𝟎𝟐.▐ 𝐈 𝐖𝐈𝐒𝐇 𝐘𝐎𝐔 𝐖𝐎𝐔𝐋𝐃

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(📖) ▐  ࣭⸰ EU GOSTARIA QUE VOCÊ ESTIVESSE

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(📖) ▐ ࣭⸰ EU GOSTARIA QUE
VOCÊ ESTIVESSE . ︵
╰──╮𝒞𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 DOIS ¡!

❝ Nós somos um amor
tortuoso em uma linha reta
Faz você querer fugir e
se esconder, mas faz
você dar meia-volta ❞


╰ ・  ・  ・  ・  ・ ╯




SUSPIREI E DEIXEI MEU CELULAR sobre a bancada de mármore da cozinha. O sentimento de estar em casa era ótimo, depois de três meses fora sem estar no meu próprio espaço foi de me deixar quase louca, nunca fui muito boa em me acostumar com ambientes novos, já era de se esperar. Meus pensamentos logo foram para a conversa que tive com Larissa ontem, as vezes realmente me pegava pensando em Rafael, queria mandar mensagem e perguntar como estava e o que andava fazendo, mas sempre desisti de fazer isso. Ao escrever o livro não poupei nenhum acontecimento que marcou nosso relacionamento passado, não tive medo de expor tudo que passamos e o que vivemos.

Foi uma relação completamente tóxica, eu diria, sentia principalmente que apenas eu fazia aquilo funcionar, como se eu amasse por dois. Lange também não era uma das pessoas mais fáceis de lidar, ele era muito intenso e tinha opiniões fortes assim como sua personalidade. Nossa imaturidade deveria ter ajudado para que não desse certo.

Eu sabia e tinha certeza que Rafael levava toda a culpa para si daquilo não ter dado certo, mas confesso que nós dois temos uma parcela de culpa. Por muito tempo após terminamos de verdade, acreditei e estava convicta que a culpa era completamente dele... Era muita coisa para uma adolescente de 17 anos. Com o tempo em que fui amadurecendo, minhas memórias foram ficando mais claras, e pude ver que eu também errei bastante.

Nunca fui a pessoa mais segura do mundo, sempre desconfiei muito dele e das coisas que ele fazia, nome comparava com qualquer amiga dele e discutíamos sempre sobre esse mesmo assunto. Rafael nunca me disse o quanto eu era o suficiente, apenas dizia que eu estava maluca e precisava me tratar.

Peguei minha xícara de café de cima da bancada e dei o primeiro gole no líquido amargo, que desceu queimando minha garganta por estar extremamente quente. Era em torno de quatro da tarde, mas para mim era de manhã, afinal, foi a hora que acordei. Peguei meu celular novamente e fui em direção ao sofá da sala, onde me sentei e liguei a televisão no spotify, colocando minha playlist que me deixava mais capenga de tão triste e depressiva que era. Como um tapa na cara, Fine Line foi a primeira track que começou a tocar. O aparelho que antes estava sem fazer nenhum barulho de notificação começou a vibrar e tocar que nem um doido. Me perguntei quem me mandava mensagem, nem para sofrer as pessoas me deixavam em paz, era incrível.

Deixei meu café na mesinha de centro e finalmente tive meu celular em mãos. Meus olhos vagaram pelas notificações, mas eu estranhei, um número desconhecido mandava mensagem. Pensei logo no pior, do tipo "fodeu, vazaram meu número" Mas, ao ver a foto de perfil preferia que realmente tivessem vazado meu número do que ter visto quem era. Em um sobressalto me levantei do sofá tão rápido que tropecei nos meus próprios pés.

A primeira decisão que eu tomei foi ligar para a minha amiga, Lilian. Minha mão tremia tanto que eu tinha certeza que se bobear meu celular iria cair no chão e se partir no meio. Ouvi três toques antes dela atender e perguntar o motivo de estar ligando sendo que acabamos de nos falar.

— Ele mandou mensagem, o Rafael. — Falei, com a voz quase inaudível e trêmula. — Fodeu, Lilian!

Oi!? — Ela gritou tão alto que tive o extinto de afastar o telefone do ouvido. — Como assim? O que ele disse? O que ele quer com você?

— Eu não sei! Não sei! Não sei! — Falei mais alto. — Não abri as mensagens pra ver!

Desliga a ligação, vê as mensagens, e depois me liga de novo pra me dizer o que diabos ele queria. — Lilian disse e por fim respirou fundo. — Se o desgraçado do Lange falar qualquer merda eu espanco ele.

Desliguei a chamada, e quando percebi estava andando de um lado para o outro arranjando coragem para clicar na notificação. Assim que me convenci que era melhor fazer isso logo do que fazer depois, cliquei tão rápido que meu telefone travou. Estava pronta para amaldiçoar meu próprio celular, mas em segundos o chat estava aberto.

 Estava pronta para amaldiçoar meu próprio celular, mas em segundos o chat estava aberto

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| Oi, Ellie.
| É o Rafael
| Eu li seu livro, gostei bastante.
| Pedi seu número pra Carol, soube que ela é amiga de faculdade da sua amiga.
| Faz um tempo que a gente não se fala, queria saber como você tá.

oi, Rafael. |
que legal que leu o livro |
tô bem, MUITO BEM. |

| Você deixou os acontecimentos do livro
bem explícitos, me fez ter deja-vu.

pois é |
era pra ter ficado bem explícito mesmo
afinal, foi escrito sobre você. Sobre nós dois.  |

| fico lisonjeado, eu acho.

╰ ・  ・  ・  ・  ・ ╯

Assim que larguei o celular novamente, a porta do meu apartamento bateu, me fazendo literalmente gritar de susto. Correndo em minha duração vi o cabelo cacheado de Lilian enquanto usava um pijama de pandas. A morena estava ofegante. Sanches morava no mesmo condomínio que eu, apenas em outro prédio, e digamos que ela vivia frequentando minha casa nas horas vagas. A garota se apoiou na parade e colocou a mão no seio esquerdo, numa forma de tentar voltar a respirar normalmente.

— Você veio correndo? — A questionei.

— Você demorou quinze minutos para me ligar! — Ela rebateu com a voz levemente ofegante. — Eu achei que você tinha tido um surto! O que ele disse, hein?

— Nada muito importante, só disse que gostou do livro. — Respondi, pegando minha xícara da mesinha de centro.

— Ele fica seis anos sem falar um mísero "a" com você, sem te dar uma desculpa sequer, sem perguntar como você tava, para chegar hoje e elogiar seu livro? Que foi literalmente uma crítica à como ele era no passado!

— Ele sempre vai ser estranho e idiota. — Falei, dando de ombros e dando o último gole em meu café, que já estava frio. — Não adianta me estressar com ele sem motivo.

— Você ainda vai me fazer ter a porra de um infarto! — Vociferou ela. — Ainda tem waffles aí? Acabou lá em casa.

Eu ri com fala dela, e com aquilo decidi deixar aquelas mensagens fora da minha cabeça.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐑𝐄𝐀𝐃𝐄𝐑 ; 𝗥𝗮𝗳𝗮𝗲𝗹 𝗟𝗮𝗻𝗴𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora