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Ainda estamos... fingindo?

O baile da empresa não poderia ser pior. Seokjin estava nervoso, tudo o irritava. Preferiria mil vezes estar em um bar modesto e simples do que com aquele bando de acionistas e suas companheros vestidos de gala.

Por isso, ele estava bebendo, ou já estava na fronteira entre estar tonto e bêbado.

Era difícil discernir se o que estava sentindo era culpa apenas do álcool ou se tinha algo a ver com seu chefe que o observava com um olhar penetrante.

Na verdade, ele precisava de mais álcool, então caminhou até o bar, na parte mais discreta do salão.

Seokjin sabia que seu melhor amigo o encontraria.

— Dessa vez foi difícil te encontrar. Seu alfa me disse que você estava aqui. Parece que ele está preocupado.

— Ele não é meu alfa.

— Ele parece tão preocupado quanto você. — Yoongi suspirou. — O que está acontecendo?

Seokjin se virou e procurou o CEO com os olhos.

— Isso tudo foi um erro, Yoon. Estou irritado. Sook ficou doente essa semana, então não fui para a empresa. Jungkook tem sido compreensivo, mas quando voltei, lá estava ele. Com um novo secretário. Ele ri. Ele sorri para o Jimin. — Seokjin apontou onde Jungkook estava conversando com Namjoon e Jimin ao seu lado.

— Você está com ciúmes.

— Que seja, Yoongi. Estão me fazendo de bobo em toda a empresa.

— Mas vocês não estavam... transando?

— Como coelhos. — ele cerrou os lábios. — Aquele coelho filho da mãe. Ahhh.

Seokjin suspirou, mas não estava nem um pouco arrependido de estar transando com o alfa. Sentia-se mais aliviado por admitir para alguém algo tão íntimo.

Yoongi colocou a mão no queixo e olhou para o amigo como se estivesse apaixonado.

— Isso é incrível!

Seokjin fechou a expressão imediatamente, pois já conhecia Yoongi o suficiente. Sempre havia um tom debochado e piadas.

— Não tem nada de incrível aqui, Yoongi.

— Você não percebe? Você tem que aproveitar o que está sentindo e ir fundo. Aproveite que já está casado e tudo formalizado e apenas se declare para ele.

— Você só pode estar louco.

— Você sabe que não.

— Eu não sei.

— Mostre para todos que ele é seu alfa, Jin. — Yoongi girou no banco do bar e olhou em direção a Jungkook, sendo acompanhado pelo ômega ao seu lado. — Mostre para o secretário e todos na empresa que, a cada dia, você é a escolha do chefe. Marque-o.

Com o coração apertado, tentava aceitar o fato de que não deveria estar sentindo aquilo: o ciúmes, ou a vontade de fazer alguma coisa. Parte dele só poderia estar bêbado o suficiente para se importar e cogitar a ideia de Yoong.

— Essa farsa. Esta foi longe demais.

— Você está demorando demais

Mas Seojin achava que não podia mais se dar ao luxo de se declarar para o alfa. Já haviam passado horas desde o início do evento e o efeito do álcool se resumia a um zumbido baixinho, indicando que o dia seguinte não seria muito agradável.

Percebeu que Jungkook havia parado de beber em algum momento e sabia que era porque não conseguia identificar o cheiro irritado do ômega durante toda a noite. Mas tinha certeza de que não era algo bom. E isso não era bom.

Por que toda vez que estavam perto, seu corpo claramente reagia? E por que, toda vez que ele abaixava a cabeça para perguntar se estava bem, seu coração saía pela boca?

Seokjin já havia vomitado três vezes, a primeira no banheiro do salão e as outras duas quando ele e Jungkook deixaram a festa da empresa para levá-lo para casa. Teria bebido demais?

Jungkook caminhou até a mesinha de cabeceira, onde Seokjin estava com a cabeça encostada na cabeceira da cama do quarto do alfa, e colocou algumas coisas ali.

– É para mim, Jungkook-ah?

O alfa havia trazido sopa e remédios para a ressaca, e aquele pequeno gesto o fez derreter. Como todas as vezes em que ele cuidou dele naquela noite, até mesmo o segurando enquanto vomitava.

– Se continuar cuidando de mim assim, vai ser difícil não me acostumar.

Jungkook assentiu, sorrindo amoroso para o ômega em seu estado de embriaguez.

— Vamos comer, Jin.

Mas Seokjin negou com a cabeça. Seu mundo deu uma volta e ter Jungkook cuidando dele era bom e ruim.

– O que estamos fazendo? – perguntou ao alfa, soando desesperado.

Seus olhos lacrimejaram. Soltando todo o ar dos pulmões bem devagar, lamentando por ter bebido tanto. Queria ter perguntado quando estava sóbrio, mas não achava que teria coragem.

E aquela pergunta era importante. O ômega precisava dizer alguma coisa para se sentir mais seguro. Para dar algum sentido àquilo tudo. Seria demais suportar em silêncio.

— Ainda estamos... fingindo?

Jungkook deixou a sopa de lado e sentou ao lado do ômega.

— Você está fingindo, Jin-hyung?

O alfa envolveu sua mão na cintura do outro em um movimento rápido e logo acariciava suas bochechas, fazendo-o fechar os olhos com carinho.

E mais uma vez, todas as suas terminações nervosas ficaram eletrificadas no exato instante em que suas mãos entraram em contato com seu rosto. Cada centímetro de pele encostada na dele ficou quente.

– Me fala o que está passando, eu não consigo identificar seu cheiro, Jin; pode confiar em mim – disse o alfa, segurando seu rosto. – Confia em mim. Eu não estou fingindo. O que eu quero está bem aqui.

Ah, Deus, como ele também queria aquilo. Queria muito.

— Eu não quero mais fingir, Jungkook. Eu quero ser seu ômega e quero estar casado com você.

Seokjin eliminou os últimos centímetros de espaço entre eles. Estava louco por ter dito aquilo, louco pelo desejo correndo em suas veias, pela certeza de ter o alfa para si. Sentiu o coração bombeando pura loucura pelo corpo, viu os olhos de Jungkook se arregalarem por um instante e, então, algo ardente substituiu a surpresa, parecendo fome.

— Eu não estou fingindo, Seokjin-ah. Não finjo desde o momento em que transamos.

Sentiu o mais baixo quebrar a pequena distância em um selinho contido, calmo. Seokjin jurou sentir um arrepio correr por sua coluna com o contato, e isso o fez suspirar sobre os lábios de Jungkook e encostar seus lábios definitivamente, ficando sobre seus joelhos para segurar seu rosto com quase possessão.

Aquela era o seu alfa.

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Meu Deus ......

Não sei sem o que começar, não sei se o cap está bom.