Capítulo 6 - Em busca de respostas

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(Dia 7 de abril, sexta, 06:15 da manhã)

Estranhamente, acordei cedo demais para ir à escola, então vou aproveitar a oportunidade e colocar meus pensamentos em ordem, coisa que não pude fazer ontem, devido ao choque que sofri.

Anteontem eu fui brincar em um parque na rua depois do colégio, ele ficava na Praça Leste (acho que esse era o nome da praça). Era um lugar o qual eu nunca tinha ido antes, nem me lembrava de ter estado lá, apenas ouvi falar dele e fui para o local. Eu não estava sozinho, então tem pessoas que posso tentar confirmar a existência daquele local, farei isso mais tarde.

No dia seguinte, acabei descobrindo que naquele local não havia um parque, mas sim um condomínio. Isso me soou muito absurdo, não era possível que um local no qual estive não existia, então eu pensei que se tratava de outra rua próxima. Mas infelizmente esse meu pensamento não se concretizou, acabando na situação mais bizarra possível: Um lugar no qual eu estive nunca existiu, e no lugar havia um condomínio que estava bloqueado em minha memória, como isso pôde acontecer?

Agora, porque eu me esqueci daquele lugar? Ontem, quando meus pais se olharam, deu a entender que eles sabem o que foi, mas não querem me falar ainda. Seja o que for, penso que passei por uma situação séria enquanto morava naquele condomínio. Parando pra pensar, eu tenho uma amiga de infância! Isso é incrível, não esperava por essa surpresa. Pelo pouco que lembrei, ela parecia uma pessoa bem alegre e divertida, e sinto que era bem importante pra mim; Mas qual era o nome dela? Preciso saber disso, será que pergunto pra minha mãe?

Outra coisa que chamou muito a minha atenção foi que meu pai não tinha lembrança nenhuma de ter visto o parque, mesmo tendo ido me buscar lá de carro. Será que foi coisa da minha cabeça? Com certeza não foi, e vou encontrar alguém que prove isso, sei que vou! Não é normal uma pessoa esquecer tão rápido de algo que aconteceu no dia anterior... Ontem pela noite eu perguntei ao pai sobre o parque antes de dormir (esqueci de escrever porque fui descansar) e ele disse nunca ter estado lá antes, tem algo de muito estranho nisso.

Agora, tenho que conseguir mais informações, e entender o que está acontecendo. Para isso, vou falar com o Rafael, que jogou bola comigo anteontem no parque desaparecido.

(09:10 da manhã)

Hoje vim para a escola com o objetivo de perguntar para o Rafael sobre o parque que sumiu. Eu o conheço por causa do Gabriel, que conhece muito mais gente que eu, e estando com ele, todos automaticamente me conhecem também (isso é bom, mas não gosto de chamar tanto a atenção). Gabriel tem três amigos de infância, que estudaram com ele desde muito pequeno, e um deles é o Rafael. Eles quatro são bem unidos, fazem muitas coisas juntos e parecem se divertir bastante.

Rafael estava comigo jogando bola anteontem, encontrei ele lá na quadra da praça por coincidência; ele me trata bem e conversa normalmente, mas não tão próximo assim de mim (e prefiro que continue dessa forma, algo me incomoda naquele garoto metido).
Fui até ele agora há pouco, durante o intervalo, comentar sobre a quadra do suposto parque que estive com ele:

- Oi Rafael, tudo bem? Anteontem você jogou demais! Não tinha ninguém melhor que você naquela quadra, sem dúvida.

- Oi cara! Tô te dizendo que não tem ninguém melhor do que eu nesse bairro, qualquer dia desses tem um clube me chamando, pode crer! Ele respondeu, todo orgulhoso e cheio de si.

- Você vai jogar de novo quando? Vai ser lá na quadra da Praça Leste? Me chama quando for, viu? Falei como quem não quer nada, vendo se ele concordava comigo.

- Eu vou na semana que vem, vai ser lá mesm... Ele começou a falar, mas parou de repente. Sua expressão parecia transtornada (perdendo a empolgação anterior), e sua aura mudou drasticamente.

- Onde, Yuki? Tá ficando doido? Onde jogamos foi na praça da rua antes do colégio. Ele falou com um tom frio, soando meio forçado.

- Ah, lá mesmo! Me confundi... Me chama tá? Desconversei, já que ele parecia sinistro.

- Pode deixar. Vou ali falar com o pessoal, até mais!

- Até! Depois disso, fui para o mais longe possível dele, quem sabe o que poderia acontecer? Garoto esquisito...

Porque ele ficou estranho só após ouvir sobre o parque? Aquilo deu muito medo, sério! Parecia uma daquelas cenas que o usuário de stand se revela no mangá, credo!

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