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Quando acordei no dia seguinte, Kate já tinha chegado. O cheiro de café fresco foi o que me despertou e eu vi uma xícara do líquido ainda fumegante na mesinha ao lado da minha cama.
- Santa Kate – murmurei, me esticando para pegar a xícara, sentindo uma pontada na minha cabeça.
Enquanto sorvia a bebida devagar, recostada na cabeceira da cama, as lembranças da noite anterior foram voltando à minha mente e a vontade que eu tinha era abrir um buraco no chão e me enterrar nele. Não me lembrava de antes já ter feito uma coisa tão errada assim. Mesmo Wanda dando em cima de mim descaradamente, o que eu tinha feito era abuso. Ela estava dormindo o tempo todo e eu...
- Céus! O que eu fiz? – resmunguei, repousando a xícara já vazia de volta à mesinha e enterrei meu rosto entre as mãos.
Eu sabia que não teria mais coragem de encarar Wanda depois disso. Precisava comprar uma passagem para Phoenix e obrigá-la a voltar para casa o quanto antes. Ainda hoje se fosse possível.
Ignorando a dor que fazia minha cabeça latejar, tomei um banho um pouco demorado e desci já pronta para o trabalho, mesmo ainda faltando quatro horas para iniciar o meu turno. Mas a última coisa que queria agora era estar em casa quando ela acordasse.
- Bom dia, Dra. Romanoff. – Kate cumprimentou enquanto eu descia as escadas com a maleta na mão. – Já vai para o hospital?
- Sim. Preciso resolver algumas coisas por lá.
- Não quer comer alguma coisa? Faço algo rápido para a senhora.
- Não, obrigada, Bishop. Preciso ir agora. E obrigada pelo café.
Talvez percebendo o meu humor, ela não me acompanhou até a garagem como sempre fazia, e me desejou um bom dia de trabalho ainda parada ao lado da escada com as duas garrafas de vinho da mão. Quando percebi esse detalhe, me senti corar como uma adolescente, ainda mais envergonhada pelas coisas que tinha feito e andei apressada até a garagem, entrando logo no carro.
Comi alguma coisa em uma das lanchonetes perto do hospital e fui direto para o trabalho. Não foi surpresa para ninguém me ver chegando mais cedo que o horário marcado, porque eu fazia isso o tempo todo, chegando antes do meu turno quando estava sem fazer nada em casa. Dispensei o Dr. Michael, avisando que ia assumir o turno agora e ele foi feliz para casa, descansar e ficar com a família.
Por volta das três da tarde, terminada a reunião com os diretores do hospital e a segunda ronda do dia pela emergência, eu parei na minha sala para descansar um pouco e organizar as ideias. Sabia que precisava mandar Wanda de volta para casa, mas antes tinha que falar com os pais dela para explicar a situação. E para isso teria que ligar para Victor para pedir o número deles.
Levou quase quinze minutos para que ele atendesse a ligação, depois de eu muito insistir.
- O que é? – ele perguntou com a voz irritada, quase gritando.
- Veja lá como fala comigo, rapaz – repreendi, me sentindo ainda mais irritada com ele.
- Ah, desculpa, mãe. Não sabia que era a senhora. Não reconheci o número – ele falou, mais calmo agora.
- Estou ligando do hospital. De qualquer forma, não posso demorar. Estou ligando apenas para pedir o número do telefone dos pais de Wanda.
- Para quê? – ele perguntou desconfiado.
- Preciso falar com eles.
- Sobre o quê?
- Não é da sua conta.
- É claro que é. Wanda é minha namorada – ele argumentou. – Se a senhora está querendo falar para os pais dela o que eu fiz, eu...
- Nathaniel, eu tenho mais a fazer do que perder meu tempo fofocando. Preciso do número deles e você vai me dar se não quiser que eu corte a sua mesada.
- Quero ver até quando a senhora vai me ameaçar com isso.
- Até você colocar algum juízo nessa cabeça. Diga-me o número, Nathaniel – repeti firme, e ele não teve escolha.
Mas quando eu encerrei a ligação e disquei o número que ele me passara, planejando falar apenas que Wanda estava sentindo falta de casa, foi a secretária eletrônica que atendeu.
"Olá! Você ligou para a residência dos Maximoff's", a voz de Wanda dizia, e em seguida uma interrupção, para outra voz, masculina dessa vez, se fazer ouvir.
