Vovô Renzo

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_ Quem é o novo papai do pedaço?! _ Sukuna ergueu os olhos para a criatura de aparência estranha e que perturbava sua pessoa todos os dias. Satoru entrou com sorriso de um canto ao outro, só que bem no fundo, estava receoso sobre tocar no assunto ainda recente e delicado.

Felizmente, Sukuna pareceu não se incomodar ou se importar. Ao invés disso, ele sorriu. Um sorriso que o Albino não via a muito, MUITO tempo.  Fez até um arrepiar aterrorizante subir sua espinha por estar desacostumado.

_ Sente. _ Apontou para a cadeira a frente. O humor dele estava agradável, Satoru sorriu pequeno com isso.

_ O que uma criança não consegue. _ Suspirou melancólico. Sukuna o ficou entendendo bem o sentido da frase.

_ UMA criança não, A criança. _ Corrigiu o amigo, que levantou os braços rendido e risonho.

_ Ihh. _ Satoru gargalhou. _ Bem, entendo, Akira é uma criança encantadora, se não fosse pela aparência e apego eu nunca que diria que é seu filho, ele é tão bonzinho, diferente do capeta que tu era quando pequeno. _ Sukuna jogou o grampeador, sim, o grampeador no albino. Satoru pegou certeiro o objeto entre as mãos.

_ Como se você fosse um anjinho, além disso, "se não fosse pela aparência e apego"._ O imitou revirando os olhos antes de sorrir. _ eu nunca diria que o Satoshi é seu filho. Ele é tão diferente de você e do Yuji.

_ Pegou pesado. _ Satoru cruzou os braços e fez bico. _ Mas ele puxou toda aquela inteligência assustadora de mim, não negue isso.

_ De fato. _ Sukuna concordou desinteressadamente.

_ Como se sentiu? _ Os olhos de Satoru brilharam ao perguntar. Sukuna pensou um pouco em como responder aquela pergunta.

_ Não sei ao certo como explicar o que eu senti, mas foi... Mágico, nunca tinha sentido aquele instinto de proteção antes, aquele carinho é diferente... Amor paternal é forte. _ Sorriu pequeno._ Ainda não engoli que você soube antes de mim. _ O olhar se afiou rapidamente, as mudanças de expressão dele eram assustadoras. 

_ Vivi pra ver esse dia. _ Satoru enxugou uma lágrima inexistente, emocionado. _ Quanto ao outro ponto eu não tive escolhas, desculpe. _ Comprimiu os lábios, um pouco nervoso. Sukuna murmurou um " hm" deixando claro que na realidade não se importava mais. Satoru se sentiu mais leve e voltou a sorrir. _ Então... _ Sukuna se sentiu alerta e desconfiado ao ver o sorriso de insinuação do outro. _ Esse " carinho diferente ", é diferentes de qual carinho exatamente? _ Ele levantou e abaixou as sobrancelhas freneticamente, era quase hilário ver aqueles cabelinhos brancos se mexendo.

_ Se você já sabe, por quê perguntar? _ Largou a caneta prateada em cima da mesa e passou os dedos entre os cabelos rosados.

_ Gosto de um draminha. É diferente do carinho que você sente pelo Megumi né, mesmo sendo carinhos diferentes, um é tão grande quanto o outro. Eu compreendo perfeitamente. _ Lembrou dos filhos e do marido.

_ Exatamente. Até que conversar com você é útil as vezes. _ Satoru sorriu.

_ É uma honra dizer que já escutei essa mesmo frase da sua boca outras vezes. _ Eles não precisavam falar sobre a insinuação em relação ao Megumi, porque Satoru entendia o que se passava no coração dele naquele momento. Sempre soube por ser o melhor amigo dele e estar diariamente com ele.

_ Não se empolgue. _ Sukuna suspirou e arrumou a papelada sobre a mesa. Satoru olhou-o curioso e beliscou o nariz, girando na cadeira.

_ Já vai embora chefia? _ A mesa agora perfeitamente arrumada brilhou em sua vista, ele era rápido.

Um Pedacinho de Nós Dois (ABO) Onde histórias criam vida. Descubra agora