Capítulo 9

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POV. Wednesday

No dia seguinte, tive aula de botânica - que acabou sendo uma das minhas aulas favoritas, por sinal. Infelizmente, desta vez tivemos que sair, calçar luvas e colocar nossas plantas - aquelas que usamos nas primeiras aulas, com os insetos - na terra.

Eu não estava entusiasmada com essa atividade, mas Enid estava sorrindo como se tivessem acabado de nos dizer que poderíamos torturar alguém.

Eu nunca entenderia Enid.

Do lado de fora, no terreno ao redor do instituto, Enid e eu estávamos mais próximas uma da outra do que nos últimos dias.

- Então... Já ouviu falar do festival que vai rolar fora da cidade esse final de semana? - Ela me perguntou enquanto cavava um buraco no canteiro com as mãos.

- Não - respondi, colocando meu "filodendro" fora do vaso.

- Quer vir comigo? E os outros, claro? - Ela disse, fazendo o mesmo com sua planta.

Olhei para ela por um segundo antes de responder.

- Não acho uma boa ideia - disse a ela. Ela olhou para mim, um olhar interrogativo pintado em seu rosto. - A lua cheia é na próxima terça-feira - expliquei - Colocar-se em um lugar cheio de barulhos, luzes e cheiros enquanto seu sentido de lobisomem está mais aguçado que o normal não me parece uma boa ideia.

Ela olhou para mim, desta vez genuinamente surpresa. - Por que você sabe quando é a próxima lua cheia? - Ela perguntou.

A resposta a esta pergunta foi muito fácil. Como Enid disse que tenho "conhecimento básico sobre criaturas sobrenaturais", fiz algumas pesquisas sobre todos os tipos de alunos que poderiam viver em Nevermore. Eu coloquei um compromisso particular na minha causa de pesquisa de lobisomens, considerando que minha colega de quarto é uma lobisomem, eu queria estar pronta em todos os casos.

Eu não estava tentando impressionar. De jeito nenhum. Mas ela parecia impressionada e eu tinha certeza que se eu dissesse a ela que fiz algumas pesquisas, ela nunca pararia de falar sobre isso.

Então, dei de ombros. - Meu conhecimento sobre a palavra sobrenatural não é tão básico quanto você pensava. - Eu respondi.

Mesmo que essa fosse a minha resposta, Enid adivinhou a verdade e bateu palmas de empolgação, gritando. - Você fez pesquisas!?!

Foi realmente irritante da parte dela. O fato dela poder me entender, meus silêncios e minhas mentiras, com tanta facilidade. - Talvez - respondi, tentando evitar a conversa.

Após dez segundos de silêncio - um novo recorde para Enid - ela continuou a conversa.

- Não se preocupe com a lua cheia. Posso controlar meus sentidos e adoro festivais. Não sabemos quando teremos a chance de sair da escola novamente - Ela parecia muito animada com toda essa coisa de festival. - Então... Quer tentar ser social? - Ela me perguntou.

Eu não tinha nada melhor para fazer na próxima semana, mas não queria que ela entendesse que estava feliz por ela ter parado de me evitar, então respondi. - Eu gosto de esfaquear.

Ela pulou no local, batendo palmas, obviamente feliz com a minha resposta. - Excelente. Vamos organizar um almoço com os outros - disse ela, tirando as luvas. - Eu tenho matemática, agora. Até logo.

Eu não tinha aula até o almoço, então decidi ir à biblioteca e procurar os anuários.

Eu os encontrei. As fotos da máscara pertenciam ao anuário de 1981. Era dourada e grande o suficiente para ser usada por uma pessoa. Isso me provou que era grande demais para caber na caixa que pensei estar escondida na cabine. Então, como pensei, provavelmente foi a ametista que trouxe alguém para incendiar a cabana.

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