𝗗𝗘𝗔𝗥 𝗥𝗘𝗔𝗗𝗘𝗥; Never take advice from someone who's falling apart
𝗿𝗮𝗳𝗮𝗲𝗹 𝗹. | Onde 6 anos depois de um
término de ralacionamento, Ellie decide
escrever um livro sobre seu ex namorado.
Ou onde Rafael Lange é surpreendido após
ver o...
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(📖) ▐ ࣭⸰ ESSE SOU EU TENTANDO . ︵ ╰──╮𝒞𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 TRÊS ¡!
❝ Eles me disseram que todas as minhas jaulas eram mentais, então eu me perdi, assim como todo o meu potencial e minhas palavras atiram para matar quando estou bravo. Eu me arrependo bastante disso ❞
╰ ・ ・ ・ ・ ・ ╯
REVIREI OS OLHOS AO OUVIR o que Gabi me proferiu. Ela tentava a todo custo me tirar da mesinha onde eu estava. Ir para uma boate não era algo que eu em si tinha em mente, segundo todos os meus amigos seria melhor para espairecer a cabeça e tirar todos os pensamentos que tinha sobre Ellie... era difícil ficar numa festa sendo que me sinto como uma ferida aberta. quando a onda de calor do local passou pelo meu corpo, toda a vontade (que já não era muita) de estar ali passou como um suspiro. Fazia tempos em que eu não frequentava esses lugares, um ano e meio pra ser exato. Busquei por todos esses anos tirar minhas mágoas nas bebidas ou indo em festas malucas e fazendo o que vinha na cabeça. Mas aí eu percebi como estava sendo imaturo, eu precisava lidar com as minhas dores de uma melhor forma sem me prejudicar como eu fiz com as outras pessoas.
Cattuzzo sentou ao meu lado e pegou minha mão, olhando no fundo dos meus olhos. Ela queria dizer alguma coisa, mas eu certamente não entendi uma palavra do que ela disse por causa da música. Apenas assenti como se eu tivesse ouvido, e então ela se levantou e afastou-se de mim, indo para o grupinho dos nossos amigos que dançavam enquanto riam e bebiam. Suspirei e dei um gole na cerveja que eu tinha em mãos, na esperança que aquilo me ajudasse a melhorar, de repente me senti com 19 anos novamente, procurando esquecê-la nas bebidas, o que nunca funcionava.
Ao ouvir a batida de Duality do Slipknot começando, senti minha animação voltar aos poucos, tão devagar quanto uma tartaruga. Batuquei na mesa com meus dedos e balançava a cabeça murmurando a letra da música. Dei p último gole na cerveja e deixei a garrafa em cima da mesinha a minha frente. Não gostava muito daquela bebida alcoólica, preferia algo mais do tipo vinho, mas eu só estava afim de tirar aqueles pensamentos intrusivos da minha cabeça por uma vez por todas, não a ponto de ficar louco, mas sim a ponto de esquecer por um tempo tudo que vinha passando nos meus pensamentos.
— Rafael? — Ouvi alguém me chamar.
Levei meu olhar para frente de mim, e senti meu peito gelar ao perceber de quem se tratava. Ellie continuava a mesma que me recordava, seus cabelos loiros longos e os olhos azuis que brilhavam como se fossem de porcelana. Ela parecia estar um pouquinho mais alta do que era.
— Ellie? — Seu nome para mim parecia ter um peso enorme. — Que supresa te ver por aqui.
— Digo o mesmo.
Ela não demorou de dar as costas e seguir para onde iria, o bar da festa. Mordi o lábio inferior, e considerei ainda mais a ideia de ir embora depois dessa. Vi Davis dando uma nota de cinquenta reias para o barman, deduzi que já estava indo embora também. Levantei-me e peguei meu celular de cima da mesinha, indo em passos rápidos para a saída, onde avistei a loira indo. A saída dava acesso a rua que estava mais deserta que o normal. Tirei meu celular do bolso a passar pela porta, iria chamar um Uber para ir pra casa. Esperar meus amigos irem embora estava completamente fora de condição.
De soslaio vi Ellie de braços cruzados olhando a rua mal iluminada. Seus olhos azuis se encontravam um pouco molhados, percebi que ela lacrimejava um pouco, passando as costas da mão esquerda nos olhos.
— Aconteceu alguma coisa? — Ousei em perguntar, mas logo me arrependi.
— Não.
— Não é muito bom que você esteja aqui sozinha, é de noite e São Paulo não é um lugar para se confiar. — Voltei a atenção ao meu celular, onde fingir está fazendo alguma coisa.
— Ok. — Foi o que ela respondeu.
— Não precisa ser ignorante. — Rebati. — Me preocupei com você sozinha aqui, só isso.
— Eu acho um tanto estúpido você ficar a caralha de seis anos sem falar comigo, sem perguntar como eu tava ou sem sequer pedir desculpa por tudo que você fez. — Ellie argumentou, conseguia sentir seu olhar queimando em mim.
— Eu era imaturo, e sempre achei que você me odiasse por tudo que eu fiz! — Balbuciei, olhando finalmente para ela.
— Eu odeio muito mais porquê você não se importou comigo todo esse tempo! — Davis suspirou. — Nunca parei de pensar em você, Rafael, e isso me machuca.
— E você acha que não acontece a mesma coisa comigo? Todas as milhares de noites em que fiquei pensando em você são incontáveis. — A proferi, ela pareceu abaixar um pouco a guarda.
Um carro branco estacionou em nossa frente, uma menina de cabelos cacheados e de olhar semi-cerrado nos encarou em julgamento. Ellie apresou o passo e correu para o banco do carona do veículo, onde entrou e fechou a janela o mais rápido que podia. Me senti um completo idiota, vagabundo, babaca e todos os sinônimos possíveis das palavras citadas. Abafado e um pouco longe, conseguia ouvir Summertime Sadness tocando dentro da boate. Pois é, Lana, eu iria sentir a falta dela como as estrelas sentem falta do sol nos céus da manhã.
Alguém tocou levemente no meu ombro, o que me assustou, mas me fez ficar tranquilo ao ver que era Felipe. Ele parecia realmente preocupado comigo, não que os outros não estivessem, mas eu sentia algo a mais no que ele sentia. Zaghetti ficou ao meu lado, estranhei que meu Uber estava demorando tanto assim.
— Está tudo bem? — Ele perguntou. — Sei que é uma pergunta idiota a se fazer, mas quero garantir.
— Não. — Respondi a ele. — Ainda é difícil ver ela, e entendo que a Ellie haja tao na defensiva, sabe? Tudo que eu fiz foi imperdoável.
— Sou seu amigo, mas tenho que concordar. — Disse. — Mas sabe, aprendemos com os nossos erros, e sei o quanto você se arrepende de tudo que fez. Certeza que ela um dia ainda vai te perdoar, e mesmo que não o faça, fique tranquilo e pense que você amadureceu e aprendeu com tudo que fez no passado.