Amor Colorido ( Aj e Paige)

Prólogo

Paige

Acordei com o som alto do despertador, o relógio marcando sete horas da manhã, rolei pela cama para desligar o som estridente que vinha do celular, mas o que me chamou a atenção foi um e-mail da CalArts informando que as inscrições para o próximo semestre tinham sido oficialmente abertas.

A CalArts é a escola de artes mais cobiçada de NY, e também a escola dos meus sonhos, estou sonhando com isso desde sempre.
Mas deixei para conferir o email depois que eu fizesse minha higiene matinal, então logo tratei de me levantar e ir até o banheiro.

Cheguei ao banheiro e liguei o chuveiro numa temperatura não muito quente e não muito fria, tirei o meu pijama e entrei dentro do box deixando a água morna do chuveiro escorrer pelas minhas costas, lavei o cabelo, esfreguei meu corpo e fiquei mais uns vinte minutos ali só sentindo a água levar embora o shampoo do meu cabelo.

Fui até a pia escovar os dentes, sai do banheiro e me joguei na cama abrindo o notebook, entrei no e-mail e lá estava a notificação que as inscrições já haviam começado, normalmente a CalArts dava um prazo de alguns meses para que enviássemos uma arte sobre o tema proposto e depois disso começava a fase de seleção o que também podia levar meses.

Abri o site da CalArts e fui direto para onde informava qual seria o tema desse ano, “Algo que represente o momento mais feliz da sua vida” era o que estava escrito, até então parecia um tema fácil mas sei que fiquei no mínimo meia hora analisando todos os aspectos da minha vida.

Talvez meu momento mais feliz seja o dia em que eu me assumi para minha mãe, eu estava lá sentada em uma cadeira na sua frente segurando um manual nas mãos e minha mãe estava meio sentada meio deitada embaixo da pia da cozinha, ela estava desesperada porque tinha deixado cair no ralo o brinco que ela mais gostava.
Então eu estava lá a ajudando e falei – então, eu acho que sou gay... Na verdade eu tenho certeza.

E ela me acolheu e apoiou como sempre fez.

Ou talvez meu momento mais feliz seja quando eu conheci meu melhor amigo Dillon, somos amigos desde que me conheço por gente, ele sempre esteve do meu lado e nossa amizade começou como todas outras amizades de infância começaram. Eu sorri com a lembrança ao pensar em como eu o odiava e em como agora eu não consigo viver sem ele.

Ou melhor, talvez eu deva pintar sobre a primeira menina que me fez sentir como a vida é boa além da arte, Gabriela Campos.

Era a última aula e eu estava sentada ao lado da minha colega, ela fazia força no lápis ao escrever o seu nome, Aj, Irmã de Gaaby, não éramos próximas mas eu tentava ser amigável.

A professora Hugh se levantou de sua cadeira e foi para a frente do quadro, ela começou a falar para formarmos duplas, eu olhei para o lado na intenção de perguntar se a Aj queria fazer dupla comigo, mas então ela levantou para apontar o lápis.

A professora Hugh continuou falando – então classe, vocês irão fazer duplas e o trabalho que vocês terão que fazer será cuidar de um ovo, que a partir de agora não é mais um ovo... – senti alguém se aproximar mas não liguei, devia ser a Aj voltando com seu lápis já apontado, a professora continuou.

– a partir de agora esse ovo será o filho de vocês, então vocês deverão cuidar dele com responsabilidade.

- Ei... Paige - escutei uma voz doce sussurrar perto da minha nuca, era a Gaaby.

- O...oi – me praguejei internamento por ter ficado tão nervosa pela sua presença.

- Você quer ser minha dupla? – indagou Gaaby com um sorrisinho em seus lábios.

- S...sim... Quer dizer, eu adoraria ser a sua dupla – disse, já sentindo meu estômago embrulhar, a professora Hugh colocou em cima da nossa mesa um ovo.

- Como devemos chamar ele?

- Que tal lentilha?! – sugeri

Ela riu – Isso é muito bobo, um ovo chamado lentilha...

- Eu amei! – sorri muito feliz por conseguir faze-la rir – Quer saber?! Seremos ótimas mães- afirmou Gaaby.

Eu diria que a Gaaby e eu temos muito futuro juntas e que nós seríamos o casal perfeito, porque ela é perfeita, ela só precisa enxergar o quanto temos potencial. Mas enfim agora não era o momento de fantasiar meu romance com Gabriela Campos.

Ouço meu celular vibrar em cima da mesinha de cabeceira, me movo preguiçosamente até ele para pegá-lo, tinham pelo menos vinte notificações de pessoas me marcando na nova publicação de um perfil chamado kingPun.

Fala sério essas pessoas cismavam que eu era o kingPun, como se minha ansiedade me permitisse vandalizar a escola inteira. Mas devo admitir que a arte dele era boa, na verdade muito boa.

Dessa vez era uma foto de um muro que provavelmente era na escola, no muro a pichação de um falcão que era o mascote da escola, no desenho ele estava caído e junto com ele a frase “sacudindo o pássaro” e logo abaixo do desenho sua assinatura, KP.

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