Briga

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Jungkook abaixou o vidro do carro, pois o cheiro de Seokjin não poderia ficar mais insuportável. Naquele dia, depois da promoção, o ômega pediu licença e saiu de sua vista, só voltando umas horas depois.

O alfa resolveu tudo com Yoongi, que já fora arrumar dois secretários de confiança e suas próprias salas com a promoção, o alfa via a movimentação do agora ex-secretário, mas nada de Seokjin.

Um pouco mais de 3 hora depois ele apareceu, aguardando para irem para casa juntos. Afinal, trabalhavam na mesma empresa e teriam que ir juntos para sua residência, mantendo o disfarce.

Só não sabia explicar o porquê, aquele dia dentro do carro, o ômega estava com um cheiro sufocante. Será Seokjin não havia gostado da promoção?

— Siuk estará em casa hoje? — Jungkook tentou quebrar o gelo com o ômega, dirigindo a caminho de casa, para Seokjin, que tinha cabeça perto da janela.

— Tae está de férias, ficará com Siuk por esse mês.

— Oh!

Jungkook já havia se apegado a Siuk mais do que deveria. Ele acordava cedo e o esperava sair da porta do quarto de Seokjin, para brincar e o alimentar. Dava o café da manhã do filhote, o ensinava na tarefa da escola, depois brincar com ele; quando Seokjin acordava, Siuk estava radiante já de banho tomado e com sua farda escolar.

Soekjin sorria para o filhote e nada comentava, pois o via tão feliz com o seu chefe.

Quando chegaram a sua casa, Jungkook ficou ainda mais confuso. Não entendia muito o motivo por qual o ômega estava tão estranho depois da promoção que ele mesmo tanto queria. Tudo estava escuro, indicando que os funcionários já tinham ido embora.

Seokjin sumiu sem falar nada.

Então Jungkook subiu as escadas devagar para não fazer barulho e indo direto para ducha, sentindo-se um pouco tonto com o cheiro ácido do ômega.

Precisava tomar umas bebidas naquela noite já que Siuk não estaria em casa. Sua mente tinha um nó que não sabia explicar.

O alfa desceu e tentou ser o menos barulhento possível. Abriu uma garrafa de uísque e começou a beber na cozinha enquanto analisava um jogo, só não contava com Seokjin sentando em sua frente, já com um pijama azul de seda e cabelos molhados, bebendo de vez da boca da garrafa.

Aquela noite reservaria surpresas, pois logo estanhou quando não sentiu o cheiro de Seokjin depois do banho, mas nada disse.

— Porque fez isso? — a voz séria de Seokjin ecoou na cozinha vazia.

— Isso...?

— A promoção, por quê?

— Não era isso que queria? Está no contrato. — Jungkook franziu o cenho, sem entender muito.

— Puff! — Seokjin bufou e bebeu mais uma dose uísque. — Achei que era mais inteligente.

— Como?

— Achei que era mais inteligente. — repetiu desafiador, se levantando. Talvez, tivesse cometido a maior loucura da vida, o desafiando assim. É, talvez. Mas não conseguia se controlar, mesmo que fosse errado. Jungkook era o seu chefe, tinham um acordo.

— Não estou entendendo Seokjin.

— Não quero desenvolver softwares.

— Mas...

— Não é porque sei que descodificar o software dos chineses que era para você me dá essa promoção.

— Seokjin, quase ninguém decodificou esse software...

— Você sim, eu sei que sim.

Jungkook se calou por um momento. Onde o ômega queria chegar? Por que estava tão brabo? Aquilo era uma bagunça. Nem todas às vezes em que estava com o ômega, o fizera ter um autocontrole tão bom quanto naquele momento. Parecia que sempre havia algo que puxava o alfa para ele e fazia enxergá-lo com outros olhos.

— Não leio mentes. — disse o alfa.

— Oh, jura? — Seokjin rebateu irritado, com respiração um pouco aumentada. Suas bochechas estavam vermelhas, e o semblante nervoso era o que deixava Jeon ainda mais curioso. O que será que ele estava pensando?

— Me diga qual promoção você quer.— Jungkook bufou e voltou a beber.

— Não assim. Quero passar por um processo seletivo, mostrar meus projetos e ser aceito por mérito; não por um contrato. Esse contrato para mim só serve para você não me por para fora. — ditou firmemente, batendo a mão na mesa, sem um pingo de medo. Seokjin estava altamente alterado e com raiva.

  —   Por essa eu não esperava

— E o que você esperava? Hum?

Jungkook saiu do outro lado da mesa e ficou em frente o ômega. Ele farejou o lugar e sentiu o ferormônio de Seokjin novamente. Mas não havia medo.

— Eu esperava medo. Você sempre teve medo perto de mim. Eu gosto disso Seokjin-ssi. Gosto que não tenha medo. Me mande seus projetos e avaliarei de igual para igual a outros participantes.

  O alfa estava perto de sair da cozinha, mas os olhos de Seokjin não deixaram.  Jungkook deu um meio sorriso e ficou ali, observando o ômega. E, por bons segundos, Seokjin se permitiu se perder na imensidão do seu olhar.

Ele sentiu um toque em seu pescoço vindo do mais alto, ainda presos nos conflitos daqueles olhos enquanto o analisava por inteiro.

As mãos de Seokjin subiram para seu maxilar. Era como se ele tocasse um objetivo de valor alto que não poderia quebrar, usando somente a ponta dos dedos. Era como uma química e algum tipo de conexão. Porque foi exatamente isso o que sentia naquela noite. Química. Tesão. Atração. E Seokjin já não aguentava mais.

Quando suas íris se encontraram, era como admitir o que não tinha coragem, ele o queria.  Mas não podia fazer aquilo. Até onde iriam? A mente do ômega deu um branco, e logo caiu em si, logo dando um passo para trás tirando as mãos do alfa.

Mas o outro segurou suas mãos com rapidez e desespero.

— Eu quero.

A voz de Jungkook soou aos ouvidos do ômega que parecia não processar que ele também o queria. Seu coração sairia da pela boca, mas, ao invés de correr ou se afastar com a confissão do chefe, cedeu.

Era como um ímã, repleto de magnetismo.

Suas mãos avançaram novamente para o rosto alfa, e ele só procurou uma última vez no seu olhar se o alfa tinha certeza daquilo, antes de grudar a suas bocas.

Um beijo forte e intenso que tirava o fôlego. Jungkook puxou o ômega pela cintura, grudando os seus corpos e logo sentindo quando o agarro o seu pescoço, enquanto ele enfiava os dedos entre seus cabelos longos e correspondendo ao beijo.

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