Além de ser seu sol, seu brilho, sua alegria e felicidade total... Son era seu marido.
Casados, na igreja com aliança e convidados que presenciaram a afirmação do seu amor.
Na alegria, na tristeza, na saúde e na doença.
Suas alianças era bonita, destacadas no dedo para todos que olhassem, soubessem que alguém o havia enlaçado. Tinha muito orgulho que mostrar a joia brilhante dourada no anelar esquerdo.
O dedo conectado a veia do coração, segundo os gregos.
Richarlison não tirava a sua por nada, da mesma maneira que Son. Mas, por qual motivo, aquelas mulheres estavam esfregando-se no seu homem, se o objeto piscava no breu da festa, indicando que não estava disponível para ser tocado dessa forma por estranhas?
A carranca que era normalmente esboçada na face do mais novo, agora parecia bem pior; e progredia cada vez mais.
Ele teria que comprar uma versão maior? Com um bloco de diamante reluzente para não deixar dúvidas?
Son estava alterado de maneira visível pela bebida, e as mulheres cercava-o, acuando sem dar oportunidade de fuga. Richarlison não queria ser o chato da história, quem atrapalha a festa, mas aquilo, aquela mão deslizando pelo abdômen, não podia passar em branco.
Toda festa do clube, em vez de ser apenas os membros do clube, surgia modelos e influenciadores do inferno para ser acompanhantes dos jogadores incompetentes que não conseguem ninguém por conta própria; acabava resultando em situações desagradáveis como essa.
Richarlison naquele dia estava - no passado mesmo - mais tranquilo, queria tomar umas bebidas coloridas e doces, ao lado de seu esposo, trocando olhares cúmplices de piadas internas relacionada aos outros companheiros de time, compartilhando sorrisos e no geral, relaxar da rotina puxada que levavam.
Contudo, Son queria dançar, ele não tinha planos de ficar sentado ao lado do platinado, alto, gostoso e narigudo - adjetivos que Richarlison utiliza para referir a si próprio - igual seu marido. Então, não demorou para se levantar, ir para o meio do salão e chamar a atenção de todos.
Son era radiante por inúmeros motivos: a personalidade, o sorriso, a áurea... e o corpo definido graças a profissão.
Sendo esse combo de maravilha, o coreano atraia os olhares até de quem não estava no recinto, incrível!
Richarlison gostava disso, porém, não era para abusar. Olhar Sonny porque seu jeito chamava atenção? Tudo bem, era impossível ignorar. Agora, olhar para ele, com luxúria, quase engolindo... isso era diferente.
Somente ele, Richarlison de Andrade, tinha esse direito. Ele conquistou o cargo, e olha, não foi nada fácil. O brasileiro valorizava o trabalho que teve e tem, de cuidar e manter o outro para si; não deixaria ninguém tomar seu lugar.
Podem olhar, apreciar... mas com moderação e sem toque.
Aliás, Son não parava quieto; dançava e voltava para a mesa, tomava mais umas bebidas, conversava e ia em direção ao salão novamente. Por isso perdeu a noção do limite e agora estava naquela situação.
Aquelas mãos em cima dele não agoniava apenas Richarlison, é claro. O próprio afetado por isso procurava o olhar do esposo, pedindo ajuda, já que o cérebro afetado pelo álcool não o deixava pensar rapidamente.
Como aquelas mulheres eram dissimuladas, desagradáveis e sem noção.
Richarlison levantou discretamente da mesa, como quem não queria nada. Olhando para os lados, dando uns acenos para uns amigos distantes e quando se focou na cena anterior, encontrou a camisa de botão de Son sendo aberta e retirada por aquelas pessoas que estavam testando todos os limites que poderia existir.
Não conseguia esconder mais. Era pessoal, era sacanagem.
Ninguém mais respeitava homem casado?
O brasileiro não demostrava ciúmes em público, ele era até que reservado em relação ao seu relacionamento. Sendo assim, não foi de se espantar quando as expressões nos rostos dos presentes no recinto foram de impressionadas.
Richarlison apressou seus passos, entrando na roda feita em Son, afastando aquelas que ousaram tocar em partes do corpo do seu parceiro, que eram exclusivas suas. Com uma carranca visível para todos os ângulos e mãos firmes indo na direção da cintura do outro, inclinou-o e beijou com todo o sentimento entalado dentro do seu ser.
Era aqueles beijos de cinema, que puxa o ar da sala inteira, deixando os telespectadores sem fôlego por isso.
Levando a outra mão até a nuca do seu companheiro, fazendo questão de que a aliança ficasse visível, pressionava os rostos para que o ósculo mantivesse o mais próximo possível.
Ele amava beijar Son. Tinha a teoria de que a cavidade bocal do outro se adaptou a sua língua, pois, ela vagava e entrelaçava de maneira perfeita. Satisfatória.
O DJ continuou com o som, mas parecia que não havia mais. Todos ao redor estavam imóveis olhando o casal deliciar-se com o beijo como se a década, não realizassem o ato.
Como dito, eles não costumavam demostrar afeto em público. Contava nos dedos as pessoas que presenciaram momentos carinhosos entre os dois. Posto isto, depois do baque inicial, em um estralar de dedos retornando a plateia para realidade, todos gritaram e até abriram um champanhe em cima de ambos.
Como conseguiram tão rápido uma garrafa da bebida? Era uma incógnita.
Sonny havia reagido ao beijo também, levando sua canhota ao rosto do marido, fazendo o anel ficar próximo da de Richarlison.
Quando finalizaram, todos molhados com a bebida, assobios e gritos, uniram às mãos e o brasileiro fez questão de levantá-las, encarando as mulheres que ainda estavam próximas.
— Te amo demais, Son — gritou rindo e logo começou a abotoar a camisa do outro, que apenas deixou, cambaleando mesmo estando parado. Richarlison agora aproximou da sua orelha, sussurrando — Por que não ficou sentado comigo? Olha o que me fez fazer...
Sonny gargalhou e respondeu no mesmo tom baixo, ao pé do ouvido.
— Não me ouviu reclamar, não é? Que sirva de lição para não me deixar sozinho dançando, bae — e mordeu seu lóbulo lentamente. Depois, direcionando a atenção para a festa que se agitava com a música eletrônica, gritou — Eu te amo, Richy.
Richarlison nem percebeu quando as mulheres saíram do seu campo de visão, não podendo se importar menos. Agora ele dançava com a mão na cintura do seu marido, bem possessivo, e Son depositava o peso do seu corpo nele. Sendo assim, o platinado podia fazer um afago em seus cabelos molhados pelo suor, mas cheirosos ainda; e fazendo-o levantar o rosto, distribuía selares nos seus lábios com gosto alcoólico.
— Me da sua mão — o coreano entregou o lado direto — Não, a outra.
— Explica, tô raciocinando apenas quinze porcento nesse instante.
Richarlison riu, Son era manhoso e dengoso bêbado.
— Vamos comprar alianças maiores, eu já decidi!
E o abraçou.
A sensação de ter o mundo em seus braços é boa demais, portanto, soltar Son Heungmin era algo fora de cogitação.
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confuso - 2son
RomanceRicharlison virara a personificação de confusão perto de Son; não entendia suas vontades e não sabia como agir. O que aquele coreano fez consigo?