05 | 𝐂𝐨𝐯𝐚𝐫𝐝𝐞

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Alicia Gusman; Pont of view.

Quatro dias se passaram depois o dia da piscina, e no dia seguinte após passar a noite anterior toda pintando naquele depósito, voltei para a casa. Paulo parou de falar comigo, quando eu olhava pra ele e ele me olhava de volta, percebendo meu olhar, logo desviava a atenção, olhando para outra coisa o mais rápido possível. Não me olhava, não falava comigo e sequer ficava muito perto, um silêncio total. Fiquei confusa com sua mudança repentina, afinal a poucos dias atrás Paulo estava sendo gentil e se mostrando super meu amigo. Não sabendo o motivo de tudo isso, apenas deixei pra lá, afinal não posso forçar ninguém a querer ficar perto de mim, muito menos a gostar de mim. Voltamos a ser como éramos quando crianças.

Nesses últimos dias também, mal tenho falado com Marcelina, mesmo ela sendo minha melhor amiga. Pra duas pessoas muito grudadas como eu e ela estávamos de um mês pra cá, nos afastamos de maneira súbita. Não tínhamos brigado, mas nos afastamos um pouco sem motivo nenhum, assim como a meu ver, me afastei de seu irmão, Paulo Guerra. A diferença é que não tinha deixado de conversar com Marcelina; Estava apenas mais distante.

O dia amanheceu ensolarado hoje, então levantei antes mesmo do despertador tocar e fui tomar um banho. Saindo do banho, vi Marcelina acordar com o som irritante do relógio com sinos em cima da escrivaninha. Sai do quarto deixando Marcelina com apenas um "Bom dia", antes de descer para cozinha comer alguma coisa.

Estava um clima agradável, não frio mas nem tanto calor, porém um dia bem ensolarado e bonito, de uns 27 graus. Resolvi não ficar dentro de casa como fiz ontem, então saindo de lá de dentro, desci e atravessei a ponte do lago, indo para a floresta. Não muito longe da entrada da mata, em um lugar quase impossível de se perder, me sentei em um dos troncos deitados no chão, ao lado da casinha qual guardo meus quadros. Trouxe ali pra for minhas coisas pra pintar ao ar livre, e após um tempinho arrumando tudo comecei, apreciando o som da paz e o vento gostoso que no era forte pra revirar minhas coisas, mas trazia um bom refresco natural.

Quebrando o silêncio pacifico do local, escutei passos por ali, então parei com as pinceladas na tela, prestando atenção para ver se conseguia definir o que realmente era. Por ali os animais grandes não eram comuns, então o que seria? Quem seria?. Pouco tempo depois a figura se revelou; Era Mário, parecendo disperso enquanto andava.

— Mário? O que faz aqui? — Perguntei a ele, ainda com a paleta cheia de cores de tinta e o pincel na mão, chamando a atenção dele e fazendo que me notasse.

Ele me olhou, possivelmente não esperava me encontrar aqui. Talvez só quisesse dar uma volta sozinho, e acabou por não encontrar um lugar que pudesse ficar em paz com sua própria companhia. Ele se virou, vindo até mim e parando a minha frente.

— Posso ficar aqui contigo? — Perguntou o garoto.

Assenti com a cabeça concordando com sua atitude, indicando em seguida para que ele se sente a meu lado. Ele fez, então olhou para o que eu estava fazendo, assim que voltei a pintar

— Não sabia que você pintava. — Ele comentou, olhando para a tela de pintura. — O que faz aqui, Alicia?

—Faz um bom tempo que eu pinto. E eu só não estou afim de ficar perto de muita gente agora.

— Entendi. E você e o Paulo? Pareciam tão próximos esses dias e agora pararam de se falar do nada. Aconteceu algo?

– Não sei na verdade. Ele se afastou do nada e eu não quis correr muito atrás, já que ele não tá nem olhando pra minha cara direito.

— Ele se importa com você. Não sei porque está agindo assim, mas ele gosta muito de você.

Paro de pintar um pouco e olho ironicamente pra ele, colocando a paleta e o pincel ao meu lado esquerdo na madeira.

𝐃𝐈𝐅𝐄𝐑𝐄𝐍Ç𝐀𝐒 | 𝐏𝐚𝐮𝐥𝐢𝐜𝐢𝐚 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora