Capítulo 09

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Quase não volto hoje porque estou DESTRUÍDA do trabalho, mas como esse capítulo já estava editado (mas não revisado), decidi tirar dois minutos e vim aqui.

•••

A primeira coisa que Soraya percebeu, quando acordou, foi que em algum momento durante a noite elas haviam trocado de posição de dormir, ela agora estava sendo usada como conchinha. Mais importante, a mão de Simone rastejou sob sua camiseta e deitou em seu estômago, como se para proteger Soraya do trovão que a assustou.

Ela fechou os olhos mais uma vez, sentiu a respiração de Simone fazendo cócegas nos minúsculos pêlos de sua nuca e suspirou contente.

- Você está bem? - Tebet murmurou, se mexeu e involuntariamente puxou a loira para mais perto dela.

- Sim, volte a dormir, ainda está escuro, eu acho.

- Por que você tem tanto medo de trovões, Soraya?- Simone perguntou suavemente, seu polegar acariciava a pele da barriga da outra.

Thronicke tremeu contra seu toque, pensava em quando era apenas uma criança.

- Meus pais adotivos costumavam sair e me deixar sozinha em casa à noite. Acho que eu tinha apenas sete anos quando acordei no meio da noite, o trovão devia estar bem em cima de nós. Eles não estavam em casa. Quando finalmente chegaram em casa, eu tinha feito xixi na cama e minha mãe adotiva ficou muito brava comigo.

Simone rosnou quando a voz da loira sumiu. - Você tem que me dizer seus nomes, eu vou processá-los por negligência infantil.

Soraya riu baixinho. - Não há necessidade disso. Mas acho que o trovão me assusta porque me lembra daquela noite. Eu estava apavorada e sozinha, quando eles finalmente voltaram para casa, em vez de me confortarem, eles me puniram.

- Como?

- Eles não me deixaram sair da cama até o final da tarde. Disseram que uma criança de sete anos deveria ter idade suficiente para não molhar a cama e, ao me fazer deitar nela, aprenderia a nunca mais fazer isso.

- Você fez?

Soraya deu uma risada ofegante. - Muitas vezes. Chegou ao ponto em que eu tentava ficar acordada durante a noite para não molhar a cama. Sempre que isso acontecia, o castigo deles ficava cada vez pior.

A morena franziu a testa, Soraya estava obviamente segurando os detalhes e, embora tivesse certeza de que não queria saber os detalhes, sabia que precisava ouvi-los. - Como assim?

A mais nova respirou fundo antes de falar baixinho: - Eles me trancavam no meu quarto sem água ou comida por um dia. Quando isso não funcionou, minha mãe adotiva tirou meu colchão por um tempo. Disse que estava arruinado, e então eu dormi no chão por um tempo. Eventualmente, meu comportamento tornou-se mais errático. Comecei a agir mal e, eventualmente, eles me mandaram de volta. Uma das funcionárias do grupo doméstico me deu um tapa na cara quando me viu.

- Isso é horrível.- Simone engasgou. - Sinto muito que você teve uma infância tão ruim. Você não merecia nada disso, Soraya.-

Seus olhos se fecharam, ela amaldiçoava mentalmente todas as pessoas que já haviam prejudicado a mulher mais jovem. Ela sentiu-se cada vez mais irritada e respirou fundo ao perceber que era tarde demais para fazer qualquer coisa agora. Tudo o que ela podia fazer era oferecer a segurança de sua casa.

Thronicke encolheu os ombros contra ela antes de rolar, seu rosto a centímetros de Simone. Ela estava ciente dos arrepios que apareceram em sua pele quando a mão de Simone pousou em suas costas. Seus olhos vagaram pelo rosto da outra que estava ali com os olhos fechados. Ela era absolutamente de tirar o fôlego e Soraya teve dificuldade em ignorar o brilho quente que ela sentia subindo por seu corpo.

Shadow Haven • Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora