Tongue of Fire

𝓦𝓲𝓼𝓱𝓮𝓼

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Com a enorme capa de um tom lilás e velha cobri
todo o meu corpo para que minha roupa não ficasse a mostra. A noite parecia fria e agitante como pequenas faíscas gritantes. Eu precisava deixar aquele lugar, todos pareciam me sufocar. Ninguém me vigiava assim que minha mãe e Daemon voltaram para Dragonstone deixando meus irmãos depois da confusão do jantar.

As ruas estavam cheias e agitantes, ninguém naquele lugar tinha o espírito frio. O calor das tochas e das pessoas podiam acalentar cada poro de minha pele. Sorri diante dos fantoches de teatro referindo-se a uma crítica humorista sobre os Targaryen's e Hightower's. Um reino dividido por dois sangues. De um lado os verdes e do outro os black. Eles faziam movimentos de espadas. Aegon e minha mãe lutando pelo o trono. Todos queriam um homem governando os 7 reinos, não era atoa que Aegon matava minha mãe e usurpava do trono. Coisa que nenhum de nós deixaria acontecer.

  Me afastei roçando meus dedos nas bandeja de todos os tipos de frutas. A feira estava lotada, bijuterias, comidas e especiarias.
Peguei uma ameixa e coloquei entre minhas mangas escondendo a pequena bola vermelha. O comerciante da metade de minha altura gritou cerrando os dentes no meio tempo em que eu corria segurando o capuz na cabeça e soltando um sorriso que ia da boca até às orelhas. Desci os pequenos degraus e mordi a pequena fruta saboreando cada pedaço.

Encostei meu corpo sobre a parede de pedra e tentei recuperar meu fôlego ofegante. A porta estava aberta, apenas dois panos brancos impediam de ver o lugar, fazendo qualquer um ter curiosidade em saber o que se espreitava ali . Saquei o capuz de meu meu corpo deixando toda a minha pele exposta pelo vestido que decotava minhas costas. Ajeitei a máscara preta sobre o rosto e inalei o ar quente e pegajoso.

  Corpos nus enchia a visão sobre o local. A casa possuía dois andares, o primeiro de pedra e o segundo de madeira. Um torreão redondo ergue-se de um canto da estrutura, muitas das janelas tinham vidrais e tapeçarias de todos os tipos de cores.   Batidas de tambor soavam aos redores com uma melodia alegre e tentadora. Mulheres e homens se divertiam com todos os desejos possíveis, outros apenas olhavam anseios de prazer e ternura. Qualquer um que passava me observava com sorriso nos lábios e mirando principalmente em meus olhos incomuns. Estava me sentindo vestida demais diante de tanta gente nua.

  Aquele era o único lugar em que ninguém era julgado pelos seus pecados. Um próprio paraíso para demônios. Bebidas eram servidas para agradar e esquentar a cabeça de todos. Segurei um copo em minhas mãos e coloquei sobre a boca bebendo todo o líquido. Aqui também havia um balcão com todos os tipos de bebidas possíveis. Parecia um paraíso diante de meus olhos. Me aproximei e sentei na cadeira vislumbrando o lugar repleto de malabaristas que giravam e erguiam suas pernas.

  — Pelo visto não se contentou desde a primeira vez que veio aqui princesa.- Um homem alto de cabelos grandes raspados pelas laterais e um sorriso sedutor me fitou no mesmo estante em que beijava a parte superior de minha mão.

Seus lábios foram gentis em minha pele. Sua beleza era encantadora e certamente peculiar.

— O prazer é uma luxúria que apenas poucos tem.- me aproximei perto de seus ouvidos e depois mirei em seus olhos. Um sorriso surgiu de seu rosto enquanto ele enchia meu copo com mais bebida.

Diferente das demais pessoas que não se preocupavam em estar sem roupa, Arik abrigava um colete preto por baixo de seus músculos e uma calça preta elegante. Essa era a parte boa de conhecer a cidade, principalmente quando se conhece o dono da propriedade. Não é atoa que Aegon se espreita por aqui frequentemente.

— Sua beleza é um veneno para as donzelas desta casa.- Arik apontou com a cabeça para as jovens mulheres que me olhavam torto enquanto os clientes delas tinham outro foco além delas.