banheiro

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O banheiro de Son era repleto de cremes, hidratantes, loções e máscaras. Richarlison nem ao menos sabia existirem tantos apetrechos para cuidar da pele; para ele, apenas um sabonete em barra estava bom.

A sua pele era macia naturalmente, mesmo que utilizasse os restos de sabonete neutro que se uniam formando um novo produto. O aroma exalado era único; ele apreciava.

Embora não chegue nem aos pés do cheiro que Sonny exalava. E de nada importava o tanto de perfumaria e cosméticos que o outro tinha, era sua fragrância corpórea que lhe chamava atenção.

Totalmente único e memorável. Quando o mais velho adentrava qualquer recinto, já sabiam de quem se tratava.

O melhor de tudo isso, é que agora poderia encaixar seu nariz na curvatura do pescoço dele e inalar seu cheiro sem restrição. Richarlison era um homem de sorte mesmo, comprovara.

E já que tinha permissão para tal coisa, ele se encontrava agarrado ao corpo de Son, embaixo do chuveiro, focando toda sua atenção naquela área e impossibilitado o coreano de tomar seu banho corretamente. A mão na cintura do outro para reforçar a proximidade sempre ali presente.

— Charli, eu preciso me ensaboar — ele conseguiu escutar um múrmuro do outro, mas foi abafado pela água — Como que você se segurava antes, hein? Não consegue mais me largar.

O mais velho tentou parecer irritado, mas suas ações o desmentia. Enquanto falava, tombava a cabeça para o lado oposto, deixando o brasileiro ter um acesso maior ao seu pescoço.

Richarlison poderia se afogar ali, a água batendo diretamente na sua cabeça e fazendo as gotas irem no seu rosto. A questão é que o rapaz não se importava; o pensamento maior que corria pela sua mente era: o aquecedor não está ligado – para a água gelada realmente fazer efeito e acordá-los – e mesmo assim o corpo do Son continua quente.

— O problema era esse! Eu não conseguia, estava a ponto de delirar — começou a tossir, engasgado pela água que entrou em sua garganta e afastou-se de exasperado, vermelho.

As mãos se Son dividiam-se entre distribuir tapas pela costa de Richarlison e esconder o sorriso no seu rosto. O platinado estava com cabeça baixa, mas levantou assim que escutou o barulho de Sonny reprimindo um riso. Ele estava com os olhos quase fechados, daquele jeito que o deixava sem perspectiva de achar algo mais bonito.

— Você é muito besta, se afagou sozinho — e não fazia mais questão de esconder a risada escandalosa.

Adorava todo som que poderia sair da boca do coreano. Queria conhecer todos, e iria! Estava dedicado a isso. Mais cedo escutara o chamar de forma manhosa, rouca e cheia de luxúria. Aquele tom ainda permanecia fresco em sua mente, voltando na sua cabeça justo agora, enquanto tomava banho junto a Son. Não era um bom momento, levando em consideração que eles precisavam se arrumar para sair.

Mas... Sonny disse que iriam sem brincadeiras e ele concordou. Acontece que ambos eram safados sem vergonha e teve muita provocação antes de, enfim, consumarem o ato.

Enquanto o mais velho esfregava o sabonete de seu corpo, a mente de Richarlison caminhava para o mundo das lembranças.

Apenas o corpo residia naquele banheiro, os olhos focados no nada e Sonny, entretido em limpar sua pele, nem ao menos percebeu.



Na suíte aquele quarto, em cima da cama nas altas horas daquela madrugada, Son cavalgava em um ritmo absurdo – agradecia ao futebol por lhe dar pernas fortes e espetaculares – e Richarlison passava o dedo por entre os lábios do parceiro; puxando, pressionando e outrora enfiava em sua boca. Sentir Sonny sugando seu dedo como se fosse um boquete, deslizando a língua pela extensão das falange e olhando-o até enxergar o fundo de sua alma era o suficiente para gozar.

confuso - 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora