O Começo (Soluço x Oc)

3. Capturados

- Sentimos tanto a sua falta querida...

E eu claramente percebi, ela estava me sufocando com seu aperto forte em mim, dei uns tapinhas no braço para que me soltasse e deu certo.

- Oh, desculpe querida, não medi minha força... Agora me explique o que aconteceu

Expliquei tudo desde o começo não deixando de fora nenhum detalhe. Terminei de falar e minha mãe me olhou desacreditada

- Então você virou amiga de dois Fúrias da Noite?

- Isso, exatamente... Espera, você sabe o nome da espécie deles? Eu não sabia só de olhar - Comentei

- E você nem saberia, ninguém jamais viu um e se viu não viveu pra contar, eles são extremamente raros e perigosos, são bem maternais e leais

- Maternais? - Perguntei confusa, porque em vez dela apontar essa declaração apenas para fumaça, ela apontou pra nós dois

- Sim querida, porque você acha que ela te ajudou, ela viu que você é uma criança, um "filhote" aos olhos dela e como ela também tem um, seus instintos maternais apareceram - Explicou

- Então ela me vê como um filhote? - Minha mãe assentiu - Que legal! - Exclamo

Ficamos a manhã e a tarde conversando e interagindo com Serena e o Fumaça, e assim que a noite chegou, era hora de irmos para casa

Fumaça não me largava - Chega disso Fumaça! Eu vou vir te visitar todo dia, já disse isso - Ele choramingou mais, farta de assistir mais, Serena o agarra com a boca e o afasta de mim segurando-o - Até amanhã Serena, Fumaça - Me despedi

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Chegando na beira da floresta onde fica nossa casa, avisto meu pai em frente à porta, e quando ele me vê sai correndo em minha direção me arrebatando do chão no seu abraço

- Minha menina! Ela tá viva! Oh pelas barbas de Odin, meu bebê está bem! - Chorou de alívio

- Pai, não consigo respirar - Digo com a voz abafada

- Me desculpe minha querida - Quando ele me soltou, me observou atentamente à procura de algo, olhando para o meu lado esquerdo da barriga ele observa a grande cicatriz de queimadura presente ali

- Não se preocupe pai, não dói mais

- Não estou preocupado com a dor física - Disse colocando os dedos acima do meu peito onde é para estar o meu coração - E sim da dor que vem daqui

Dou um sorriso meio tenso pra ele - É, você tem razão, parece que não quero ver um Zipper Arrepiante tão cedo - Dou uma risadinha nervosa

Meu pai abre um grande sorriso e me ergue do chão me colocando sobre seus ombros e corre ao centro da vila anunciando que me encontraram

- Minha garotinha voltou!

A grande maioria da vila me parabenizou por sair viva de um ataque de um Zipper Arrepiante em tão tenra idade, após toda essa agitação fomos para casa e contei tudo para meu pai e minha mãe complementou com a sua versão vista, dizer que meu pai ficou chocado é eufemismo

Nos dias seguintes eu visitava os dois Fúrias da Noite como prometido e trazia comigo um dos meus pais juntos algumas vezes, nos divertimos muito brincando com eles, voavamos acima do oceano longe das linhas de comércio da vila onde podiam nos avistar, sempre fazíamos as coisas com cuidado para proteger nossos amigos de olhos errantes buscando a glória de matar um dragão tão raro e poderoso e se depender de nós, ninguém vai encostar um dedo neles, eles são família agora e vamos protegê-los até o fim.

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Já se passaram alguns anos que eu já estava nessa rotina, eu com agora dez anos, percebi que não fui a única que cresci, Fumaça também cresceu, antes ele cabia no colo e agora está maior que eu! Não é justo!

Caminhando pela vila eu evitava ao máximo me encontrar com o filho do chefe, o...-

- Garoa! Seja à minha esposa! E mataremos dragões juntos, oh! Como soa que nem um sonho! - Exclamou ele

- Desista Dagur, eu já o recusei uma vez e vou te recusar várias outras também - Digo com cara de tédio

- E eu tentarei várias outras vezes também, afinal, minha futura esposa conseguiu sair viva de um ataque de um Zipper Arrepiante e ainda anos depois capturou dois Fúrias da Noite e...-

Meu corpo endureceu, a cor sumiu do meu rosto e meus ouvidos zuniam, o que ele acabou de dizer?

Agarrei ele pelos ombros - O que... Você disse?

- Disse que você será minha futura esposa

- Não foi isso que eu perguntei e você sabe disso

- Oh...- Ele abriu um sorriso maldoso - Os dois Fúrias da Noite devem estar no centro da vila exatamente agora, prestes a serem executados - Riu

Com um extremo nojo estampado na minha cara a raiva vem comigo com força enquanto dou um soco bem na cara do Dagur, e outro quando ele já está no chão

Corri e corri muito pra chegar ao centro da vila à tempo, chegando lá encontro Serena e Fumaça tentando sair dos carrinhos de restrição em que estavam, quando me viram, Fumaça tentou se debater mais e Serena escutou e tentou rugir em advertência para Fumaça parar com isso, fui ao lado deles e perguntei o que diabos estava acontecendo por aqui.

- Achamos esses dois andando nas profundezas da floresta, Dagur nos falou que você os encurralou e que ele viu isso no dia de ontem

Toda a vila estava de frente pra eles aplaudindo "minha conquista"

- Não - Murmurei desacreditada - Não! - Gritei - Eu não capturei eles, eles não são minhas presas, são meus amigos... minha família

Após essa declaração a vila inteira caiu na gargalhada, eu não consegui o apoio de ninguém, tentei procurar meus pais entre a multidão mas não os encontrei

- Dragões amigos, hahaha! Essa é boa!

- Se eles limpam a casa eu também quero um! Hahaha!

Porque as pessoas ao invés de perguntar já julgam e fazem piada sobre, estou totalmente magoada com os membros desta vila, horrorizada e enojada, eles nem tentam!

- U-um se soltou! - Anunciou um viking

Virei para ver quem se soltou e foi o Fumaça

- Vai! Vai embora! Foge! - Pediu meu pai que libertou ele

Fumaça ruge para sua mãe e solta plasma nas restrições dela libertando-a. Com dois dragões à solta tudo virou um caos total na aldeia

- Fumaça! Serena! Vão! - Grito quando dois vikings me seguram me prendendo no chão

Vejo serena rugir pro Fumaça e ele desaparecer em direção às montanhas, Serena se vira pra mim e atira nos pés dos vikings como advertência para me soltarem

- Serena, não! Vai com Fumaça! Eu vou ficar bem, apenas se salvem - Grito, mas ela não me ouve

Meus pais lutam com os vikings da aldeia mas logo são dominados por números. Serena desce voando até mim me libertando e me pegando, me tirou dali voando enquanto as pessoas atiravam contra nós, após minutos indo até a montanha que Fumaça foi, finalmente chegamos.