Three

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Coloquei a música pois é a vibe que eu imaginei na parte da chuva.

Isabella pov's

Chegamos ao fundo da loja e Mitsuya disse a Pah pra pegar um cassetete em sua mochila.

- Onde caralhos você encontrou um cassetete?! - Disse Pah, enquanto já fechava a mochila.

- Quando iniciou o apocalipse, estavamos em uma delegacia. - Pah-Chin arregalou os olhos, encarando Mitsuya, fazendo ele soltar uma risadinha - Encontramos o Kisaki na rua, descobrimos que ele estava na Tenjiku. Baji ficou puto e foi pra cima dele. Se não fosse pelos policiais chegando, acho que Kisaki estaria morto. Fomos todos parar na delegacia, até que começou a confusão. Os policiais correram pra fora e começaram a atirar. Eu peguei cassetete em cima da mesa e saímos correndo, nos abrigamos numa farmácia. Sabiamos que não ia adiantar ficar.

- Cara, é cada coisa que vocês aprontam... - Eu disse, rindo um pouco. Mitsuya sorriu pra mim e continuou.

- É que o Baji é um pouco pavio curto.

- Um pouco?! - Pah disse, indigado

- ...Ele é muito pavio curto. - Mitsuya afirmou por fim. - Agora vamos, antes que apareçam mais zumbis.

Pah se direcionou a porta e abriu. Mitsuya passou por ela junto comigo, logo em seguida Pah, fechando a porta. Essa porta dava em um beco atrás da loja.

O loiro começou a correr em nossa frente, batendo o cassetete na cabeça de todos os zumbis que estavam no caminho.

Mitsuya corria logo atrás comigo em seus braços, desviando dos zumbis que caiam desnorteados ao chão.

Chegamos ao fim do beco e subimos correndo até um viaduto. Ali não havia quase nenhum zumbi.

A essa altura eu nem estava olhando mais pra frente. Sabia que Pah estava batendo nos poucos zumbis que tinham ali. Eles desaceleraram os passos, andando calmamente. Eu olhava vista do viaduto.

Via chuva se aproximando. Por cima da floresta que tinha um pouco a frente, o céu se encontrava escuro e era possível enxergar os pingos de chuva cada vez mais perto. Takashi olhou na direção também, e observou por um tempo. Logo ele voltou a olhar pra frente, pois não queria tropeçar em algo e esfolar a pele no asfalto junto comigo. Eu já estava com a cara toda ralada por Pah ter tropeçado ontem.

Eu estava vidrada naquela vista, era linda.

Comecei a sentir os pingos caindo sobre mim, então fechei meus olhos, aproveitando.

Eu nunca imaginei que ia gostar tanto de um momento em meio a um apocalipse zumbi.

Alguns segundos depois, nossas roupas já estavam totalmente ensopadas, tanto as minhas, quanto as de Pah e Mitsuya. a única coisa que me aquecia agora era o calor do corpo de Takashi em contato com o meu.

Encostei minha cabeça ao ombro dele, e em seguida, chegamos a algum lugar coberto.

- Caralho, vocês tão ensopados! - Ouvi uma porta se fechando, e abri os olhos. Havia um garoto loiro com o cabelo aos ombros, que parecia ter por volta de 1,60 de altura. - PAH?!...Quem é ela Mitsuya? - Ele perguntou, confuso.

- Isabella, uma amiga que Pah fez enquanto estava no hospital. - Ele se dirigiu a mim em seguida. - Esse é Mikey.

Esse era o comandante! Me lembro bem de Pah falando sobre cada um deles.

- Prazer, Bellinha! - O garoto abriu um sorriso no rosto, fechando seus olhos. Que fofo.

- O prazer é meu! - Eu também sorri.

Mitsuya avançou mais pra frente, andando entre as prateleiras. Pah vinha logo atrás, ele abraçou Mikey, falou algo e depois nos seguiu.

Enquanto andávamos por ali, conseguia ouvir pessoas conversando. Havia uma galera aqui dentro da farmácia.

- Tem dois banheiros aqui. Vocês podem ir tomar banho primeiro, eu vou guardar as coisas e depois vou. Tem algumas toalhas nos armários, e ainda temos energia, ou seja, também tem água quente. - Takashi disse enquanto entrou em um dos banheiros e me deixou com cuidado em cima do sanitário com a tampa fechada. Tirei a mochila com mantimentos de minhas costas e entreguei em suas mãos. - Vou pegar uma roupa pra você e já volto.

Ele saiu e voltou alguns minutos depois, com uma calça moletom larga e uma blusa que provavelmente tinha o dobro de meu tamanho.

- Eu procurei a Emma pra pegar alguma roupa dela pra você, mas não encontrei. Então peguei minhas mesmo - Ele sorriu sem graça e coçou a nuca.

- Não tem problema, muito obrigado. - Ele apenas sorriu e saiu do banheiro, fechando a porta.

Com cuidado, comecei a me despir, logo em seguida me levantei e andei calmamente até o chuveiro, ligando-o.

Senti as gotas de água quente entrarem em contato com minha pele e suspirei com o frio indo embora. Fiquei bem mais tranquila agora, depois de encontrar os amigos de Pah. Não estávamos mais sozinhos por aí.

Então, no momento, eu só tinha duas preocupações.

Meu irmão e meu joelho.

Fiquei alguns minutos embaixo do chuveiro, aproveitando a sensação.

Me ensaboei, e logo depois deixei a água escorrer novamente, levando o sabão. É bom aproveitar enquanto tem energia.

Sai do chuveiro calmamente e me sequei, vestindo a roupa em seguida.

Penteei meus cabelos e destranquei a porta do banheiro.

Saí do banheiro andando devagar. Eu sentia meu joelho doer um pouco, mas como estava tomando cuidado, não doía tanto.

Dei a volta em algumas prateleiras e encontrei um cara bem alto. Ele tinha uma tatuagem na cabeça e seu cabelo em uma trança. Esse era o tal Draken.

Ele me encarou com uma feição confusa, em silêncio.

Encarei ele de volta com a mesma expressão.

- Ah, te encontrei. - Mitsuya chegou neste momento. O garoto estava com alguns respingos de água pelo corpo, indicando que também já tomou banho.

- Quem... é ela? - O da tatuagem perguntou.

- Isabella. Pah encontrou ela no hospital em meio à confusão. Isabella, esse é Draken. - Ele nos apresentou.

O vice-comandante.

- Prazer! - Eu sorri e disse.

- Prazer. - Ele deu um sorriso mínimo. - Vou atrás do Mikey porque ele é pior que criança. Se cuidem. - Saiu andando até sumir dentre as prateleiras.

Mitsuya me encarou.

- O farmacêutico estava aqui quando chegamos. Então ele tá junto com a gente. - Takashi disse. - Eu falei com ele sobre seu joelho, e ele disse pra tentarmos fazer uma "fisioterapia". No caso, coisas que ao longo do tempo vão te ajudar a melhorar. Segundo ele, vai realmente demorar pra sua perna melhorar sem um fisioterapeuta de verdade. Mas é bom fazer isso.

- Por mim tudo bem... seriam tipo alongamentos? - Eu perguntei.

- Sim. Como ir praticando dobrar a perna aos poucos. Sei que provavelmente vá doer por agora, mas vai ajudar a melhorar.

- Ok! Achei uma boa ideia. - Eu sorri, fazendo ele sorrir de volta.

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The Apocalypse - Takashi MitsuyaOnde histórias criam vida. Descubra agora