Dezesseis Luas

O Meio Do Nada

Essa é uma adaptação do livro dezesseis luas, sou apaixonada por essa saga e quis trazer ela em versão Camren. Espero que gostem...

Este livro foi escrito por Kami Garcia e Margaret Stohl.

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A escuridão não pode expulsar a escuridão; Só a luz pode fazer isso.
O ódio não pode expulsar o ódio;
So o amor pode fazer isso.
-Martin Luther King Jr.

➺Antes➺

Havia apenas dois tipos de pessoas em nossa cidade. "As burras e as espertas", como meu pai afetuosamente apelidou nossos vizinhos.
'Os que estão condenados a ficar ou são burros, ou espertos demais para ir embora. Mas todos os outros acham um meio de fugir.'' Não havia dúvidas sobre qual dos dois ele era, mas eu nunca tive coragem o suficiente de perguntar o motivo. Meu pai era escritor, e morávamos em Gatlin, Carolina do sul, porque todos os Cabello, sempre moraram ali, desde que o tataravô do meu tataravô, Cameron Cabello, lutou e morreu no outro lado do Rio Santee durante a guerra Civil.

Só que o pessoal daqui não a chamavam de Guerra Civil. Todos com menos de 60 anos a chamavam de Guerra entre Estados, enquanto todos com mais de 60 a chamavam de Guerra da Agressão Norte, como se de alguma forma o norte tivesse levado o sul a entrar na guerra por causa de um fardo ruim de algodão. Todos, menos minha família. Nós a chamávamos de Guerra Civil.
Era apenas um dos motivos pelo qual eu mal podia esperar para meter o pé daqui. Sonho com isso dês de que me conheço por gente.

Gatlin não era como as cidades pequenas que se vê nos cinemas, a não ser que fosse um filme sobre cinquenta anos atrás. Estávamos longe demais de Charleston para ter um Starbucks ou um Burger King, muito menos um McDonald's. Só tínhamos um Dar-ee Keen, já que os Gentry eram pães-duros demais para comprar novas letras quando compraram o Dairy King. A biblioteca ainda tinha os livros catalogados em cartões.

Gatlin não era um lugar complicado; Gatlin era Gatlin. Os vizinhos ficava de guarda nas varandas no calor insuportável, sofrendo e suando à vista de todos. Mas não havia sentido, nada mudava. Amanhã seria o primeiro dia de aula, no segundo ano do ensino médio, com as mesmas pessoas e os mesmos professores. Já sabia tudo o que iria acontecer: onde eu me sentaria, com quem iria falar, as piadas, quem chegaria primeiro no estacionamento da Jackson High.

Não havia surpresas no Condado de Gatlin. Éramos nada mais nada menos do que o epicentro no meio do nada.
Pelo menos é o que eu pensava quando fechei meu exemplar surrado de Matadouro Cinco, desliguei meu celular e apaguei a luz na última noite de verão.
Só que eu não podia estar mais errada.
Havia uma maldição.
Havia uma garota.
E no final, Havia um túmulo.
Nunca sequer imaginei que aconteceria.

➺3 de setembro➺

Caindo. Eu estava em queda livre, despencando no ar.

-Camila! - Ela me chamou, e o som da sua voz fez meu coração disparar.

-Me ajude! - Ela estava caindo também. Estiquei meu braço, tentando segura-la. Estiquei o braço mas só encontrei ar. Não havia chão sob meus pés e vi fagulhas verdes na escuridão.

Então ela escorregou por meus dedos e só consegui sentir a perda. Alecrim. Eu consegui sentir o cheiro dela, até naquele momento.
Mas não consegui segura-la.
E não conseguia viver sem ela.
Me sentei de repente na minha cama, tentando recuperar o fôlego.