"Wanda está viajando, e Magda e Erik estão em Cancun. Se for urgente, não vamos poder ajudar. Se for besteira, desligue. Se quiser deixar recado, é só falar depois do 'bip'."
Encerrei a ligação antes do sinal se completar e me recostei na poltrona de couro, suspirando.
Não podia mandar Wanda para casa para ela ficar sozinha. Por mais que quisesse ela longe, não seria capaz de fazer isso agora. A única coisa que podia fazer era evitá-la ao máximo.
Assim, fiquei no hospital até quase meia noite, já passando dessa hora quando cheguei em casa, por ter dirigido bem devagar por todo caminho.
Todas as luzes estavam apagadas quando entrei em casa, e subi os degraus em silêncio, indo direto para o meu quarto. No meio da noite, acordei com a impressão de que tinha alguém no meu quarto, mas quando liguei o abajur, não havia nada. Olhei rapidamente para o relógio, vendo que ainda eram duas da manhã e voltei a dormir em seguida, acordando apenas às sete, me arrumando rápido para iniciar o turno às oito. Mais uma vez recusei o café da manhã que Bishop ofereceu.
Sabia que hoje teria que inventar alguma coisa diferente para evitar Wanda, porque meu turno encerraria às dezessete horas e se ficasse mais do que isso, o diretor do hospital provavelmente me daria advertência por trabalhar mais do que o meu corpo aguenta. É claro que ele sabia que eu conseguiria trabalhar muito mais do que aquelas nove horas, mas para evitar discussões, decidi que iria embora no horário certo e depois procuraria algo para fazer pela cidade. Talvez até fosse à Port Angeles passar o tempo.
Na hora do almoço, sentei com duas enfermeiras e com a Dra. Jones, uma médica do setor de neurologia que nunca escondeu ter algum interesse em mim. Ela me olhava como se eu fosse um prato de comida muito saboroso e não parava de lançar sorrisos sensuais na minha direção, pegando no meu braço sempre que encontrava uma oportunidade.
Até pensei em convidá-la para ir comigo à Port Angeles mais tarde, onde jantaríamos e depois... quem sabe? Estava mesmo precisando sair com alguém. Alguém da minha idade, de preferência. Alguém que me fizesse esquecer aquela pequena tentação na minha casa.
Mas nem mesmo cheguei a tentar formular a pergunta. Sabia que não iria conseguir me concentrar em ninguém agora. Tanto que mal ouvia o que aquela mulher estava falando. E quando meu nome soou no alto falante, pedindo que eu comparecesse ao setor de radiografia, eu saí da lanchonete do hospital, mais que agradecida por aquela interrupção. No meu horário de descanso, fui à minha sala e liguei para casa para perguntar a Kate se estava tudo bem por lá, torcendo para Wanda não atender.
- Residência da Dra. Romanoff, boa tarde.
A voz de Kate me fez relaxar.
- Kate, sou eu.
- Olá, Dra. Romanoff. Como vai? – ela cumprimentou com a voz alegre.
- Bem. Estou ligando para saber como estão as coisas por aí.
- Tudo normal. Wanda está no seu escritório lendo um livro. Passou o dia lá.
- Ah... Bem, não deve ser muito fácil para ela passar o dia trancada aí sem nada para fazer. Acha que devo mandá-la de volta para casa?
Eu já tinha decidido desde ontem que não faria isso, mas precisava da opinião de Kate, Ou ao menos um empurrão para me fazer mudar de ideia.
- Não acho que a senhora deveria fazer isso. Pelo que Wanda me falou, Sharon não mora longe da casa dela e a última coisa que ela quer agora é ver Nathaniel com a prima.
Isso foi mais que um empurrão para me fazer ter certeza de que não poderia mandá-la para casa.
- Tem razão. É melhor ela ficar. – Por mais que eu tivesse medo do que isso poderia resultar.
- Ah, Dra. Romanoff, a senhora poderia trazer pimenta caiena, páprica e garam masala? Wanda disse que adora comida indiana e queria fazer um jantar especial hoje. Se der, é claro. Se a senhora não for sair tarde do hospital.
- Ah, eu... Eu estava pensando em... – Mas não consegui dizer que meu plano era ir para Port Angeles. Sabia que não poderia fugir por muito tempo. Não dava para simplesmente abandonar minha casa por medo de enfrentar Wanda. E além do mais, ela nem sabia o que eu tinha feito. Estava fugindo apenas por vergonha. – Tudo bem. Onde compro isso?
Depois de me dar as orientações para ir ao armazém de especiarias, anotei os ingredientes para não esquecer e abri a minha pasta para guardar o papel com as informações.
Era uma folha rasgada do livro de poemas eróticos.
"Ela estava deitada serenamente no crepúsculo
O suor da mãexão passou
Vaporizado e não mais
Seu cabelo desgrenhado, imagens de um rosto tranquilo
O brilho vermelho das bochechas ainda visíveis
Seus olhos em repouso, a boca ligeiramente aberta
Seus lábios ainda úmidos, sua pele macia e suave
Nenhuma dica resta do que passou
As contorções do orgasmo que foram gravadas em seu rosto inocente
Hesitante não mais, mas deve voltar em breve
Ela se encontra abaixo de uma folha de seda
Esticada com mais força nos seios
Mostrando-os em relevo acentuado
O ar fresco da janela aberta desperta os mamilos
Que se mantêm através da seda
Ela murmura em seu sono e se contorce em uníssono
Como sua excitação continua em outro lugar
Se seu namorado não retornar
Sua satisfação será em sua própria mão."
Se aquele poema não fosse o bastante para me deixar completamente paralisada, a letra rabiscada logo abaixo teria ajudado.
"Meus dedos estão enrugados de tanto que já os usei na tentativa de compensar o que você não concluiu."
Eu nunca tinha visto a letra de Wanda, mas não precisava ser um gênio para saber quem tinha colocado aquilo ali dentro. E, apesar de completamente estupefata por saber que ela tinha estado acordada o tempo todo e me deixado fazer aquelas coisas, exatamente essa mesma constatação me deixou mais excitada do que deveria. Excitada demais para conseguir voltar ao trabalho.
Levei quase quinze minutos para voltar ao normal e me obriguei a não pensar naquilo pelo resto da tarde, querendo bater minha cabeça na parede por já ter confirmado a Kate que iria para casa no horário normal.
Assim, sem opção, saí do hospital ao final do meu turno e dirigi até o armazém para comprar o que ela tinha pedido, chegando em casa por volta das dezoito horas.
Para minha sorte, Wanda não estava à vista quando entrei e fui direto para a cozinha deixar os ingredientes com Kate que já se ocupava na preparação do jantar. Subi as escadas em seguida, e fui para o meu quarto tomar um banho antes do jantar, demorando mais que o normal enquanto tentava me preparar para encarar o meu maior pecado. Quem diria que eu, aos trinta e dois anos, ficaria com medo de uma garota de dezessete.
Vesti calças jeans e um casaco de lã porque a noite estava mais fria, apesar do aquecimento interno da casa, e desci as escadas, alerta para qualquer som que me fizesse perceber que Wanda estava por perto. Mas quando estava me dirigindo para a sala de jantar, ouvi a voz dela conversando com Kate dentro da cozinha. Já ia dar a volta para ir para o escritório me esconder um pouco, quando a porta de comunicação entre a cozinha e a sala de jantar abriu, e Kate apareceu empurrando um carrinho de comida.
- Chegou na hora certa, Dra. Romanoff. Já vou servir o jantar – ela anunciou com um sorriso. – Podem sentar.
A sua frase no plural se referia também a Wanda que vinha logo atrás dela carregando uma bandeja com suco e copos. Seu olhar estava focado na bandeja em suas mãos, parecendo ter medo de derrubá-la de repente, e eu aproveitei aqueles segundos para observá-la uma pouco.
Ela vestia um macacão curto marrom e uma daquelas botas de tecido para se usar em casa para aquecer os pés, conferindo-lhe um ar meigo e inocente. Quem olhava assim, jamais poderia imaginar que ela seria capaz de colocar um poema erótico na pasta de alguém, ainda declarando abertamente que andava se masturbando com frequência. Sentei no meu lugar enquanto Kate terminava de arrumar a mesa e Wanda logo sentou também ao meu lado, conversando com a outra animadamente.
- Isso está cheirando muito bem, Kate. Tenho certeza que está delicioso.
- Espero mesmo que esteja. Faz muito tempo que não cozinho comida indiana.
Nem eu tratava Kate assim com tanta intimidade, apesar de conhecê-la há anos. Mas, ainda sem coragem para falar diretamente com Wanda, guardei aquele comentário para mim.
- Jante conosco – Wanda pediu quando ela já ia voltar para a cozinha.
- Ah, não, obrigada, Wanda.
Eu podia ver que a insistência de Wanda estava deixando-a tocada e sabia que apenas a minha presença ali estava impedindo-a de aceitar, por respeito.
- Fique, Kate – pedi. – Será ótimo.
Um sorriso se abriu no seu rosto e ela agradeceu, tirando logo o avental, sentando à frente de Wanda, no meu lado direito.
Dizer que fui ignorada durante aquele jantar seria exagero, porque Kate muitas vezes dirigiu a palavra a mim. Mas eu agradeci em ser deixada de lado, podendo comer tranquilamente sem me preocupar se Wanda falaria ou faria algo para me deixar pior do que já estava. E ao final do jantar, recusei a sobremesa e fui direto para o escritório pesquisar um pouco na Internet sobre uma virose que estava ameaçando se firmar na cidade.
Cerca de meia hora depois a porta abriu e eu congelei diante do computador ao ver Wanda entrando com uma taça e uma garrafa de vinho na mão.
- Kate disse que você costuma beber uma taça durante o jantar, mas hoje você só bebeu suco, então trouxe isso – ela falou com um sorriso, erguendo a garrafa de "Dulce Della Vite" pela metade.
- Obrigada – agradeci num tom baixo, observando-a colocar a taça sobre a minha mesa e me servir, pensando no que ela queria com aquilo.
Mas tudo que Wanda fez a seguir foi me dar às costas e se retirar.
Ainda olhando para a porta fechada, estendi uma mão e peguei a taça de vinho, levando-a aos lábios distraidamente. O líquido queimou pela minha garganta, me relaxando de imediato, e eu voltei à atenção à tela do computador, continuando a pesquisa. Já passava das dez da noite quando terminei de coletar as informações que precisava e mandei o e-mail para a diretoria do hospital, solicitando que eles encaminhassem o pedido da vacina o quanto antes para prevenir um surto na cidade.
Fui encher a minha taça novamente e só então percebi que a garrafa estava quase vazia.
Será que essa era a intenção de Wanda ao trazer aquela garrafa? Será que era isso que ela queria? Deixar-me bêbada? Ou talvez eu estivesse ficando paranoica. Afinal, não foi ela quem encheu minha taça até quase secar a garrafa.
Mas a dúvida voltou à minha cabeça quando a porta abriu novamente logo em seguida e Wanda entrou. E quando seu olhar caiu sobre a garrafa, um pequeno sorriso tentou se formar nos seus lábios, mas foi tão rápido que eu pensei ter imaginado.
- Trabalhando? – ela perguntou andando até parar ao meu lado, perto demais.
- Estava, mas acabei.
Seu olhar pousou na tela ainda aberta no fórum de debates técnicos sobre a virose e ela se inclinou um pouco à frente para tentar ler. Afastei-me um pouco para lhe dar espaço, mas Wanda aproveitou essa deixa e sentou no meu colo, apoiando os cotovelos na mesa, ficando com o rosto quase colado na tela.
Ao contrário dela que parecia completamente relaxada ali, eu estava totalmente paralisada, as mãos paradas no ar para evitar tocá-la sem querer.
- O que é isso? – ela perguntou, se voltando um pouco para me encarar sobre o ombro.
- Uma... Uma pesquisa que estava fazendo sobre uma virose nova que está surgindo – respondi, tendo que pigarrear para falar com firmeza.
- Corro algum risco?
- Por enquanto não. Está atingindo principalmente bebês e crianças.
- Ainda bem que eu não sou mais criança – ela comentou num tom tranquilo, suspirando, e então deixou seu corpo inclinar para trás, ficando completamente recostada ao meu corpo, sua cabeça repousando no meu ombro.
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Doce Pecado | Wantasha
Fiksi PenggemarOnde após ser traída pelo namorado, Wanda Maximoff busca consolo nos braços da sogra, Natasha Romanoff. ⚠️A fanfic terá abuso sexual.⚠️ 𝙉𝘼𝙏𝘼𝙎𝙃𝘼 (𝙂!𝙋) CAPA: MINHA✅ FANFIC: ADAPTAÇÃO AUTORIZADA POR @viihxwf ✅ CRÉDITOS: @whyjaurelesbal