O desejo de Akira

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O desejo de Akira. 

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A mente de Sukuna estava dividida, metade dela estava em terra firme entrelaçada ao senso de direção, se atentando a estrada. A outra estava perdida e conturbada na nova explosão de sua vida. Ele tinha um filho.

Uma criança carregava o sangue dele nas veias a quatro anos e ele nem sequer tinha noção disso até duas hora atrás!

Os músculos estavam contraídos, o coração acelerado e o olhar brilhante e triste. Estava feliz, feliz por ter um filho tão perfeito como Akira, tão carinhoso e amoroso, não era como ele quando criança, ele foi uma criança travessa utilizando sua esperteza acima do normal para tal, Akira também era esperto, mas era mais calmo. Estava feliz, mesmo não querendo admitir no momento devido ao sangue ainda quente, por ter um filho com Megumi. 

O carro atravessava rapidamente a estrada deserta, árvores de um lado e do outro. Sukuna conseguiu vislumbrar os portões enormes e chamativos da clínica. 

Sua passagem foi liberada assim que sua identidade foi verificada, estacionou o carro na grama verde sem se importar com nada, não tinha ninguém ali mesmo. Além de ser ele a trabalhar para pagar um valor estupidamente alto pelo tratamento do enfermo naquela clínica.

A enfermeira na recepção notou que seu temperamento não estava dos melhores, a mulher beta fez todo o procedimento de entrada o mais rápido possível para parar de sentir toda aquela pressão horripilante que só os olhos dele causavam. Aquele homem não estava nada agradável.

Uma enfermeira o acompanhou até o quarto.

_ Qual a situação dele?_ questionou. A moça estremeceu com o tom.

_ E-ele está estável._ Se encolheu. 

_ Vai lembrar de mim?

_ Provavelmente, Senhor Ryomen. _ Ela disse. Os dois chegaram e pararam em frente a porta do quarto. Ela se afastou e Sukuna entrou. Erguendo seus olhos encontrou um senhor de idade sentado em uma poltrona reclinável, olhando a paisagem fora da janela calmamente, como se não levasse culpa nenhuma em  sua alma, como se não tivesse tirado quatro anos de sua vida sem se importar com seus sentimentos. Sukuna sabia, ele não era alguém apegado ao avô e por isso não sentia culpa em sentir toda aquela raiva dentro de si, aquela mágoa , porque foi ele, foi Hizashi Ryomen, o grande culpado por trás de tudo! 

_ Se divertindo?_ Perguntou seco. Cruzou os braços e apoiou as costas na parede. O Homem inclinou a cabeça para ele, um pequeno sorriso nos lábios que fez o mais novo querer vomitar.

_ Sukuna!_  exclamou alegremente. Ele fingia tão bem, era impressionante._ O que veio fazer aqui?_ Sukuna o analisou, pelo visto os remédios surtiam efeito, a cabeça dele parecia estar no século e ano certo. 

_ Olhar para sua cara de hipócrita._ Sem rodeios, sua voz saiu cortando cada pedaço de pele seca. A expressão do mais velho fechou, dando lugar ao que deveria ser dito como sua verdadeira face.

_ Como?!_ a voz saiu grave, ele foi provocado, ele não gostava de sentir aquela falta de respeito, principalmente de alguém duas gerações mais novo.

_ Achei que tinha amnésia, mas parece que é surdo também. _ Descruzou os braços e se aproximou do mais velho. Hizashi era forte, ele aguentava aquele tipo de discussão, vaso ruim não quebra fácil._ Como você pôde?! Ameaçar a pessoa mais importante para mim e esconder que eu tinha um filho!_ sua voz aumentou de tom, batendo a palma da mão na mesinha ao lado da poltrona, os olhos mais velhos encontraram os rubis mais novos, surpresos, sua face empalideceu, não o bastante para desfazer a pose de magnata do velho.

Um Pedacinho de Nós Dois (ABO) Onde histórias criam vida. Descubra agora