06 | tempo de espera

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ANNA ESTRELLA

ㅡ Você disse que gostava de japa, então eu trouxe

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ㅡ Você disse que gostava de japa, então eu trouxe.

ㅡ Ah... ㅡ Não consegui falar nada, fiquei por vários segundos olhando ele de dentro de casa, enquanto ele segurava as várias sacolas.

ㅡ Não vai me convidar pra entrar?

Então eu tive meu choque de realidade e percebi que estava parada na porta há minutos, sem falar nada, que nem uma estranha.

ㅡ Ai, meu deus, desculpa. Claro, entra.

Eu dei espaço para ele entrar, logo em seguida fechando a porta.

Ele caminhou até a sala de jantar, não muito longe dali, colocando as sacolas em cima da mesa de vidro.

ㅡ Como você me achou?

Ele soltou uma risadinha.

ㅡ Eu tenho meus meios, morena.

Os meios = Isabella Campos.

Eu balancei a cabeça, rindo.

ㅡ Mamãe, quem tá aí? ㅡ Theo, com seus pezinhos descalços, se escondia atrás da cadeira, com vergonha do rapaz.

ㅡ Filho, esse é um amigo da mamãe, o nome dele é Filipe. Vai lá falar com ele.

Tentei convencê-lo, enquanto fazia carinho em seu cabelo liso. Ele apenas balançava a cabeça.

Então, Filipe veio até nós com as mãos para trás, então também de agachou ao nosso lado.

ㅡ Fala aí, cara. Fiquei sabendo que você foi muito fortão lá no hospital, que nem o Hulk, aquele cara verdão, sabe? ㅡ Theo sorriu e balançou a cabeça rapidamente. Sorri. ㅡ Então eu acho que você tá merecendo um presente, mas não deixa a mamãe ver porque já tá tarde.

Filipe chamou Theo e passou o pequeno pacote como se fosse drogas, cheguei a suspeitar por um momento, mas depois vi que era um pacote de Tortuguita.

O menino falhou em esconder o doce, já que quando viu do que se tratava, deu pulinhos com ele, me permitindo saber.

ㅡ Só amanhã depois do almoço, ouviu mocinho. ㅡ Ele me lançou um joinha com as mãos e então voltou correndo para a sala.

ㅡ Como sabia que ele... ㅡ Sabendo o conteúdo da minha pergunta, Filipe me olhou. ㅡ Tudo bem, você tem seus meios.

ㅡ Vamos comer, tô numa larica do caralho. Só almocei hoje.

ㅡ Ficou ocupado o dia inteiro?

Perguntei, enquanto ajudava ele a desembalar a comida.

ㅡ Depois de visitar minha mãe eu tive que ir no estúdio, resolvi umas paradas que tavam me enchendo o saco já. Fora isso, foi tudo de boa.

ㅡ Então você teve tempo pra comer. ㅡ Afirmo a ele.

ㅡ Tive, mas nem lembrei disso, morena.

Minha boca chegou a salivar assim que vi a mesa repleta de japa. Já direcionei minha mão até um hot filadélfia e me deliciei. Quentinho e crocante.

Porra! Comeria isso todos os dias.

ㅡ Ou, espera sua esfomeada! Vamos comer com o Theo.

Eu ri. ㅡ Desculpa, é que tava me chamando a atenção.

ㅡ Filho! ㅡ Gritei para ele ouvir lá da sala. ㅡ Pausa o filme pra gente poder ver também.

ㅡ Tá. ㅡ Respondeu.

ㅡ Onde você tem uns potes pra colocar essas comidas? Senão vai sujar tudo lá...

ㅡ Pode deixar que eu pego.

Tranquei a porta que eu havia esquecido e caminhei até a cozinha, que era o lado contrário na sala de jantar.

No caminho, senti meu babydoll subir um pouco de mais deixando a mostra a polpa da minha bunda, eu rapidamente puxei o pano fino para baixo, rezando secretamente para ele não ter visto a cena.

Peguei os potes e fingindo que nada aconteceu, ajudei ele a arrumar o japa nos potinhos. Assim fica muito mais fácil de irmos comer na sala.

ㅡ Chegamooos.. ㅡ Disse quando cheguei na sala, eu e Filipe colocamos os potinhos na mesa de centro e ele se sentou no chão, para poder ficar na mesma altura.

ㅡ Solta esse filmão.

Eu ri baixo, vendo Theo soltar uma gargalhada e então voltar o filme do início.

ㅡ Você gosta de Shoyu? ㅡ Assinto ㅡ Vou encher pra você.

Ele pegou o pequeno recipiente e encheu de shoyu para mim, depois fez o mesmo para ele, e então, incrivelmente prestando atenção no filme, se saboreou com o primeiro temaki.

Disfarçei o riso ao ver creem chase espalhado por seu rosto inteiro, parecia uma criança comendo, mas Theo fez esse trabalho pra mim.

Riu como uma criança atentada. ㅡ Tio, você tá parecendo aqueles palhaços com a boca toda suja.

ㅡ É... olha, corre senão eu vou te pegar... 1... 2... 3 e..

Theo soltou a maior gargalhada e então saiu correndo enquanto tropeçava em meio as almofadas. Filipe ainda com a boca suja, se preparou para correr atrás dele, e quando eu vi ele já estava trazendo Theo em seu colo enquanto pequeno se contorcia de rir pelas cócegas que sentia.

Com a boca cheia de comida, eu tento não rir ao ver meu filho tão animado vendo o filme com Filipe. Ainda saboreava a comida, enquanto eles viam o filme deitados no sofá.

Não imaginaria que Filipe iria querer ficar dessa maneira comigo, justamente por causa de Theo, mas parece que ele não se importa, e já percebo que Theo o adorou.

ㅡ Vou guardar as coisas na cozinha, já volto. ㅡ Digo para eles em meio ao filme.

Juntei as comidas restantes e os lixos para facilitar, e já levo metade das coisas para a cozinha. Lá tenho um pequeno sobressalto quando percebo a presença de Filipe trazendo o resto das coisas, silencioso.

ㅡ Aqui.. ㅡ Ele põe o resto das comidas em cima da bancada.

ㅡ Obrigada.

Eu guardo dentro de um potinho e coloco os lixos já no lugar.

Antes de sair da cozinha, eu reúno coragem e pergunto.

ㅡ Por que veio me ver aqui?

ㅡ Porque queria te ver.

Eu não respondo. Então ele chega mais perto e segura minha cintura.

ㅡ E não deu tempo de te conhecer direito naquele dia. E você não me dava uma moralzinha.

Eu solto uma risada fraca.

ㅡ Eu nunca fui de ir em show assim, a Bella que me arrastou, e eu nem te conhecia... Só fico surpresa de você ter tido esse trabalho todo só pra ficar comigo de novo.

ㅡ Você não sabe o quanto eu esperei por isso, morena...

ESTRELLA | filipe ret Onde histórias criam vida. Descubra agora