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Hongjoong sabia que deveria lidar com sua situação de maneira calma e digna, mas no momento em que ouviu o rangido revelador da porta de seu apartamento se abrindo, foi como se alguém tivesse ligado seu botão de reclamação, e ele nem se importou se Chan entrou atrás de Seonghwa.
— E então, você pode acreditar, o filho da puta me pediu para ir com ele!
A mão de Seonghwa parou sobre a garrafa de suco que estava pegando na geladeira.
— O quê? — ele disse.
— Eu sei, audácia, certo? Como se Youngjo não fosse um dos meus melhores amigos e ele um maldito trapaceiro — disse Hongjoong. Ele fez uma pausa para respirar, com as mãos nos quadris.
Seonghwa piscou.
— Então você disse que não, certo?
Chan o chutou na canela.
— Você ouviu uma palavra que ele disse?
Hongjoong fez uma careta. Pelo menos o novo namorado de Seonghwa estava ouvindo.
— Claro que eu disse não, Hwa. Mas agora preciso — Seus ombros caíram quando a tensão raivosa se esvaiu. — Eu disse a ele que tenho um namorado super em forma que vem como meu par.
— Mas você não tem um namorado super em forma — Seonghwa juntou as sobrancelhas, olhando para ele.
— Que astuto da sua parte — Hongjoong apertou a mandíbula.
— Acho que o que Hongjoong está dizendo, Seong — começou Chan. — é que ele precisa de um namorado.
— Obrigado Christopher por me fazer parecer impossivelmente mais desesperado.
Seonghwa encontrou os olhos dele novamente.
— O que você vai fazer então?
Hongjoong deixou-se cair na cadeira ao lado dele, ignorando o rangido perigoso da velha madeira.
— Encontrar um namorado? Não sei — Ele fez uma pausa. — Talvez peça a alguém. Conhece algum cara em forma? Christopher? Conhece algum outro australiano exótico por aqui?
Chan coçou o queixo, olhando para Seonghwa.
— Não consigo pensar em nenhum — Ele olhou para Hongjoong. — Estou feliz que você me ache exótico, no entanto — sorriu.
Exótico o suficiente para chamar a atenção de Seonghwa, certamente. Hongjoong suspirou.
— Bem, estou fodido — Não que ele esperasse ter outros planos, ou tivesse realmente pensado muito antes desta manhã. Mas ainda. Você não sabe o que tem até que se vá.
Seonghwa olhou para ele, os olhos arregalados.
— Bem, você nunca sabe, certo?
Ele parecia tão sério de repente que Hongjoong sentiu seu coração cansado mudar e suavizar ligeiramente. Confie nele para sempre esperar o melhor.
— Aprecio seu otimismo, Hwa, de verdade. Quer ser meu namorado falso, então?
Seonghwa começou a piscar rapidamente, enrijecendo-se visivelmente.
— Eu... eu bem... quero dizer-
Hongjoong não pretendia abordar essa questão, mas não foi até que ela escapou de sua língua que ele percebeu que, talvez, meio que realmente quis dizer isso. Esse era o tipo de coisa que ele e Seonghwa teriam feito em um piscar de olhos no ano anterior. Seria uma risada, uma maneira hilária de se vingar de um idiota e vingar Youngjo, talvez se envolver em algum flerte inofensivo, um beijo bobo ou dois. Como fizeram no Aurora do ano anterior.
Exceto que agora a diferença era que Hongjoong não estava rindo muito, porque agora estava total e dolorosamente ciente de que se quisesse que alguém fosse seu namorado, mesmo que fosse falso, seria Seonghwa sempre.
Algo apertou em seu peito enquanto ele continuava a gaguejar.
A risada de Chan rompeu a tensão repentina.
— Seong pode ter uma verdadeira surpresa no Dia dos Namorados — E então piscou para ele, e o coração de Hongjoong afundou no chão como uma pedra.
— Oh — se ouviu dizer, porque a insinuação de que Seonghwa tinha uma surpresa enquanto ele era deixado para foder com algum idiota em um baile estúpido era... bem, muito mais do que ruim.
Hongjoong engoliu em seco e desviou o olhar, percebendo que talvez não estivesse tão errado sobre eles, se materializando em uma decepção venenosa.
Então, Chan tinha algo real reservado para Seonghwa. Melhor do que qualquer coisa que ele pudesse fazer, aparentemente.
Hongjoong mordeu o lábio e se levantou, realmente, realmente não estava com vontade de ficar perto desses dois por mais tempo.
— Joongie? — Seonghwa disse, os olhos o seguindo, uma ruga se formando entre as sobrancelhas.
— Sim, não sei, estou cansado de pensar sobre isso — acenou com a mão, evitando seus olhos, porque um Seonghwa preocupado era um doce e ele realmente não queria isso agora, não quando Chan o venceu em um jogo que deveria estar jogando mais.
Seria estúpido, de qualquer maneira, e Chan também, e Jaein também, e tudo também. Era apenas 2 de fevereiro e Hongjoong estava pronto para março.
Seonghwa olhou para Chan quando ouviu a porta do quarto fechar com um clique suave no corredor.
— Disse algo errado?
— Seonghwa — Chan olhou para ele. — O homem acabou de te pedir em namoro.
— Namorado falso — Seonghwa disse cuidadosamente, arranhando um rasgo no papel que embrulhava sua garrafa de suco.
Chan balançou a cabeça.
— Não, Seong. Você precisa convidá-lo para sair.
— Eu vou — Seonghwa mordeu o lábio.
— Não. Convide-o para sair, tipo, agora — disse ele. — Foda-se, convide-o para aquela coisa do Aurora, o show é só no próximo fim de semana. Você ainda pode levá-lo para jantar antes. E foda-se com aquele Jaein. Mate três coelhos com uma cajadada só.
É certo que mexer com o ex-namorado de Youngjo não fazia parte do grande plano de romance de Seonghwa, mas Hongjoong sempre conseguia surpreendê-lo. Além disso, o Aurora era a coisa deles, e o pensamento do Kim convidando alguém para ir, mesmo como um 'encontro falso', revirou o conteúdo do estômago dele.
Claro, ele pode ter estado bastante bêbado, mas aquele beijo desleixado que ele plantou na bochecha de Hongjoong significava algo, e pelo sorriso que se estendeu pelo rosto dele, olhos brilhantes e bochechas coradas, Seonghwa sabia que tinha significado algo para ele também.
E talvez desta vez, quando dançassem, ele pudesse enfiar a cabeça na curva do pescoço de Hongjoong como quis tanto no ano anterior. Poderia dizer o quão bonito ele era sob as luzes baixas do pub, o quão lindo ele sempre foi.
O coração de Seonghwa saltou com o pensamento. Chan estava certo.
Hongjoong precisava de um namorado, e ele queria ser esse namorado.
