Capítulo 02 - Algo deu errado

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Com a necessidade de iniciar seu trabalho, Samuel usou seu antigo alojamento para vestir-se e saíram apressados da ACADEPOL para o bairro mencionado pelos outros agentes.

As últimas informações enviadas ao grupo eram de que o foragido estava lá negociando um acordo para se proteger da polícia e da facção rival, para tanto,o estava disposto a dar a localização de alguns faccionados importantes que tinham a função de fornecer drogas para os distribuidores da região metropolitana.

Samuel ia no banco do passageiro de colete por cima da farda, cassetete preso ao cinto e pistola já no coldre na perna direita. Sobre as pernas lia os arquivos e a ficha criminal do policial expulso da polícia militar, sua ficha era das piores, homicídio, lesão grave a adolescentes, tráfico, corrupção de menores e tentativa de sequestro, já tinha cumprido parte da pena de alguns daqueles crimes, mas atualmente estava foragido.

— Corregedor Albuquerque, ele é da sua época? Vocês têm quase a mesma idade. – Samuel perguntou ao corregedor.

— Sim, trabalhamos junto com Bartolomeu por alguns anos até eu passar para delegado. Samuel, me chame de Carlos, não é necessário tanta formalidade. — O corregedor respondeu.

O celular de Carlos voltou a vibrar no seu bolso e tirou, reconheceu o número que aparecia na tela de seu celular, aceitou e colocou no viva-voz.

— Diga, meu filho — Falou preocupado, Alan não tinha o costume de ligar quando estava aguardando novas ordens, sempre esperava que ligasse.

Alan observava a casa deitado sobre um prédio, com um rifle M2000 apontado para uma janela onde um homem de aparência cansada estava sentado com as mãos presas e amordaçado de costas para a janela, outra pessoa observava o refém com uma arma apontada para sua cabeça, tinha o rosto coberto por uma balaclava preta e usava bermuda.

— Estou observando a casa, estão todos armados, há em torno de quatro ou seis homens dentro dela. — O inspetor avisou para Carlos enquanto aumentava a resolução dos binóculos para ver melhor.

Carlos continuou calado tentando imaginar o local, tinham que descobrir como entrar na casa sem chamar atenção ou ia acarretar num tiroteio, consequentemente, poderia atingir os vizinhos.

O secretário de segurança havia sido claro, Dias tinha que voltar dali vivo para delatar todos.

— Alan, cuidado — Torquato falou, fazendo o corregedor voltar a prestar atenção neles e a dirigir quando o sinal ficou verde.

— Chegaremos em dez minutos, entraremos em quatro frentes fazendo com que se sintam encurralados, deve atirar em quem tentar matar o Dias, não nos cubra. — Carlos falou para o quinto membro do grupo.

Alan ajeitou a franja colocando atrás da orelha e continuou observando, deixou os binóculos no chão e começou a olhar pela mira da sniper para a janela, ajeitando as lentes para ficar mais fácil de acertar no peito dos bandidos.

— Dez minutos é tempo demais para ficar exposto aqui, venham logo. — Pediu para seu chefe. — Estou ajustando a mira para começar a atirar — Alertou e desligou.

Carlos não se importou com o sinal ficando amarelo, acelerou e buzinou, dificultando que os carros passassem seguindo pela avenida General Osório de Paiva, sabia do perigo que era deixá-lo exposto, mas, tinham que trazer Samuel também.

— Quer fazer a formação de cruz? — Diógenes perguntou ao amigo, os cabelos brancos estavam suados por causa do capacete, tinha mais de cinquenta anos, e a testa estava franzida imaginando aquela formação.

— Não temos como fazer em pares? — Torquato perguntou, parecia ter a mesma idade de Carlos, cabelos acinzentados e pés de galinha no rosto, as linhas na testa eram bem nítidas.

Unidade Especial de Investigação - Vol.01 - O ResgateOnde histórias criam vida. Descubra agora