ᴍᴏʀɢᴀɴᴀ - 𝚇𝚊𝚟𝚒𝚎𝚛 𝚃𝚑𝚘𝚛𝚙𝚎

↠Cᥲρίtᥙᥣ᥆ 043↞

Enid tinha saído do quarto de Wednesday depois da volta que as garotas deram pela mansão dos Gates, a loira até tentou ficar no quarto de Morgana, mas por dois motivos aquilo não deu certo; Xavier aparecia no meio da noite para dormir com a bruxa, e aquilo era um pouco estranho com outra pessoa no quarto, o outro motivo era a drástica mudança de rotina da ruiva.

Algumas noites, depois de pesadelos cada vez mais vividos com Maleficus, a ruiva se levantava e descontava suas frustrações com suas facas nas paredes do quarto.

Morgana estava mais irritada a cada dia que se passava, era nítido para qualquer que olhasse para ela que a Faust estava vivendo no limite.

A bruxa tinha retomado a sua rotina de treino, a mesma rotina que o pai da garota tinha imposto para ela.

É claro que aquilo teve um motivo maior do que o ataque do monstro noites atrás, o motivo era Xavier ter entregado uma adaga negra para a bruxa durante o almoço, o rapaz disse que estava em seu quarto e que provavelmente Morgana tinha a esquecido algum dia.

Mas aquela lâmina não era dela, não que ela tenha contado ao artista sobre isso, aquilo era um aviso de Maleficus. Ele estava lá fora espreitando a garota, a lembrando sobre a facilidade que seria matar qualquer um naquela escola.

Alguém bate na porta da garota e ela já sabia de quem se tratava.

-Você demorou. - Morgana fala para Bianca que entra no quarto da garota e olha ao redor.

-Já passou do horário e eu não queria que a Thornhill me pegasse fora da cama. - A sereia se explica cruzando os braços. - Por que me chamou aqui?

-Quero que use o seu canto de sereia em mim pra me fazer usar os meus poderes. - A bruxa fala sem rodeios e a Barclay faz uma cara de completa surpresa. - Eu não consigo acessá-los, mas depois de pesquisar muito descobri que a minha mãe estava certa, uma bruxa não pode perder os poderes. Então eu devo estar com algum tipo de bloqueio.

A garota negra nega com a cabeça não acreditando no que a ruiva estava pedindo.

-Você pode enlouquecer se eu fizer isso. - A garota explica em um tom um pouco mais alto do que antes.

-Estou disposta a correr o risco. - A bruxa dá de ombros mostrando que aquilo era um preço pequeno a se pagar. - Eu não espero que você entenda, Bianca. Mas o meu pai tá na cidade e tá mandando uns presentinhos nada legais pros meus amigos.

A sereia suspira e se senta na cama da garota.

-Acredite, eu entendo. - Barclay olha para as próprias mãos. - Minha mãe apareceu na cidade no final de semana da família. Só pra me lembrar de que uma sereia não pode trocar as escamas. O que o seu pai mandou?

Morgana anda até sua escrivaninha e abre uma das gavetas retirando a adaga preta da mesma.

-Ele deixou isso no quarto do Xavier alguns dias atrás. - Conta Morgana com rancor. - Mas foi uma mensagem pra mim.

Bianca encara aquilo com o cenho franzido e suspira se levantando da cama quando entende a gravidade daquilo.

-Eu só vou fazer uma vez e se não der certo eu vou embora. - Ela avisa retirando seu colar e Morgana se aproxima da garota para ficarem cara a cara. - Use os seus poderes, Morgana.

O canto de uma sereia era algo muito perigoso, ele ecoava pela sua mente deixando quase impossível de você recusar a ordem que lhe foi dada, era como um tipo de transe onde você sentia uma leveza por todo o seu corpo.

Quando você estava sob a voz de uma sereia nada mais alcançava sua mente, sem medo ou angústia, você simplesmente agia para agradar a pessoa, porque você queria agradá-la, ou pelo menos pensava que queria.