Quatro

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Osasco - SP, Brasil
Dois dias depois

A garota já estava se irritando pela infantilidade de Antony. Já havia ido chamar o menino na casa dele por dois dias, e o irmão dele alegava que ele estava tomando banho ou tinha ido jogar bola. Ela sabia que era mentira, mas mesmo assim deixava pra lá e tentava novamente no outro dia.

E lá estava Sarah de novo, batendo palmas e gritando a mãe do menino.

── Ô tia!

A mulher logo apareceu no portão e deixou a garota entrar. Ela foi para a porta do quarto do garoto e a abriu rápido, ele dormia esparramado na cama. Chegou perto do ouvido do mesmo e falou o nome dele alto.

── Antony.

Ele acordou num pulo, se apoiando com o cotovelo na cama. Ela se afastou rapidamente quando ele acordou pra não levar uma cabeçada. O garoto a olhou com os olhos ainda inchados pelo sono, a boca entreaberta.

── O que é que você está fazendo aqui essas horas?

── Eu estou aqui essas horas, por que se eu vir de tarde, você vai fingir que não está em casa. E por que você não está indo pra escola?!

── Eu tava passando mal.

── Está mentindo. Eu fiquei mega chateada e brava por você estar me ignorando.── ela se sentou na cama ao lado dele e olhou pro próprios pés.── Meu beijo é ruim assim?

Ela brincou apreensiva, pensando que ele iria falar algo negativo do beijo dela.

── Eu não sei, é... eu...── gaguejou── como foi com o Guilherme?

── Não fiquei com ele, não estava preparada ainda.

Na verdade, ela só pensava no beijo dos dois, e como havia sido bom.

── Tendeu.

O quarto ficou um completo silêncio e eles dois se encaravam, o olhar de cada um dos dois parando na boca um do outro, querendo o juntar seus lábios novamente.

── Você gostou?

── E como.

── Podemos fazer outra vez.

Antony não falou nada, se aproximou mais da menina e a puxou para perto de si, juntando seus lábios e sentindo novamente as sensações da outra vez. Suas línguas se encontraram e trabalharam em perfeita sincronia.

...

Sarah riu impressionada ao ver o menino girar que nem um doido com a bola nos pés, achava aquilo o máximo.

── Ai, fiquei tonto.

Antony se deitou no chão do campinho abandonado.

── Mais do que já é?

── Vai a merda.

Quando o garoto se recuperou ele se levantou e foi tentar ensinar a menina a fazer o giro. O que obviamente foi uma grande dificuldade.

DESTINADOS | Antony SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora