Álcool

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João Vitor pov


As coisas tem sido difíceis desde que ele saiu da minha vida tudo se tormou mais complicado.

Pedro sempre foi minha âncora, mesmo muito antes de sermos um casal. Ele sempre esteve comigo e me apoiando.

E agora eu não tinha nada. Ja fazem alguns meses que ele foi embora e perdemos o contato.

E eu tenho cada vez mais me afogado em bebida. Como se isso fosse acabar comos meus problemas.

Desejando a cada copo que desce queimando na minha garganta que só fizesse por um minuto parar de doer.

Acabei afastando meus amigos. Quase não paro em casa nos fins de semana.

Sempre terminando a noite chegando em casa quase apagado ou na cama de algum estranho.

A verdade é que quanto mais a o álcool que desce me entorpece mais eu fico só.

É mais uma noite de sexta-feira e eu estou em um bar aleatório qualquer. O primeiro que achei.

De bar em bar já nem sei qual é o meu lugar. Só preciso beber até nao saber mais como voltar para casa.

Viro mais uma dose e as coisas começam a perder o sentido. Quando derrepente meu celular começa a vibrar no meu bolso.

Tiro ele com dificuldade preparado para desligar na cara de seja la quem fosse.

Mas o nome brilhando na tela faz meu coração acelerar.

Engulo seco pensando em não atender.

Atendo e levo o celular até o ouvido mas permaneço em silêncio apenas esperando ouvir sua voz.

-- Oi. Desculpa, sei que já 'ta tarde e a gente não se fala a quase dois meses mas eu queria ouvir sua voz...-- Ele soa tímido e sua voz metálica pelo celular.

Permaneço em silêncio.

Ouvir sua voz é reconfortante e ao mesmo tempo assustador.

Deveria ser crime um ser humano causar tantos sentimentos diferentes em outro.

E eu odeio o quanto ele faz isso comigo. Queria por um momento apenas parar de sentir.

-- João, onde você 'tá? Que barulhera é essa?-- Ele pergunta finalmente notando a música alta do local.

Ainda em silêncio. Estou em alguma espécie de choque sem fazer a menor ideia do que dizer.

-- Você não vai mesmo responder?-- Ele soa um pouco machucado.-- Você 'ta ai? 'Ta tudo bem?-- Ok. Agora ele esta usando a voz de Pedro responsável e preocupado.

-- M-me desculpa.-- Peço e desligo antes wue ele tenha a oportunidade de responder algo.

Depois disso tudo se passa em um borrão. Lembro de beijar algumas bocas. Dançar com desconhecidos.

E em algum momento acabei quase largado no chão do banheiro sem ter noção de nada.

Com a visão turva vejo uma silhueta embaçada se aproximar devagar.

Forço os olhos para tentar enxergar mas não consigo ja que estou quase vencido pelo sono.

A figura é familiar e logo a voz preeenche meus ouvidos.

-- João?

-- Eu?

-- O que deu em você?-- Pergunta se aproximando mais.-- Vem, eu vou te levar 'pra casa.

-- Não precisa Renaaannnn.-- Digo embolado e arrastado.-- Aqui tá tããão confortável...-- me acomodo mais no chão.

-- Vamos logo.

Ele me tira do chão praticamente a força.

Eu e Renan temos uma amizade muito especial, conheço ele a mais tempo que conheço Pedro.

Sempre se preocupou muiro comigo e eu com ele. Cuidamos um do outro. Não como Pedro. Eu e Renan era algo mais como irmãos.

Porém eu afastei muitas pessoas nesses ultimos tempos. E ele não ficou fora disso.

Ele me leva ate o seu carro e me deixa no banco de trás pronto para me levar para casa.

O caminho foi rápido e silêncioso. Eu entre estar muiro bêbado e quase dormindo para me preocupar em como diabos ele me achou ali.

Chegamos em seu apartamento. Ele ma ajuda a chegar até la me dando apoio.

Entramos e ele me leva para o seu quarto e me põe em sua cama. Me deixa la sentado olhando oara o nada e sai. Voltando com um copo cheio de água e me entrega.

-- Bebe.-- Ele pede.

-- Não 'to com sede.

-- Bebe.-- Ele manda e eu obedeço.

Assim que eu termino o copo me sinto um pouco mais conciente.

-- Pode dormir ai, qualquer coisa eu 'to na sala.-- ele diz indo em direção a porta para sair.

-- Renan.-- Ele para e olha para mim para que eu continue.-- O que o amor vira quando chega o fim?

Ele suspira.

-- João, as coisas entre você e ele não estão as melhores.-- Ele não precisa citar nomes para que eu saiba exatamente sobre o que ele fala.-- Mas eu não acho que seja o fim. E coisas ruins acontecem para as boas virem, é o ciclo da vida, acontece.

Eu olho pensativo para os meus dedos que brincam uns com os outros.

-- Agora vai dormir que amanhã é outro dia, vai.-- Ele sorri carinhoso e fecha a porta.

Rio anasalado e me jogo na cama.

Eu estou tão cansado disso.

Beber, Berber, Beber, na esperança de tê-lo de volta para mim.

Nosso Amor [Pejão • AU]Onde histórias criam vida. Descubra agora