Infinite Castle

Capítulo 20 - Epifania sombria

(20 de Abril, quinta-feira, 06:30 da manhã)

Ontem à noite eu tive um sonho sinistro, me causa arrepios até agora. Eu estava em um lugar escuro e vazio, mas brilhante como o céu estrelado. Apareceu uma jovem atrás de mim, a presença dela era tão terrível que eu nem sequer consegui virar para trás. Tudo o que vi foram seus cabelos brancos balançando com o vento. Ela veio bem perto do meu ouvido, e sussurrou em meu ouvido delicadamente:

- Meu pequeno floco de neve, você quer mesmo se lembrar de tudo? Não pode apenas continuar com sua vida pacífica? Você vai se arrepender...
Por alguns segundos, ela realmente pareceu querer me matar, o que me fez gelar até os ossos.

Eu queria muito correr para longe, mas minhas pernas não saíam do lugar. Ela percebeu meu pavor, e voltou a falar de forma gentil como antes:

- Calma, foi apenas uma brincadeira! Já que você quer tanto, eu irei te mostrar um pouco. Agora tenho que ir, nos vemos em breve!

Logo após ouvir essas palavras, eu acordei assustado, suando frio e com as mãos trêmulas. Quem era aquela garota? Porque ela fala como se me conhecesse?

(14:00)

Assim que as aulas acabaram, Biel e Saori não puderam voltar comigo, disseram que tinham afazeres, então voltei sozinho.

Cheguei em uma rua deserta, e vi de relance uma jovem vestida com um vestido branco, cobrindo seu rosto com um capuz. Ela tinha os mesmos cabelos brancos que eu vi em meu sonho. Ela me disse: Por aqui, eu irei te mostrar!

Apesar do medo, decidi seguí-la e ver no que dava. Preciso ser uma pessoa de mais atitude, pois sou um homem, não uma princesinha frágil de conto de fadas.

Seguindo ao longo do caminho, eu cheguei a um parque muito bonito e nostálgico. Sinto que já estive aqui. Qual era o nome daqui? Ah, Parque Apipema!

É um lugar muito bonito, como eu não conseguia me lembrar? Aqui tem uma energia muito boa, como um pequeno oásis verde no meio da cidade. A principal atração do Parque Apipema é o grande lago cristalino em seu centro, que dá nome ao parque.

Muita gente gosta de caminhar nesse parque por causa do forte contato com a natureza e da tranquilidade, embora seja um lugar com pouca movimentação de pessoas.

Me sentei no banco da praça, enquanto olhava em volta. Se a garota branca me trouxe aqui, com certeza deve haver um significado. Antes que eu percebesse, senti aos poucos pequenos flashes de memória voltando a mim. Lembrei que esse era um lugar onde eu gostava de vir depois da aula com Alice, perto do meio-dia, e nossos pais sempre brigavam por causa de nosso atraso, eram tempos realmente bons, eu era muito feliz nessa época.

Como uma tempestade repentina em um dia ensolarado, memórias turbulentas vêm até mim, quando eu finco meus olhos no píer do lago. O que houve aqui?

Algo me chama para perto, esse não é um lugar normal. Cada passo que dou, parece mais e mais pesado. É difícil chegar até lá. No meio do caminho, minha cabeça dói muito forte, e uma lembrança volta com força, como se eu estivesse revivendo tudo no mesmo momento.

Pelo meu tamanho, parece ter sido há uns dois anos atrás. Em minha frente, há um garoto agindo de forma desprezível e me intimidando, mas não consigo vê-lo nem ouvir claramente o que está sendo dito.

No momento, tudo o que eu conseguia fazer era chorar, dizer que ele estava mentindo e que o Biel era meu amigo. No fim, ele me disse as seguintes palavras, carregadas de ódio e rancor, o que me machucou profundamente:

- Se você não fosse tão ganancioso, a Alice não teria sumido. Foi tudo a sua culpa! Se não fosse você, ELA TERIA SIDO MINHA! MORRA!!!!!

Com um rosto transtornado e cheio de ódio, ele me empurrou para o lago. Eu estava desesperado, até que vi uma luz forte e apaguei. Após o fim da memória, eu caí no chão e fiquei apagado por alguns minutos. Estou perplexo até agora, minha vida foi uma mentira? Eu não tenho amigos? Todos me traíram? Eu estou morto...? Esse é o pós vida? Caso não seja, como sobrevivi?

Não me lembro direito como eu cheguei em casa, mas de algum jeito eu consegui. Imerso nessa profunda tristeza, eu sigo minha rotina, tentando aceitar tudo o que houve.

Quem me odeia tanto ao ponto de me matar? Então o stalker na verdade quer me assassinar? Como eu lido com isso? Eu quero sair daqui, não quero ver ninguém. Porquê comigo?

. . . . . . . . . .