vestiário

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Para alguém que diz nunca tomar atitude, Richarlison estava se saindo muito bem. Primeiro, ele vomitou as palavras que estavam engasgadas no seu âmago a um bom tempo; segundo, ele chamou Sonny para um encontro e terceiro, ele conseguiu tocar no homem de uma maneira bem satisfatória.

Parecia um sonho.

Ele estava sonhando?

Para um homem como Son aceitar seus toques e ainda sair consigo só poderia ser.

Enquanto as gotas de água caiam do chuveiro até seu corpo, os pensamentos de Richarlison estavam uma confusão. Os vislumbres de seus atos vindo com tudo em sua cabeça.

Então Son já havia notado seus olhares? Ele pensava ser... discreto. Às vezes o olhava de canto, outras fingia se interessar no assunto que alguém perto de Sonny estava falando, apenas para se aproximar e vê-lo mais próximo.

Ah! Teve aquela vez que o mais velho pediu ajuda para fazer a coreografia do pombo — segundo ele, queria gravar um vídeo para postar quando Richarlison fizesse um Hat Trick, igual nas olimpíadas — mas o brasileiro ficou calado encarando Son por dois motivos: o coreano acreditava tanto nele a ponto de dizer que ele iria fazer um feito desse novamente e o perfume característico dele estava entrando nas suas narinas, atiçando a vontade de enfiar o nariz na curvatura do pescoço e não tirar nunca mais.

Além disso, tão fisgado pelo cheiro, levou a atenção do pescoço até a boca do outro, quando ele questionou de novo se poderia ou não o ensinar.

A sua percepção não funcionava bem perto de Son, então ele não poderia dizer se encarara por três segundos ou três minutos. A única coisa que sabia era que se forçou concentrar novamente no momento e sorriu, dizendo que obviamente ajudaria-o.

Parando para analisar, de fato ele era péssimo em ocultar suas intenções.

E o lado bom disso é que se Sonny percebia e não se incomodava, significava que ele... gostava?

Será que ele estava tomando conclusões precipitadas? Não era inseguro, mas se estivesse pensando no nome do cachorro que eles iriam adotar e qual bairro para comprar o apartamento seria o mais adequado e Son não sentisse o mesmo por si, era capaz de loucuras.

Son disse que estava esperando uma atitude de Richarlison; ele queria isso. Está tudo bem! Apenas a paranoia querendo perseguir o rapaz que estava conseguindo tudo o que queria na vida.

A água jorrava a um bom tempo, os dedos da mão do brasileiro se encontravam enrugadas devida a exposição duradoura e ele não escutava mais o barulho do chuveiro ao lado. Sonny já terminou seu banho? Richarlison não queria pensar nisso, era muito perigoso.

Uns minutos atrás eles estavam atracados um ao outro e lembrar do corpo do mais velho enquanto está pelado a um box de distância não é a coisa certa a se fazer.

E ele fez assim mesmo, porque o seu inconsciente não gosta de ser mandado pelo consciente e quando percebeu, a mente vagava naquele momento no campo. Mal acabara de tirar a pressão de sangue que havia em seu membro e agora queria retornar. Richarlison tentava ser forte passando as mãos o mais longe daquele lugar, levando ao cabelo raspado que faziam cosquinha enquanto cresciam, e não fechava os olhos; caso fizesse, lembraria com ricos detalhes e cores das expressões que Son fazia e do jeito que as mãos dele passaram pelo seu cabelo da mesma forma como ele estava fazendo agora...

Estava ficando louco. Precisava sair do banheiro agora mesmo ou ficaria mais alguns bons minutos fazendo atos libidinosos sozinho no seu ambiente de trabalho igual um ninfomaníaco.

confuso - 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora