Capítulo 2

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"A simplicidade das
Crianças é o que mais se aproxima
Do amor de Deus."
Autor desconhecido

Depois de tomar café com o meu irmão e me acalmar mais. Entramos no hospital para conversar com o diretor e saber como que faríamos para passar o natal com as crianças ou apenas boa parte dele.

Estávamos saindo da sala do diretor quando a porta é aberta abruptamente e por ela passa a mesma moça que estava há poucas horas chorando.

E eu o meu irmão colamos na cadeira, o Dr. Élio, levantou rapidamente e correu ao seu encontro.

— Julia, você não pode entrar na minha sala desse jeito, minha filha. — Nesse momento parece uma cena de filme a nossa frente. Ele afaga suas costas enquanto a tal Melissa se derrama mais uma vez em lágrimas.

— Pai, isso não é justo. Ela tem tanto para crescer. Faz alguma coisa, por favor! — Sua voz carrega uma dor que é palpável de longe. Não sei do que se trata. Contudo, novamente o meu peito aperta pela segunda vez do dia.

Levanto-me da minha cadeira e tento puxar o meu irmão. Olhando para o Dr. Élio com mais atenção percebemos o quanto está cansado. Algo muito grave na família dele está acontecendo.

– Dr. Élio, desculpa o incomodo. Mas já vamos. – Arrumo minha bolsa no ombro e me desculpo, meu irmão me acompanha. – posso falar com sua secretária para me ajudar no que for preciso.

– Só um minuto, por favor, Amanda – ele fecha os olhos e afaga as costas da filha – minha querida, precisamos ser forte pela nossa pequena Bia – Dr. Élio segura o rosto da filha e olha bem dentro dos seus olhos. A cena e de cortar o coração.

Ele então pede para que sentarmos mais uma vez, e junto a sua filha nos conta sobre o processo quão doloroso na qual toda a sua família estava passando. Sua única neta de nove anos está em um processo terminal de leucemia crônica. Os médicos fizeram de tudo, contudo, está doença severa foi maior e venceu. Me segurei ao máximo para não chorar em sua frente.

Meu irmão ficou tão comovido que não falava uma única palavra. Enquanto a Julia, filha do Dr. Élio ficava com o olhar distante, ele não parava de olhar para ela. Como tivesse hipnotizado com sua beleza, realmente ela era muito linda. Mas a dor que sentia nesta hora beleza nenhuma importava.

– Peço desculpas por toda esta situação – a voz do Dr. me trás de volta.

– Dr. Élio, não tem o que se desculpar. Gostaria de saber o que podemos fazer, além é claro, de passar o natal aqui com as crianças. – um sorriso que não chega aos olhos, apenas um esticar de lábios.

– Confesso que depois da notícia que recebemos, ficamos arrasados. A nossa pequena Bia ama o natal. Será duro para todos nós – sua voz embarga.

Uma ideia surge. Por que não fazer o melhor natal para todos aqui?

– Sei o quão doloroso é toda situação. Porém podemos fazer o melhor natal para ela aqui. O que acham?

Não sei de onde que tirei está ideia. Contudo, após falar da minha ideia para duas pessoas com dores profundas e ver o brilho em seus olhos mesmo que fossem mínimo. Já me deixou realizada, como se tivesse ganhado o melhor presente de natal.

Eu poderia simplesmente falar que compadeço com a dor deles e sair pela mesma porta que entrei. Contudo, não é isso que meu coração quer. "E quando o cérebro e o coração discordam, o coração tem razão.
Siga seu coração e não vai se arrepender." Essa é uma frase que sempre carrego comigo.

Deixamos o Dr, pai e avô naquela sala de hospital com o coração mais leve. Vinícius concentrado ao trânsito ao meu lado, com a cara fechada não fala nada.

Todavia, sei que está maquinando alguma coisa. Pois sei que quando aquela ruguinha em sua testa fica franzida, alguma coisa boa sairá de lá.

— Pode falar logo, Vinicius, o que está pensando em fazer. — Bato em seu ombro de leve.

— Sou tão transparente assim? — Ele dar um sorriso de lado e balança a cabeça.

— Você sabe que conheço você melhor que só que ninguém. — Respondo e volto-me a olhar pela janela do carro. — Pensa que não percebi o seu olhar para a filha do Dr?

— Hum, você está vendo coisa onde não tem — resmunga e se remexe no banco.

— Esse é o primeiro passo, Maninho. A negação — Brinco com ele para ver até onde ele vai com isso.

— Não tem negação nenhuma, Amanda.

Xiii, quando ele me chama pelo nome é que não gostou.

Volto- me para o trânsito e os meus pensamentos voltam para a cena do senhor e a dor que vi nos olhos da Julia.

Me pergunto por que crianças tem que passar por isso. Mas não tenho a resposta, tudo neste mundo é uma incógnita. Só sei que estou mais ansiosa para o dia de natal.

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