01. Culpada Até Que se Prove o Contrário

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𝘛𝘢𝘺𝘭𝘰𝘳 𝘊𝘰𝘭𝘭𝘪𝘯𝘴

Meu futuro estava em jogo, um pequeno deslize e perderia tudo. Em frente à sala da diretoria, me perguntei se bateria à porta ou sairia correndo.

Em meio a esses questionamentos, a porta da sala foi aberta. Ali estava a figura de Sra. Evans, ela era uma mulher muito imponente, esbanjava beleza e elegância, apesar de ter cinquenta anos de idade. Olhar para o seus olhos castanhos, era como olhar para a porta do inferno.

— Senhorita Collins? Estava aguardando a sua presença. — Seu tom era sério e firme, porém sua voz maçante.

— Sra. Evans! — Abri um sorriso amarelo.

Ela deu espaço para eu passar. Entrei na sala, meu olhar correu por todo o local. Olhei para a única janela que havia ali e pensei se conseguiria escapar por ela.

O som do rotineiro scarpin preto da Sra. Evans me causou arrepios quando ela se aproximou, rodeou a mesa e se sentou.

— Srta. Collins, sente-se. — Sra. Evans apontou para a cadeira que estava à sua frente.

Eu a obedeci. Me sentia pequena naquele lugar, as paredes parecia diminuir. Olhei para um relógio na parede cinza atrás de Sra. Evans, buscando encontrar qualquer coisa que não fosse seus olhos.

— Bom, acredito que já saiba o motivo pelo qual está aqui. — Ela ajeitou a postura, cruzou as mãos e as colocou em cima da mesa. — Há uma conta rodando pela escola e estão dizendo que ela foi criada por você. De início, questionei se poderia ser verdade. Sei que está em busca de ganhar uma boa avaliação para entrar na NYU e acredito que você não seria boba de jogar tudo no lixo.

A cada palavra de Sra. Evans minha garganta fechava, mal conseguia respirar. Eu via meu futuro planejado indo para o ralo. Era como estar na beira de um abismo, no qual ela me jogaria.

— Mas ao procurar novas provas, encontramos isso aqui. — Ela virou a tela do notebook e me mostrou um email:

@taylorcollins50.gmail.com

— Mas esse e-mail não é meu! — Franzi o cenho e ajeitei o corpo na cadeira. — Meu e-mail não tem número, e caso eu fosse a criadora dessa conta. Eu não seria burra a ponto de colocar um e-mail com o meu nome! — expliquei alterada e arrependi logo em seguida ao receber um olhar repreensivo de Sra. Evans.

— Você será punida! A não ser que traga provas que não é você e que nos ajude a encontrar o verdadeiro criador! E sobre sua recomendação... Pode dizer adeus!

Sabe aquele momento da sua vida em que você percebe que não controla nada? Bom, aquele foi o meu momento.
Eu me vi como uma peça de um jogo, o qual  Sra. Evans controlava — eu estava presa em suas mãos — , como uma peça de um jogo de xadrez. Não podia mudar minha posição.
Lembrando das palavras de minha mãe, senti lágrimas se formando em meus olhos.

" As pessoas não te controlam, a não ser que você permita. Eles pensam que estão no controle, mas quando perceberem que não, você estará muito longe. "

Estava parada, em frente a pessoa que destruiu todo o meu futuro. Estava prestes a manda-lá para o quinto dos infernos, mas acho que isso não me faria sentir melhor. Não entendi o que ela queria. Era simplesmente uma diversão para ela? "Estou entediada, vou acabar com a vida de uma aluna." Imaginei sua voz maçante.

A única coisa que passava pela minha cabeça era: como meus pais reagiriam a isso?
Eles passaram seis anos economizando, trabalhando sem parar e até mudaram da cidade que eles nasceram só para me dar um futuro melhor e agora eu provavelmente os decepcionei.
Será que eles vão acreditar em mim quando eu disser que não fui eu?

𝗥𝗢𝗧𝗔 𝗗𝗘 𝗖𝗢𝗟𝗜𝗦𝗔̃𝗢  ━  𝐖𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫 𝐒𝐜𝐨𝐛𝐞𝐥𝐥Onde histórias criam vida. Descubra agora