ESTRELLA | filipe ret Onde histórias criam vida. Descubra agora