Capítulo 13

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POV. Wednesday

Assim que Enid falou em roubar a máscara do museu, eu sabia que era impossível. O entusiasmo de Tyler não foi uma surpresa, considerando o quão impossível era a missão, mas fui eu quem teve que quebrar o sonho de Enid. A última coisa que eu queria fazer.

- Isso é impossível, Enid - eu disse enquanto ela se virava para mim. Seus lindos olhos cinzentos grudados em mim. Foco, quarta-feira. - A máscara é protegida por um estojo e um sistema de alarme de alta tecnologia. Se não conseguirmos, ninguém poderá. - expliquei.

A sala ficou em silêncio e eu encontrei o olhar de Tyler. Um olhar decepcionado.

Eu não ia roubar um museu só porque ele queria sentir a adrenalina correndo em suas veias.

- Este, por outro lado - disse eu, largando o livro que tinha na mão sobre a escrivaninha - pode ser cheio de surpresas. Principalmente a última página.

A última página estava cheia de rabiscos sem sentido. Mas não foi isso que me chamou a atenção.

- O que há de surpreendente em um monte de rabiscos? -Tyler perguntou.

Apaguei as luzes e a página brilhou no escuro.

- Como você sabia que estava lá? - perguntou-me Xavier, concentrado nos sinais da página.

- Fiquei interessado em saber como os espiões trocavam mensagens, depois que descobri que meu bisavô era contra os nazistas - expliquei. - A mais popular era a tinta que brilha no escuro. Eu apenas pensei que, se os alunos fizessem parte da sociedade secreta, faria sentido para eles escreverem seus segredos como espiões. E se você passar a mão na página pode sentir algo como cera - eu disse a eles.

- Agora, quem é o cérebro que está trabalhando devagar? - perguntei, virando-me para Tyler e retribuindo o comentário que fizera antes. Tyler olhou para mim e riu, balançando a cabeça em negação.

- Ainda estou esperando seu agradecimento - disse ele, apontando para Enid com a cabeça.

Ele sabia. Eu percebi. Ele sabia sobre o beijo. Ele sabia dos meus sentimentos por ela. Espera, foi por isso que ele me beijou?

- Ei, tenho uma coisa interessante - disse Xavier, chamando nossa atenção. Nós nos inclinamos para o livro. - O rabisco e a escrita secreta são de alguma forma complementares. A escrita descreve a sala onde fizeram seu reencontro e seus rituais enquanto o desenho é um mapa que leva até a sala. É no porão da academia. - Ele exclamou.

- O que estamos esperando, então? - Tyler perguntou, como se aquele fosse o momento que ele esperava a vida inteira.

Eu também estava curiosa, como todo mundo. A essa altura, estávamos envolvidos demais para deixar acontecer. E eu precisava de algo para focar, senão meu cérebro me levaria ao beijo, Enid e a sensação de seus lábios nos meus... Ela era tão quente...

Deus, controle-se. Eu disse a mim mesmo.

- Espere - eu disse enquanto todos se moviam para fora. Eles pararam na porta.

- Thing - chamei. Meu amigo amputado saiu de seu quarto-gaveta. - Você virá conosco - eu disse, escondendo-o no bolso do meu agasalho.

- E isso é? - Tâmara perguntou.

- Isso é Thing. Thing, esses são Tyler, Xavier, Ajax e Tamara - eu os apresentei. - O Thing tem sido minha - nosso - eu disse, lançando um olhar para Enid - colega de quarto desde que cheguei aqui.

Thing saiu do meu bolso e pulou na mesa onde ele gesticulou "Prazer em conhecê-los. Já ouvi falar muito de vocês" e então pulou de volta no meu bolso.

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