Nosso Filho

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Meu filho?... 

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Megumi saiu do elevador, estava no penúltimo andar. 

Era um andar grande e espaçoso, dois escritórios particulares e por fora algumas mesas repletas de papéis e pessoas trabalhando.

Seu corpo ficou parado dentro daquela caixa metálica por alguns minutos, tenso, chamando a atenção de algumas das pessoas que o olhavam com curiosidade.

A respiração de Megumi estava presa, o sufocando. Não importa o quão eficiente seja os perfumes usados para mascarar os feromônios, eles nunca conseguiam esconder o aroma vicioso de Sukuna de seus sentidos e vice-versa.

Fato. A pessoa dentro de uma das salas notou sua presença de imediato, a ondulação na atmosfera também deixou as pessoas que trabalhavam atentas, os olhares de vários foram para a porta escura em uma das extremidades do andar. O vidro escuro não mostrava a ninguém o que estava acontecendo lá dentro.

De outra sala, Satoru saiu atordoado. Entendeu o motivo daquele clima estranho quando viu Megumi, seja para o bem ou mal, seu primo sempre seria o motivo dos feromônios do controlado Sukuna sair do controle. Ele lançou um olhar para o mais novo, o encorajando, Megumi acenou e saiu a passos lentos e pesados do elevador, hesitante e temeroso.

A cada passo seu, a pressão ali dentro subia um pouco mais. Todos notaram claramente seu destino visado.

_ Com licença, o chefe não quer ver...

_ Deixa ele passar_ Satoru cortou rapidamente o jovem que se pôs a frente de Megumi, o moreno apenas olhou de relance para o garoto que tinha no máximo vinte e um anos e desviou os olhos com desinteresse.

_ Mas... _ o jovem insistiu.

_ Eu disse para deixar ele_ Satoru suspirou, olhando para a sala ainda fechada_ vamos fazer uma pausa para o lanche pessoal_ ele bateu palmas, alguns dos funcionários levantaram de imediato, animados, outros foram mais lentos e preguiçosos, preocupados em terminar seus trabalhos.

_ Você vai pagar né chefe?! _ uma voz animada soou em uma das mesas mais afastadas.

_ Tão achando que eu sou rico por acaso?

_ Ué, mas você não é? _ a mesma moça debochou, os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo bagunçado. Olhos caramelados, alta e pele bronzeada. 

_ Calada, e arruma esse cabelo, isso é uma empresa elegante_ repreendeu enquanto guiava todos para os dois elevadores de maneira apressada, como fosse o Super-Homem prestes a salvar aquele povo da morte.

_ Chefe, você participou de uma reunião de calça mole... _ as portas do elevador se fecharam, Megumi quis rir da personalidade encantadora da garota, mas o sorriso estava preso e não podia ser liberto.

O silêncio desesperador percorreu o andar. Como se estivesse se segurando a muito tempo, uma pesada onda de feromônios desconcertantes explodiu dentro do local, o corpo de Megumi tremulou com aquela onda sufocante, ainda assim ele não cedeu, era a única pessoa que conseguia suportar tudo aquilo, foi tudo por causa dele a princípio. A cada passo, uma corrente invisível era apertada em seu corpo, mais e mais pesadas.

Seus dedos tocaram a maçaneta gélida, e ficaram parados assim, seus olhos se fixaram em sua pálida pele contra o cinza sofisticado. A súbita onda de dor percorrendo seu corpo juntamente com a corrente sanguínea. O tempo parou apenas por aquele momento, divididos por uma parede, de um lado, a pessoa que fugiu sem dar qualquer explicação razoável para a família e sua pessoa amada, do outro, a pessoa amada que suportou o repentino abandono por parte do amor da sua vida. Aquele cujo o coração pulsava em raiva, dor, indignação, frustração, tristeza, mágoa...

Um Pedacinho de Nós Dois (ABO) Onde histórias criam vida. Descubra agora