Panquecas

351 23 3
                                    

Capítulo XIV

Izuku acordou e se sentou no sofá macio da sala observando melhor tudo ao seu redor.

A televisão de frente para si mostrava as notícias da manhã e sentiu um arrepio ao levar os pés descalços para o chão gelado.

De repente conseguiu sentir um cheiro maravilhoso vindo da cozinha e sua barriga roncar pedindo por comida.

Caminhou na ponta dos pés até a cozinha, evitando fazer barulho e encontrou Katsuki que cortava uma barra de chocolate na tábua enquanto ouvia uma música animada pelo celular.

— Bom dia, Kacchan! — Izuku cumprimentou sonolento com um apelido carinhoso o qual havia acabado de inventar.

— Kacchan? — Katsuki perguntou confuso. — Mas que porra?!

— Ah... Des-desculpe! — pediu colocando as mãos por cima da boca. — É que eu acabei abreviando Katsuki-chan e ficou Kacchan — explicou cabisbaixo. — Que idiota... Não vou mais repetir.

— Não deixa de ser idiota — o loiro comentou jogando o chocolate na vasilha ao lado. — Mesmo assim eu não desgostei, é fofo...

— Sério?! — Os olhos verdes brilharam. — Posso mesmo, Kacchan?!

— Não vá me aporrinhar, ou vou garantir que você nunca mais fale nada — Bakugou ameaçou com as sobrancelhas franzidas.

Katsuki sempre aparentava mais irritado durante as manhãs, havia se esquecido disso.

— Certo... — Midoriya assentiu cabisbaixo. — O que você está fazendo? — perguntou curioso e se sentando a mesa. — O cheiro de chocolate está tão bom!

— Panquecas com chocolate — respondeu.

Virou-se e tirou a panqueca que estava na frigideira e a colocou no prato ao lado. Sempre que virava o lado das panquecas o esverdeado se encantava facilmente.

"Ele nem precisa da espátula... Incrível!" pensava consigo mesmo.

— Eu nunca comi panquecas — Izuku contou apertando as mãos. — Mal posso esperar para provar! — exclamou sorridente.

— Que vida de merda o Shigaraki te proporcionava? — Katsuki perguntou indignado. — Você nunca fez porra nenhuma!

— Você sabe... Minha vida sempre foi meio caótica, eu não consegui experimentar muitas coisas — contou com o semblante triste.

— Agora você tem a mim, esqueça os outros filhos da puta — falou com um sorriso convencido. — Vamos experimentar tudo que você quiser, Izuku!

— Sério?! — o esverdeado perguntou esperando o loiro reafirmar o que havia acabado de dizer. — V-você está brincando, certo?

— Eu não brinco, quero te dar a vida que você merece — explicou colocando o chocolate na vasilha e dando um pedaço para o menor antes de levar ao microondas.

— Obrigado, Kacchan! — Izuku agradeceu levando o doce até a boca, sorrindo logo depois e fechando os olhos.

Bakugou o viu e sentiu o coração falhar uma batida. Não importa quantas vezes observe a boca de Midoriya formando o mesmo sorriso puro e gentil, sempre vai perder a postura.

Digitou trinta segundos no aparelho e ligou assim que saiu de seu transe.

— Vai colocar o chocolate derretido por cima? — o sardento perguntou ainda feliz e animado.

— Exatamente — Katsuki respondeu de braços cruzados.

— Com certeza ficará delicioso! — Izuku disse feliz, uma vez que amava novas experiências. — Afinal, é você quem está preparando.

SequestroOnde histórias criam vida. Descubra agora