12 | 𝐂𝐚𝐫𝐢𝐧𝐡𝐨

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Alicia Gusman, Point of view;
    Sexta feira, dezembro, São Paulo - Brasil.
    09:45 AM

Acordo com a sensação de cansaço mesmo que provavelmente tenha dormido um bom tempo, talvez seja pela confusão que aconteceu ontem. Foi tudo tão rápido que mal tive tempo de raciocinar tudo aquilo, o que realmente aconteceu de uma hora para outra? Agora eu estava aqui, no quartinho qual eu brincava quando criança, com Paulo. Trocamos de posição antes de dormir, dormimos abraçados, ele agora continuava dormindo calmamente, com a cabeça em meu peito, enquanto seus braços rodeavam minha cintura.

Não sei que horas são, não sei por qual motivo até hoje eu não trouxe um relógio aqui, deixei meu celular na casa ontem a noite quando vim atrás de Paulo. A luz dos raios de sol iluminava brevemente o quarto, não quis acordar Paulo, ele parecia estar tão confortável e dormindo tão bem ali.
Me pergunto se estão a nossa procura, já que provavelmente não saibam onde estamos desde a noite anterior, eu deveria ir avisa-lós agora, mas está tão bom aqui.

Levo minha mão esquerda até seu cabelo macio, fico pasma com a beleza que ele tem nesse cabelo, eu realmente gosto, além de ser macio, é cheiroso. Começo a fazer um carinho de leve por ali, mexendo os dedos entre seus fios lisos, hidratados e castanhos.
Analiso seu rosto em silêncio, perdida em meus pensamentos sobre ele. Ele é tão bonito.
Noto cada detalhe de seu rosto, suas sobrancelhas meio escuras e bem desenhadas, que provavelmente foi Marcelina que o obrigou a fazer, seus cílios grandes e naturais qual chega a dar inveja, sua boca bonita e com um traço tão bonito que me deixa tão ansiosa para juntar meus lábios aos dele.

Fico pensando sobre ele mais uma vez. Paulo mudou de certa forma, ele era tão bagunceiro é terrível quando criança, e ainda é, só que eu acho que menos implicante do que uma criança de oito anos no terceiro ano escolar. Aquela touca com caveiras e aquele fone amarelo que ele nunca tirava do pescoço mesmo que quase nunca usasse.
Ele era tão pirralho. Tão irritante.

Tudo bem acontecido tão rápido nessas férias de verão, que eu nem pensei sobre isso. Desde que viemos para cá, nessa casa de férias, muita coisa aconteceu entre nós.
Quem diria, o popularzinho irritante e bagunceiro da escola agora tá aqui me abraçando todo carente enquanto dorme, com 16 anos nas costas.

Paro um pouco de mexer no cabelo dele, tirando minha mão de seus fios macios enquanto olhava para a parede, pensativa.

— Hmm...Não para não...— Escutei a voz de Paulo dizendo, a voz rouca de sono.

Olhei para ele, ele estava com os olhos meio abertos mas não totalmente pelo sono, mas se mantinha na mesma posição, envolvendo seus braços em minha cintura como antes.

— Você não estava dormindo?

— Acordei faz tempo. Mas seu cafuné é bom, tava quase dando uma cochilada de novo. — Ele sorriu, aquele sorriso sonolento e preguiçoso, tão bonito.

Rio baixinho, voltando a fazer cafuné em sua cabeça, mexendo meus dedos entre seus fios macios e bonitos.

— Precisamos voltar, Paulo. Eles não sabem onde estamos. Podem estar preocupados.

— Nos já vamos lilicia...Espera só mais um pouquinho.

— 5 minutos, Paulo. Mais tarde a gente volta aqui...

Me levantei após nossos cinco minutos juntos, ele se levantou também, e então fomos para a casa.
Quando chegamos, vimos todos na sala, parecendo preocupados. Marcelina estava chorando e Mário tentava acalma-lá juntamente a Graça, Allan e Maria Joaquina.

Assim que nós viram, vieram todos preocupados nos abraçar, especialmente Marcelina.

— Eu fiquei tão preocupada com vocês, seus idiotas! Vocês não avisaram pra onde iam e passaram a noite toda fora depois de outra briga desse garoto. — Marcelina disse, enquanto se acalmava limpando suas lágrimas.

— Pelo amor de Deus, não façam mais isso...— Meu avô disse, enquanto me abraçava fortemente. Estou ciente de que deixamos vários preocupados aqui.

[...]

Sai de meu quarto após tomar um banho e lavar meu cabelo, ele ainda estava molhado, mas já não estava pingando água. Hoje estava um pouco mais frio novamente, escutei barulhos de gotas caindo no telhado, havia começado a chover. Todos já estavam em seus quartos fazendo alguma coisa, conversando ou sei lá. Fomos proibidos de sair de casa, pelo menos por hoje. Desci e preparei uma pipoca para mim, fiz bastante.

Com isso, subi novamente, passando na frente do quarto de Paulo e o vendo deitado em sua cama, ele me olhou e eu o encarei por alguns segundos.
Segui meu caminho, indo para aquele quarto qual ficamos alguns dias atrás.
Me joguei na cama colocando a pipoca no móvel do lado da cama, peguei o controle e liguei a TV, colocando uma série para que eu assistisse.

Minutos depois, escutei a porta se abrindo e se fechando novamente. Olhei para la, era Paulo, ele estava com uma sacola daquelas de papel em mãos. Veio até a cama e a virou, deixando todos os doces caírem no colchão.

Olhei para ele sorrindo e arrumamos tudo, o abracei, apoiando minha cabeça em seu peitoral enquanto o abraçava e assistia a série.

— Você tem que parar de brigar, Paulo...

— Já conversamos sobre isso, Ally. Ele te xingou. Fora que ia te machucar.

— Mas eu já disse que não precisa tomar todas as minhas dores e se machucar em meu lugar.

— Eu me machucaria e até ficaria feliz em ser espancado 100 vezes se for por você, Gusman.

— Eu me machucaria e até ficaria feliz em ser espancado 100 vezes se for por você, Gusman

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Olha só quem voltou. Eu mesma.
Resolvi criar vergonha na cara e vir aqui criar um capítulo descente pelo menos. Vou ficar mais ativa, me perdoem.
Muito obrigada pelas vizualizações na fic viu!! 🫶🏻

Até logooo, feliz finzinho de dia dos pais para todos os pais!!

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⏰ Última atualização: May 18 ⏰

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𝐃𝐈𝐅𝐄𝐑𝐄𝐍Ç𝐀𝐒 | 𝐏𝐚𝐮𝐥𝐢𝐜𝐢𝐚 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora