3 - Seguindo em frente

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Jungkook o encarou sem expressão, ele sentiu que a verdade nas palavras de Taehyung era genuína, mas não se permitiu demonstrar a aflição que fez sua pele suar no mesmo instante. Ele se recusava a mostrar como o medo o consumia com tamanha facilidade.

ㅡ Sair do prédio não significa que eu vou seguir você por aí.

— Você vem?

— Eu não pedi para ser salvo.

— Eu sei.

Taehyung sorriu satisfeito antes de retirar seu cinto e colocá-lo em Jungkook.

Jungkook observou a arma que foi passada para a própria cintura e murmurou enquanto o seguia: ㅡ Eu não sei usar isso.

ㅡ Se tudo der certo, você não vai precisar usar ㅡ Taehyung respondeu.

Chegando à porta, que estava trancada há meses, Taehyung se pôs a destravar e retirar os cadeados que selavam a porta.

— Está trancada por fora — Jungkook disse — tentei abrir na primeira semana que fiquei aqui.

— Não está mais — Taehyung respondeu.

Ver aquela cena fez o estômago de Jungkook dar voltas. Ao pensar que a partir daquele momento não havia nada que o impedisse de deixar aquele lugar, um frio foi tomando conta de todo seu corpo, o couro cabeludo ficou dormente, as mãos suaram e a boca secou. Ele ficou estático, até que inconscientemente deu breves passos para trás.

Que maldito dia de merda... Ele pensou.

Estava prestes a sair do lugar mais seguro que conhecia com dois estranhos armados, e um deles havia o acertado na cabeça.

Qual a probabilidade de não me tornarem refém?

E pior... provavelmente aqueles dois eram a coisa que ele menos devia se preocupar no momento, pois aparentemente havia milhões de pessoas infectadas que o comeriam sem pestanejar.

Que tipo de piada é essa? Gente comendo gente? Porra. Jungkook pensou.

E eles estavam enfiados em todo e qualquer buraco, espalhados pela cidade, apenas esperando pela chance de ataque.

E ele não poderia esquecer da galera do "mal" que estavam prestes a entrar no prédio e sabe se lá o que eles planejavam fazer com Jungkook, porque sim, eles sabiam que ele estava lá.

Ele saiu de isolado à fugitivo em menos de 12 horas e não estava pronto para lidar com isso.

Vagamente ele continuou caminhando para trás, mas infelizmente ele não foi muito longe, algo rígido encostou em suas costas fazendo com que ele virasse abruptamente.

ㅡ Nervoso? ㅡ Indagou Yeonjun, enquanto mirava o fuzil descaradamente no rosto de Jungkook.

ㅡ Não — mentiu descaradamente — mas com essa arma apontada na minha cara... talvez.

Atrás deles, Taehyung finalmente abriu a porta.

ㅡ Vou checar as escadas, Yeonjun, de olho no rádio — foi tudo que disse antes de sumir pela porta.

— Você não vai abaixar isso? — ele perguntou após os segundos se passarem e o rapaz continuar mirando a arma em seu rosto.

— Eu estou vendo o pânico na sua cara, então não, eu não vou abaixar. Vai que você tenta atacar, ou coisa parecida.

— É você quem está me deixando nervoso.

— Não, não sou eu. É a ideia de deixar esse lugar. — Yeonjun disse, Jungkook não conseguia ver nada além do par de olhos sob o gorro, mas sentia que ele estava carregando a mesma expressão preocupada de antes. — Eu entendo, ok? Eu estava igual a você quando o hyung me encontrou, okay, nem tanto assim, eu não era um coitado preso numa torre. Mas estava tão na merda quanto você, e olha pra mim agora.

Sangue, Presas e Garras: A CURA [TAEKOOK]Onde histórias criam vida. Descubra agora