𝟎𝟒.▐ 𝐌𝐘 𝐓𝐄𝐀𝐑𝐒 𝐑𝐈𝐂𝐎𝐂𝐇𝐄𝐓

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(📖) ▐  ࣭⸰ MINHAS LÁGRIMAS RICOCHETEIAM 

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(📖) ▐  ࣭⸰ MINHAS LÁGRIMAS
RICOCHETEIAM  . ︵
╰──╮𝒞𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 QUATRO ¡!

❝ Você pode ir atrás de mim,
buscar por vingança
Mas você ainda assim
sentiria minha falta
profundamente ❞


╰ ・  ・  ・  ・  ・ ╯


COLOQUEI O CINTO DE SEGURANÇA e vi Lilian dar partida no carro. Tombei minha cabeça para trás numa tentativa de me acalmar, era enorme a sensação estranha que eu tinha ao revê-lo. Meu peito doía, meu coração batia forte, e minhas mãos tremiam como nunca antes. Sanches ficou calada, e parecia entender que aquele momento não era bom para começar a fazer o interrogatório sem fim. Apoiei minha cabeça na janela do carro, meus olhos prestando atenção na iluminação dos prédios da cidade, ou como tudo parecia mil vezes mais triste quando você se sentia da mesma forma.

A rádio estava ligada numa música aleatória de uma estação mais aleatória ainda. Era mais do que estranho de querer desfazer completamente os laços com alguém, mas nunca conseguiu lembrar como você era antes daquela pessoa. Você se viu tão presa a algo e a alguém, que não sabe como era viver a vida antes de conhecê-lo, e aquilo me assustava profundamente.

Em poucos minutos de trajeto até o condomínio, Lilian parou em frente ao meu prédio e se despediu de mim, ela iria na casa da irmã. Disse que estava tudo bem, e me despedi dela também, não demorando para ir até meu apartamento o mais rápido que conseguia.

Assim que abri minha porta e adentrei minha própria casa com frustração, joguei minha bolsa em cima da pequena poltrona ao lado do sofá. Eu estava conturbada e certamente incerta do que diabos aquele diálogo significou. Era estranho o modo em que Rafael agia como se nada tivesse acontecido. Essa era uma das milhares coisas qual eu odiava nele, o fato de sempre fazer merda e fingir que nada aconteceu. Existiam muitas coisas que me tiravam do sério em Rafael, mas aquela com certeza estaria no top 1.

Não acho que sou uma pessoa que guarda rancor daqueles que já passaram por minha vida e me fizeram ficar mal. Aquilo que eu sentia especificamente por ele, era uma decepção e um ódio imenso por ter me traumatizado do jeito que fez. Acredito que um dia possa perdoa-lo, sei que isso só depende de mim mesma, e sendo sincera, não estou com pressa para que isso aconteça.

Sai dos meus pensamentos ao perceber que estava estática desde que cheguei no meu apartamento. Passei as mãos pelos cabelos e segui em direção ao meu quarto, onde liguei as luzes e tirei os sapatos antes de me jogar na cama e pressionar o rosto contra o travesseiro. Na minha cabeça parecia tocar my tears ricochet sem parar. Te odeio Taylor.

╰ ・  ・  ・  ・  ・ ╯

Não lembro bem quando peguei no sono na noite passada. Mas, lembro-me de ter conseguido tirar energia de onde não tinha para tomar banho antes de me deitar novamente. Meu celular estava desligado, e agradeci, tinha dias que não conseguia dormir até mais tarde por causa daquele aparelho, eu sempre esquecia de desliga-lo antes de dormir. Por algum milagre, lembrei. Estava cansada, com uma dor muscular horrível, meu pescoço formigava enquanto minha cabeça parecia tão pesada quanto um saco de batatas. Sem nem mesmo me olhar no espelho já sabia que minha aparência estava deplorável... no mínimo.

Meus olhos ainda se acostumavam com a claridade do local, deixando-os levemente embaçado. Minha mente não demorou para ir logo pro problema de ontem ao lado da festa, me senti pior do que estava. Queria afundar no colchão daquela cama até perder o ar, a grande vontade de sumir era maior do que o previsto. Senti-me na cama e encarei as grandes janelas que rodeavam meu quarto. Pisquei algumas vezes para conseguir ver com clareza a cidade em minha frente, o sol estava brilhando no céu azul, o que era raro em São paulo.

Meus pés tocaram o chão gelado ao ficar em pé, em passos lerdos e passados deixei meu quarto. A sala estava completamente igual ao dia anterior, minha bolsa ainda se encontrava em cima do sofá. Suspirei ao seguir para a cozinha e tirar de dentro do freezer uma taça de vinho e logo em seguida a garrafa de vinho rosé aberta em algum dia naquela semana. Me servi o líquido e não demorei em dar o primeiro gole. Se tinha uma coisa que eu apreciava com prazer, era vinho.

— Você não vai acreditar! — Ouvi a voz de Lilian passando pela porta assim que fechei a geladeira. — Eu descobri que o Gabriel Goularte está solteiro!

— Até eu sabia disso. — Respondi. — Quando você vai parar de ser doida e pedir pra Carol arranjar ele pra você?

— Caralho, Ellie, não é simples! — Lily jogou-se no sofá, deixando seus braços largados num gesto dramático. — Ele é tipo, o ser humano mais gostoso que eu já vi... Depois de você.

— Boba. — Eu ri, deixando a tava no balcão. — Vinho?

— Quem toma vinho três da tarde?

— Eu!

— Ellie...! — Lilian choramingou mais uma vez, parecendo derreter no sofá. — Me diga o que fazer!

— Pediu conselho para a pessoa errada. — Disse, aproximando-se da menina e sentando ao seu lado. — Se nem eu 'tô sabendo lidar com a confusão do meu relacionamento de seis anos atrás, imagine te ajudar.

— Ele foi seu primeiro namorado, normal não superar rápido. — Ela retrucou. — Tipo, você perdeu a virgindade com ele, ele foi a primeira pessoa que você beijou e tal... Tudo isso tem um grande peso.

— Mas fazem seis anos, não é normal. — Gargalhei. — Que desgraça.

Nós duas passamos o resto da tarde naquele jeito, conversando sobre relacionamentos e rindo de Lilian mostrando as fotos de Gabriel em seu celular enquanto dizia o quanto ele era perfeito para ela.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐑𝐄𝐀𝐃𝐄𝐑 ; 𝗥𝗮𝗳𝗮𝗲𝗹 𝗟𝗮𝗻𝗴𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora