Capítulo 23

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E não é que eu morra por não ter seus beijos
Mas viver sem isso é como viver sem motivo
E se você soubesse como é doloroso o processo
De esquecer seu corpo, isso destrói meu coração.
Créeme- Maluma.


12, Julho, 2019.
Turim, Itália.

- Então como estão as coisas hoje?- questionou Bianca para uma Jade silenciosa, ela odiava ver a amiga daquele jeito, quando Jade chegou de viagem e disse que não trabalharia no dia seguinte e nem apareceu no outro, Bianca soube que algo estava errado ao ver a amiga ela teve certeza, e quando Jade desabafou aos prantos ela chorou junto não era uma situação fácil ela sabia.

- Piores do que ontem- a loira tentou soar forte- Eu sinto falta dele e não sei se ele vai voltar pra casa ou só para pegar as coisas dele e gostaria de estar com raiva dele o que talvez eu sinta um pouco, mas não tanto quanto gostaria- ela respirou, depois de soltar tudo de uma única vez, Bianca lhe confortou com o olhar.

- Sua mãe esta lá?- Jade sorriu triste era bom ter a mãe e a irmã ao seu lado naquele momento tão difícil.

- Sim ela e Soraia não me deixam desabar, tenho aguentado em partes por isso- deu de ombros, Bianca a abraçou.

- As coisas ficarão bem, seja qual for à decisão dele- Bianca confortou a amiga, lembrou-se da época em que pensou que também perderia seu casamento, que era o fim e então lá estavam eles conversando na sala do apartamento e decidindo recomeçar- Você vai encontrar um ponto e recomeçar.

- Como sabe?- questionou Jade- Talvez, eu vire uma ex louca e nunca consiga superar ele- Bianca riu.

- Não, você não é assim- ela confortou a amiga, Jade poderia sofrer por anos, mas respeitaria a decisão de Paulo e jamais o impediria de seguir em frente, porque aquele era o jeito dela.

Quando chegou em casa, Jade sorriu ao encontrar a mãe na cozinha e a irmã assistindo uma série na televisão, gostava de tê-las ali, principalmente naquele momento, chegar naquele lugar sempre lhe trazia muitas lembranças.

- Que bom que chegou queria, logo estará pronto- Jade apenas acenou e sentou ao lado da irmã, Soraia a recebeu em seus braços e assistiram o episódio juntas, a morena sentia a tristeza de Jade, sabia que ela estava tentando ser forte e não ceder, mas aquela não era uma situação que se lidava facilmente.

- Como foi hoje?- questionou Madalena enquanto Jade saboreava a comida da mãe minutos mais tarde, como ela tinha sentido falta daquele tempero.

- Como todos os outros- a mulher apertou a mão da filha em conforto, rezou mais uma vez para que as coisas se resolvessem logo, ver Jade daquela maneira lhe partia o coração.

- E a loja?- questionou Soraia sem qualquer interesse, mas talvez falar sobre algo que não fosse o momento delicado no casamento fizesse bem a irmã mais velha.

- Vai bem, preciso viajar para Paris esse fim semana- lembrou à loira, era o desfile de uma grife. Bianca não poderia ir já que Ana estava resfriada- Estarei de volta na segunda pela manhã- Madalena sorriu.

- Não se preocupe querida, talvez faça bem, espairecer um pouco- Jade tentou sorrir.

- Pra que melhor que Paris?- brincou Soraia- me leva, acho que preciso espairecer também- Jade sorriu.

- Pode vim comigo, eu adoraria- Soraia sorriu feliz.

Jade respirou fundo quando se deitou naquela noite, os dias não estavam sendo fáceis, ela queria chorar só em abrir o closet e ver as camisetas de Paulo, mas ele havia desistido deles, ignorou a sogra por um tempo, mas ela sabia que não era o certo, por isso tinha falado com Alícia no telefone dois dias antes e Mariano estava sempre lhe enviando mensagens e lhe fazendo rir de bobagens, mesmo que Paulo saísse de sua vida ela sempre teria por cada um deles, grande apreço.

Naquela noite respondeu a mensagem de Paulo, tinha recebido algumas desde que ele a deixou naquele quarto de hotel, mas não estava pronta para respondê-lo, não sem desabar antes.

- Paulo para – ela riu em meio às cócegas, conseguiu escapar, mas não durou muito até que o jogador a acalcasse e voltasse a lhe provocar fazendo cócegas em sua barriga, tinham acabado de chegar da casa de Douglas Costa, depois de uma maratona entre os dois jogadores no vídeo game.

- Eu não acredito que estava torcendo pro Douglas- ele reclamou indignado.

- Amor, eu disse que torceria pro que ganhasse- ela deu de ombros- Não foi você- Paulo fez uma careta descontente, a loira voltou a rir, sentou ao lado do marido no sofá da sala do apartamento dos dois.

- Você merece um castigo- declarou ele, semicerrou os olhos e sorriu- Talvez lavar a louça por uma semana, sozinha- Jade negou diversas vezes.

- Não Paulo, isso é injusto- ela protestou.

- E minha mulher torcendo pro meu adversário é justo desde quando?- questionou ele curioso pela resposta, a loira sorriu e sentou nas pernas do jogador, ele sabia que ela estava prestes a ganha-lo.

- Amor, eu posso recompensa-lo- Paulo tentou continuar sério, Jade passou os braços por seu pescoço e depositou beijos no mesmo em seguida, Paulo suspirou.

- Não sei não- declarou o jogador, ela então colocou uma perna de cada lado do corpo dele e selou os lábios aos dele em um beijo lento e quente ao mesmo tempo- Talvez nós possamos negociar isso- declarou Paulo a jogando sobre o sofá, Jade soltou um gritinho e riu antes que Paulo voltasse a juntar os lábios dois, outra vez.

Jade enxugou as lágrimas e apagou a luz do closet, fechou os olhos e fez uma prece para que as coisas ficassem bem logo, ela não aguentava mais.

No dia seguinte correu com coisas da loja, Lauren declarou que poderia encontra-la em Paris e combinaram um café juntas, preparou as coisas para a viagem no fim de semana e ignorou outras mensagens de Paulo ainda que falasse com Alícia todas as noites, sempre perguntava como ele estava e se perguntava se ele também sentia a mesma dor que ela.

Enquanto caminhava pelas ruas agitadas da cidade italiana, observando o pôr-do-sol naquele fim de tarde ela decidiu que aquela decisão não estava mais em suas mãos tinha feito o que podia pelo seu relacionamento, amava Paulo pelo homem carinhoso e bondoso que ele era e ainda que odiasse seu jeito imaturo e impulsivo, aquilo não diminuía seu amor. Ali ela decidiu que não importava qual fosse à decisão do jogador, ela voltaria a se erguer, ela seguiria em frente com ou sem ele.

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