Capítulo 1 - Primeiro Ato

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(Dia 3 de abril de 2017, segunda, 6:30 da manhã)

Meu nome é Yuki Murakami, tenho 13 anos e vivo o que se pode se considerar uma vida comum. Meus pais são gentis comigo, saio ocasionalmente e vou à escola todos os dias; estou agora no sétimo ano e não há nada particularmente difícil em minha vida escolar, a não ser que, por ser um tanto tímido, tenho poucos amigos. Decidi escrever um diário ontem à noite, pois havia coisas demais em minha cabeça, ao ponto de me fazer querer passá-las ao papel.

Agora, me pergunto o real motivo que me levou a escrever esse pequeno diário: será porque meu dia-a-dia é tão comum ao ponto de me fazer querer algo novo e diferente nele, ou será porque não consigo deixar de pensar que há algo que necessito lembrar, mas não consigo?

Pelo que me lembro, sempre fui uma criança saudável e alegre, todos gostavam de mim e não me recordo de nenhum trauma dessa época. Mas há algo que me incomoda, e é que não lembro absolutamente nada do dia em que fiz 11 anos.
Por mais que eu me esforce para lembrar, ou que meus pais falem que foi um dia normal, e digam coisas que fiz nesse dia, eu realmente não consigo me lembrar do que houve.

Mas, por que isso? Por que justamente esse dia? Porque sinto que depois desse dia, algo parece errado comigo e com todos em minha volta? Eu escrevo esse diário na esperança de descobrir alguma pista, enquanto conto os fatos e acontecimentos que me parecem incomuns no meu dia.

Agora vou sair do meu quarto, minha mãe já está me chamando para o café; mais tarde falo mais sobre como foi a aula (me pergunto para quem estou escrevendo isso, já que se trata de um diário, mas prefiro pensar que estou guardando coisas para o caso em que eu esqueça o que fiz, ou de coisas importantes demais para serem esquecidas).

(9:00 da manhã)

Meu intervalo começou há uns 5 minutos, e finalmente achei um lugar tranquilo para escrever. Agora vejo que esqueci de apresentar o lugar onde moro, então vou começar. Eu moro em uma cidade pequena chamada Boa Vista, no bairro Campo florido. Todos se conhecem e são muito simpáticos, gosto de morar aqui.

Meu colégio fica no meu bairro, o que facilita muito. Mesmo assim minha mãe queria me acompanhar todos os dias, que vergonha! O Gabriel não iria me deixar em paz se soubesse disso...

Falo assim, mas o Gabriel é um dos meus únicos amigos lá, ele é a pessoa mais engraçada e simpática que conheci até hoje. Estudamos juntos desde a quarta série, e até o convidei para o meu aniversário de 11 anos - essa é uma das poucas certezas que tenho sobre esse dia, que com certeza ele iria. Falando nele, ele acabou de me achar!
Falarei mais sobre ele outra hora :]

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(Editado 24/12/2023)

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