chapter I

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eram 23:00 em Seul. As ruas estavam vazias pela hora e muitas luzes apagadas; eu havia saído num jantar com uma amiga e seu namorado somente para acompanhá-los, me ofereceram carona mas a tortura de sair com eles já tinha sido o suficiente para o restante do mês.

meus passos eram rápidos, eu não estava afim de ser mais uma vítima da criminalidade na Coreia, até que senti algo segurar minha mão, e então um homem com o dobro de minha altura apareceu.

- uh, que gracinha..- ele disse.

E entao, mais um homem apareceu, desta vez um pouco mais baixinho , havia malícia em seu olhar , umedecia seus lábios repetidas vezes. Eu só imaginava todas as mil formas que eu poderia ser morta por aqueles dois homens.

- o'que uma gracinha como você faz na rua essas horas , princesa ? - um deles perguntou e eu não me atrevi a responder, eu só tremia e sussurrava um espécie de pedido de socorro.

- eu perguntei oque uma gracinha como essas faz a essas horas na rua.. - ele voltou a apertar meu pulso e meu coração já não se controlava mais.
eu vou morrer. eu vou morrer aqui e agora.

- por favor, por favor deixem-me ir. - implorei , e então pude ouvir uma voz de fundo. Nas sombras daquela rua eu pude ver uma silhueta de um homem alto que escondia as mãos nos bolsos de uma jaqueta preta fechada por zíper. Seria ele quem me tiraria das garras da morte ?

- ouviram a garota. Deixem-na ir. - ele disse.

- e quem é você ? - um dos homens disse com arrogância. O rapaz parecia se irritar com a situação. Assim que seu rosto pode ser visto com mais clareza os homens pareciam ter se arrependido de ter trombado comigo.

- então não me reconhece mais seu filho da puta. - ele disse. boca suja.

Em todos os meus dezenove anos eu nunca vi estupradores ou assassinos pedirem desculpas a um jovem de aparentemente vinte e um.

Eu tremia como um animal, meus olhos encheram-se de lágrimas e minha respiração totalmente desregulada, em minha cabeça só se passava uma coisa..
" Chuta e corre ! "
Então, o fiz.

Chutei o joelho de um dos homens e corri o mais rápido que podia pelos becos das ruas úmidas de Seul. Minha vida dependia daquela corrida, eu não poderia parar agora.
Só parei quando eu simplesmente não sabia mais onde estava. Tudo parecia diferente, as casas, as paredes, as barraquinhas de comida de rua, eu não sabia onde estava e nem como voltaria. Senti algo tocar meu ombro e minha voz fina soltou um grito indesejado, minha única reação foi socar oque fosse aquilo que me tocou.

- meu deus eu sinto muito ! - eu disse e me ajoelhei no chão para ajuda-lo, era simplesmente o rapaz que a poucos minutos salvará a minha vida.

- você é fortinha em. nem precisava de mim lá. - ele disse com um sorriso torto enquanto pressionava o próprio olho ferido.

- sinto muito pelo seu olho , e obrigada pelo ocorrido. Se não fosse você, talvez eu estivesse morta em qualquer vala dessa cidade. - eu disse. Ele é mais bonito do que eu achei da primeira vez que o vi. Ele tem a pele um pouco mais bronzeada e cabelos médios, seu sorriso era lindo e seus olhos mais ainda. O cara era um galã.

- tudo bem. legítima defesa - disse - Eu sou o bright, e você é a... - me esperou responder.

- Sou ayumi Watanagi.

- um lindo nome para uma linda moça. Diga-me , oque fazia sozinha tão tarde em seul ?

Respirei fundo. Talvez eu devesse ter aceitado aquela merda de carona. Teria de escutar uns amassos de um casal insuportável na qual eu só ando junto por não ter escolha, mas estaria livre do trauma.

- estava indo pra casa , tinha ido jantar com uns amigos.

- posso te levar até sua casa? Para que não ocorra mais fadigas esta noite.

- como sei que você não é mais um estrupador ? - arqueei a sobrancelha.

- sempre há este risco Ayumi Watanagi. - Sorriu.

Me levantei e o ajudei a repetir a ação. Nós fomos andando até chegar à barraquinha de comida da minha avó onde ela me esperava um pouco mais preocupada do que eu temia.
Recebi bronca, mas depois que expliquei a situação tudo pareceu ficar bem, então eu fui direto pro meu quarto recapitular tudo isso.

- Ok, fui quase estrupada e provavelmente assassinada, depois salva por um gatinho que eu nunca vi na vida, em seguida eu soquei ele e mesmo assim ele me trouxe até em casa. - respirei fundo - mais um dia normal Watanagi.
Mais um dia normal.

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