Capítulo 4

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Não sei quanto tempo se passou, se é dia ou noite, na prisão não tem uma janela, e ela é muito gelada.

"Execução".

Aquela palavra martelava na minha mente. Não posso morrer dessa maneira, em um lugar que não conheço e nem sei onde é.

Seguro o rubi do colar que minha mãe me deu antes de minha partida. Ainda bem que não o tiraram quando removeram a armadura de meu corpo. Aperto o diamante em forma de coração. Penso na minha mãe, em Jasper, no príncipe Alex - a pessoa que eu mais amava e planejava me casar - e em Thomas, que oro para que tenha ficado bem depois que Isildur o acertou.

Não sei quando comecei a vagar pelas minhas memórias, mas agora me vejo criança.

Eu me esgueirava por debaixo das mesas durante as festas da corte, eram tão chatas. Meus vestidos viviam cheios de poeira quando essas festas aconteciam. Um belo dia, eu fazia as mesmas coisas que fazia em todas as festas, me esconder embaixo de mesas para fugir. E neste dia eu encontrei um menino vestindo um terno preto, quis dar meia-volta e achar outro caminho para fugir daquele local, mas o menino me viu quando eu estava quando ficando de costas para ele.

- Espere!

A voz dele era calma, suave, gostosa de ouvir como o belo canto dos pássaros.

- Eu não quero ficar aqui...

Me senti desesperada quando a voz do menino ficou com um tom de choro. Eu mesma não chorava, nem quando me machucava - sempre ficava irritada na verdade.

Revirei os olhos, mas fiz sinal para ele me seguir.

Com algumas comidas pegas da mesa de banquete, o levei para meu lugar secreto. Passamos pela boca de uma escultura de leão, era uma passagem secreta. Ficamos engatinhando por um túnel escuro, ás vezes escutava o menino choramingar e mordia os lábios para não gritar com ele.

Na saída do túnel, fiquei em pé e bati as mãos no vestido violeta rendado para tirar a poeira.

- Chegamos - digo ríspida por estar sem paciência.

- Obrigado por me tirar de lá - ele fez uma breve reverência. - Eu me chamo Alex.

Coloco as comidas em uma mesinha e me jogo - sem delicadeza - em um sofá de pele de cervo que tinha ali.

- Então você é o príncipe que todos chamam de inútil.

Alex se encolhe e sorrio com o ato.

Sinto alguém me aranhar e minha pele arde, meus olhos se abrem e percebo que dormira. Agora meu braço sangrava - dois braços machucados, que ótimo.

Olho para a criatura que me arranhou e grito assustada com tamanha feiura.

- Falei para não machucar a prisioneira, Alapakin - uma sombra se aproxima e, logo reconheço a figura que se aproximava.

- Você! Me liberte agora mesmo - exijo.

- Cale-se, mortal - Alapakin rosna para mim e me afasto um pouco das barras, temendo ser arranhada mais uma vez.

- Alapakin, deixe-nos sozinhos - o rei ordenou e não o olhou, seus olhos estavam colados em mim.

O soldado de aparência feia fez uma reverência, me olhou e rosnou - rosnei de volta - e então saiu.

- Eu sou uma princesa, exijo que me solte!

Ele ri.

- Você não significa nada aqui, pode ser princesa no reino mortal, mas aqui, você é a coisa horrorosa e estranha.

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