"Aquilo que se faz por
Amor está sempre além dois
Bem e do Mal
FRIEDRICH NIETZSCHE
A princípio iria apenas entregar os presentes para as crianças no decorrer do dia no hospital. Todavia, depois de saber a comovente história da pequena Bia. Decidimos que faríamos uma pequena cheia de natal com todas as famílias que ali passariam a noite.
Muitos médicos do hospital se prontificaram a ajudar no que fosse preciso, a Dona Mirna como já tinha pedido e mesmo que eu não deixasse ela iria. Também fez os seus biscoitos natalinos e comprou mais presentes.
O meu irmão parecia outra pessoa depois que voltamos para casa naquele dia. Nem de longe parecia aquela pessoa que me pediu para não me abalar com as histórias daquele lugar.
Se passaram dois dias depois do que ocorreu.
Algo dentro de mim me dizia que eu tinha que voltar ao hospital. Então, liguei o Dr. Elio e pedi para fazer uma visita as crianças. Por sorte assim que chego encontro uma galera que sempre vem uma vez por mês vestidos de palhaços para divertirem as crianças e quando ficam sabendo da minha intenção, ficam todos muito empolgados para ajudar também no natal solidário.
Sinto um pouco mais acolhida! O coração então nem se fale.
Eles me dão uma roupa especial, um jaleco branco, uma peruca e um nariz vermelho de palhaço.
Entro na ala das crianças vejo algumas deitadas com seus brinquedos, com suas mães, tia ou acompanhantes. Fico no canto observando os voluntários fazendo palhaçada e todas riem, não importa o que estão sentindo. Algumas Delas interagem.
– É sempre assim, quando a equipe Sorriso contagiante da Solange está aqui. – Olho para o lado me assusto com o timbre de voz rouca que me chama atenção.
Se eu não estive em hospital, poderia muito bem ficar horas admirando a beleza deste homem. Balanço a cabeça e me recomponho.
Ele parece ser médico, pois usa um jaleco branco como todos por ali e tem um estetoscópio no pescoço.
– Sim, Dr...
– Dr. Roberto, prazer em conhecê-la, Amanda — sua mão quente aperta a minha e em segundo faço uma careta diante dele saber o meu nome. — não se preocupem como sei o seu nome. Os boatos correm rápido neste hospital. Apenas queria conhecer, a moça que quer fazer um natal solidário. — Diz e dar um sorriso de lado. Contudo, logo muda a fisionomia ficando um pouco mais sério e olha novamente para as crianças.Balanço a cabeça e coloco as mãos nos bolsos atrasa da minha calça. Neste meio tempo uma criança grita agitada e quando olho está sorrindo para ele.
– Não estou fazendo nada demais — confesso e minha voz sai um pouco arranhada. — apenas fazendo algo que muitos deveriam fazer.
— Eu sei disso. É por isso que te admiro o seu gesto. Se me der licença. — Ele sai me deixando intrigada com essa abordagem.
– Ele sempre nos deixa assim.Olho para o lado e vejo uma enfermeira sorrindo para mim. Dou um sorriso amarelo e
me junto aos voluntários. De vez em quando pego o Dr. Me olhando e finjo com todas as minhas forças que não estou percebendo.
Depois vamos aos quartos particulares. Quando chegamos ao quarto da Bia, não sei o porquê de sentir um frio na espinha.
Eles entram primeiro e depois tomo coragem para entrar. Estou com um buquê de flores de plástico que me foi dado no caminho.
– Olá, bom dia! É aqui que a princesa Bianca está? — o palhaço pergunta divertido e ela sorrir.
Eu não consigo acreditar que uma menina tão linda tem uma doença tão severa. Um nó se forma em minha garganta.
Balanço a cabeça e forço um sorriso.
– Flores para uma pequena rosa – estico as flores em sua direção e o sorriso que recebo de volta quebra minhas pernas. A força que ela emana faz qualquer problema ser pequeno diante de toda história.
Pergunto se posso ficar um pouco há mais com ela no quarto e assim o faço. A nossa conexão é tão forte que quero colocá-la em meus braços e dizer que tudo ficará bem.
Ela me conta que perdeu a mãe quando tinha seis anos de idade em um acidente de carro. A mãe saiu para trabalhar pela manhã e estava chovendo muito e com a pista escorregadia freiar o carro não adiantou. Foi falta a morte dela.
O único pensamento é ; que depois desta experiência, todos os meus problemas são mínimos diante de tudo o que ela já viveu e vive.
Ela esta quase dormindo quando escuto a porta se abrindo. A enfermeira que estava há pouco volta com sua medicação e atrás dela o mesmo moço que vi abraçado a Júlia, ele me olha sem entender muita coisa, contudo, sua feição muda quando olha para minhas roupas.
Realmente se eu estivesse no lugar dele acharia muito estranho ter uma pessoa desconhecida no quarto da sua sobrinha ou coisa parecida.
– Desculpa, Sr. Me chamo Amanda e hoje estou acompanhando...
Ante de terminar a frase a porta e aberta novamente e por ela passa o Dr. Élio e a senhorita Julia.
– Amanda, minha querida, que surpresa maravilhosa. – o Dr vem até a mim e pega em minhas mãos. Diferente dos outros dias ele está com um sorriso no rosto.
– Dr, senhorita Julia. – os cumprimentos.
– Viemos contar uma novidade a nossa pequena. Mas parece que ela dormiu. – Julia responde com um sorriso que não cabe em seu rosto.
– Conversamos tanto que acabou dormindo. Ela e muito especial.
Neste meio tempo o homem ainda não tinha aberto a boca. Todavia, eu sentia os seus olhos em mim. Como uma pergunta silenciosa!
– Eu acabei esquecendo, este é o meu filho Fernando, pai da nossa pequena Bia. – olho para ele e estico a mão para cumprimentá-lo, quando nossas mãos se tocam uma descarga elétrica, nós percorre o meu corpo, eu tenho certeza que não foi somente eu.
Solto sua mão rapidamente e desvio o olhar.
– Prazer, Amanda. – responde cauteloso. Apenas meneio a cabeça.
– Bom, vamos tomar um café em minha sala e aí contamos as novidades.
E assim todos fomos para sala dele. Eu queria declinar o convite. Entretanto, o Dr. Élio disse que faria questão da minha presença.
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Um Natal Mágico
Romance🎄Sinopse 🎄 Amanda Fidelis, tem 33 anos de idade e nunca sentiu uma vontade tão grande ajudar ao próximo como está sentindo nesta data tão especial como o Natal. Como a única família que tem é um irmão, ela decidiu que não irá passar com ele, e si...